“Como
está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú” (Romanos 9:13)
EXPONDO
A LIBERDADE DE DEUS (versos 14 a 17)
Vemos o quanto Deus abre o cenário, a
fim de mostrar aos homens que ele age com misericórdia, porque se tiver que
agir na base dos méritos dos homens, certamente terá que punir a todos com sofrimento
eterno. Sendo ele livre, ele há de salvar quem ele quiser salvar e demonstrou
esse fato na escolha de Jacó, tendo como base seu amor: “Amei Jacó...”. A
resposta é simples e definida. Quando foi que ele começou a amar Jacó, temos a
resposta em Jeremias 31:3: “...Com amor eterno eu te amei...” Ainda vemos essa
mesma verdade na linguagem inspirada de Efésios 2:4: “Mas Deus, sendo rico em
misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou”.
O amor de Deus não entra em atividade de
forma circunstancial; ele não age porque mudou de atitude em face de uma
mudança em alguém. Deus não amou Jacó porque viu que Jacó teria um procedimento
melhor que Esaú, assim que nascesse e chegasse à idade de tomar decisão. O amor
de Deus deriva-se dele mesmo; ele ama porque quer amar e o perfeito objeto de
seu amor é seu Filho. Se alguém há de ser favorecido nesse amor, tal pessoa tem
que estar ligado ao Filho de Deus. Visto que Deus amou seres humanos caídos no
pecado, a verdade é que esse amor foi fundamentado na eleição: “Para o louvor
da glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado” (Efésios
1:6 versão corrigida). Sendo assim, a aceitação de Jacó foi fundamentada no
fato que Deus, em Cristo escolheu Jacó.
Mas se alguém tem dó de Esaú, achando que
Deus foi injusto, então é bom que encaremos a vida dele, tendo como base a
verdade bíblica. Notemos o que Deus faz com milhares de homens e mulheres, os
quais são entregues a si mesmos. Vou levar meus leitores a um verso que nos
ajudará muito na compreensão desse detalhe, e esse verso está em Josué 24:4: “A
Isaque dei Jacó e Esaú e a Esaú dei em possessão as montanhas de Seir; porém Já
e seus filhos desceram para o Egito”. O
que Esaú queria? Prosperidade, poder, fama e glórias terrenas. Eram esses seus
desejos naturais, por isso Deus o entregou, deixando-o livre para agir como bem
queria e ainda favorecendo com bondade: “...a Esaú dei...”.
Pensemos em Jacó, porque se fosse
deixado livre, eis que ele, com toda correnteza do mal na alma, certamente
desembocaria no oceano de maldade. Mas, pelo fato que Deus o amor com amor
eterno, eis que esse mesmo gracioso amor tomou o viver desse homem desde cedo;
não lhe concedeu prosperidade, mas sim sofrimentos, desde a perda de José, a
morte de Raquel, as mentiras dos filhos, até a descida para o Egito: “...porém
Jacó e seus filhos desceram para o Egito”. Os planos graciosos de Deus em favor
desse homem fizeram dele um instrumento da sua graça; mediante sofrimentos e
disciplinas Jacó se tornou um homem de fé e em sua morte provou o que Deus tem
para seus santos que vivem neste mundo, porque foi pela fé que ele abençoou
seus filhos.
Meu caro leitor, Deus em sua palavra
mostra que ele elimina toda e qualquer pretensão do homem em achar que tem
qualquer valor. É satanás que engana a multidão, fazendo-a pensar que em cada
ser humano há uma centelha de bondade, fé e amor. Quanto engano! “Enganoso é o
coração e desesperadamente corrupto...” (Jeremias 17:9).
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