quarta-feira, 23 de agosto de 2017

A LIBERDADE DE DEUS EM SALVAR (5)



                     
“Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú” (Romanos 9:13)
A LIBERDADE DE DEUS ILUSTRADA: “Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú”.
        Olhando do nosso ponto de vista, eis que Esaú era bem melhor que Jacó. Mas essa nossa forma de ver as coisas aqui em nada combina com os santos, soberanos e eternos pensamentos de Deus. Nós somos aqui tomados de surpresa pela aparência, pela força e capacidade mental. Mas o Deus da bíblia não está condicionado a isso, porque para ele a aparência do homem tem o mesmo valor que tem a casca de ovo. Deus vê o homem no pecado, em Adão; sua história relatada nas Escrituras é vista no relacionamento que tem com nossos primeiros pais. Assim, o amor de Deus em nada está condicionado ao tempo e às circunstâncias. Quando Deus diz que amou seu povo, eis que o verbo sempre é mostrado no passado: “Com amor eterno eu te amei...” (Jeremias 31:3).
        Como seu amor é tão imutável, assim como qualquer atributo da divindade, eis que o amor eterno jamais mudará; jamais será surpreendido. Quando Rebeca viu seu filho Jacó, bem que poderia ter dito nas emoções maternas: “Esse é o meu preferido”. Quando Jacó viu seu filho Esaú, eis que em seus sentimentos paternos poderia ter falado: “Esse é o filho da minha preferência”. Mas não é assim com Deus, porque o Senhor transmitiu aos pais aquilo que em sua graça havia escolhido na eternidade: “Amei Jacó, porém, me aborreci de Esaú”. Deus não é levado pelos sentimentos maternos ou paternos; Deus não é vencido por aquilo que acontece em nosso meio. Suas lições ligadas ao plano da salvação estão sempre harmonizadas com a história eterna que ele conta em sua palavra.
        Para Rebeca e Isaque Deus estava dando uma lição que marcava o que aconteceria em toda face da terra. É verdade que Isaque não pegou o assunto, nem tampouco Rebeca. Nós somos bem tardios em aprender as lições acerca da obra soberana de Deus no que tange à salvação dos perdidos. Sua escolha não é feita por meio de obras, porque se fosse assim é óbvio que teria escolhido Esaú. Mas os homens no pecado são iguais, não importa se um é mais forte que o outro; se é mais trabalhador do que outro; se é mais educado que outro. Os dois, postos na balança divina nada tem de peso, porque são mais leves que pena. Jacó era tão pervertido quanto Esaú; deixados soltos, eis que as bestas feras da iniquidade saídas do coração fariam dos dois verdadeiros monstros de maldades.
        O que fez Jacó diferente não foi sua moral; não foi o fato que ele era mais caseiro e apegado à mamãe Rebeca. A diferença estava no fato que Deus estava operando na vida de Jacó desde o começo, fazendo com que suas escolhas e decisões revertessem para os planos eternos ligados a Jacó. Deus permitiu que os atos errôneos de Jacó se tornassem seus instrumentos para guiar Jacó pelas vias certas, até chegar à meta eterna já planejada de antemão. O amor eterno de Deus por Jacó trabalhava para o bem eterno de Jacó e para que ele fosse o instrumento da graça que brilhasse na história da redenção de todo povo escolhido. Enquanto Deus opera suas maravilhas para o bem do seu povo e para a glória de sua graça, eis que as emoções, a bondade, o ódio, sentimentos paternos e maternos, etc. vão sendo colocados de lado, porque o valor de tudo isso se torna passageiro. Os planos eternos do Senhor estão sendo realizados, mesmo em face do choro de um pai, de uma mãe; mesmo em face da morte e dos acontecimentos cruéis que aqui ocorrem. Por que isso? Porque o Senhor faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade.

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