“Como
está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú” (Romanos 9:13)
A
LIBERDADE DE DEUS ILUSTRADA: “Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú”.
Olhando do nosso ponto de vista, eis que
Esaú era bem melhor que Jacó. Mas essa nossa forma de ver as coisas aqui em
nada combina com os santos, soberanos e eternos pensamentos de Deus. Nós somos
aqui tomados de surpresa pela aparência, pela força e capacidade mental. Mas o
Deus da bíblia não está condicionado a isso, porque para ele a aparência do
homem tem o mesmo valor que tem a casca de ovo. Deus vê o homem no pecado, em
Adão; sua história relatada nas Escrituras é vista no relacionamento que tem
com nossos primeiros pais. Assim, o amor de Deus em nada está condicionado ao
tempo e às circunstâncias. Quando Deus diz que amou seu povo, eis que o verbo
sempre é mostrado no passado: “Com amor eterno eu te amei...” (Jeremias 31:3).
Como seu amor é tão imutável, assim como
qualquer atributo da divindade, eis que o amor eterno jamais mudará; jamais
será surpreendido. Quando Rebeca viu seu filho Jacó, bem que poderia ter dito
nas emoções maternas: “Esse é o meu preferido”. Quando Jacó viu seu filho Esaú,
eis que em seus sentimentos paternos poderia ter falado: “Esse é o filho da
minha preferência”. Mas não é assim com Deus, porque o Senhor transmitiu aos
pais aquilo que em sua graça havia escolhido na eternidade: “Amei Jacó, porém,
me aborreci de Esaú”. Deus não é levado pelos sentimentos maternos ou paternos;
Deus não é vencido por aquilo que acontece em nosso meio. Suas lições ligadas
ao plano da salvação estão sempre harmonizadas com a história eterna que ele
conta em sua palavra.
Para Rebeca e Isaque Deus estava dando
uma lição que marcava o que aconteceria em toda face da terra. É verdade que
Isaque não pegou o assunto, nem tampouco Rebeca. Nós somos bem tardios em
aprender as lições acerca da obra soberana de Deus no que tange à salvação dos
perdidos. Sua escolha não é feita por meio de obras, porque se fosse assim é
óbvio que teria escolhido Esaú. Mas os homens no pecado são iguais, não importa
se um é mais forte que o outro; se é mais trabalhador do que outro; se é mais
educado que outro. Os dois, postos na balança divina nada tem de peso, porque
são mais leves que pena. Jacó era tão pervertido quanto Esaú; deixados soltos,
eis que as bestas feras da iniquidade saídas do coração fariam dos dois
verdadeiros monstros de maldades.
O que fez Jacó diferente não foi sua
moral; não foi o fato que ele era mais caseiro e apegado à mamãe Rebeca. A
diferença estava no fato que Deus estava operando na vida de Jacó desde o
começo, fazendo com que suas escolhas e decisões revertessem para os planos
eternos ligados a Jacó. Deus permitiu que os atos errôneos de Jacó se tornassem
seus instrumentos para guiar Jacó pelas vias certas, até chegar à meta eterna
já planejada de antemão. O amor eterno de Deus por Jacó trabalhava para o bem
eterno de Jacó e para que ele fosse o instrumento da graça que brilhasse na história
da redenção de todo povo escolhido. Enquanto Deus opera suas maravilhas para o
bem do seu povo e para a glória de sua graça, eis que as emoções, a bondade, o
ódio, sentimentos paternos e maternos, etc. vão sendo colocados de lado, porque
o valor de tudo isso se torna passageiro. Os planos eternos do Senhor estão
sendo realizados, mesmo em face do choro de um pai, de uma mãe; mesmo em face
da morte e dos acontecimentos cruéis que aqui ocorrem. Por que isso? Porque o
Senhor faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário