“Como
está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú” (Romanos 9:13)
EXPONDO
A LIBERDADE DE DEUS (versos 14 a 17)
Se a liberdade é de Deus, então nada o
homem pode fazer no que tange à sua escolha própria. Mesmo assim os homens
tentam com todas as suas forças mostrar que têm justiça própria, que podem sim,
se quiserem ir ou não para o céu. No entanto, o que vemos em Romanos 9 é que os
homens devem ser levados à humilhação; que eles devem tapar suas bocas e
ficarem emudecidos diante do fato que Deus é Deus e que é totalmente soberano
em tudo o que faz, especialmente no tocante à escolha daqueles que ele, em sua
graça há de salvar. O que Paulo está mostrando em Romanos 9 é que por mais que
ele queira, Deus é Deus e que é livre para salvar quem ele quiser salvar, e
assim Deus elimina toda e qualquer pretensão do homem em achar que ele tem
qualquer valor. Sendo assim, três lições aparecem de forma imponentes, diante
de nossos olhos:
1. Deus
elimina toda vontade, todo querer do homem: “assim, não depende de quer...”
(verso 16). Jacó queria? Deus esperou até que ele nascesse, a fim de tomar sua
decisão? Claro que não! Quando se tornou adulto, eis que Jacó revelou o quanto
estava apto para enganar, mentir e manipular todos. Foi isso o que ele fez,
mentindo para seu pai e até mesmo usando o nome de Deus em vão, a fim de tomar
posse da primogenitura (Gênesis 27). Sua vida foi assim, o Jacó natural, tanto
na casa de Labão, quanto na casa dos pais, o mesmo Jacó, suplantador. Não fosse
a intervenção divina em sua vida, certamente teria sido massacrado.
O que Deus faz com os homens, em
diferentes circunstâncias é a mesma coisa. Primeiro vem o abatimento, para vir
posteriormente o erguimento; primeiro vem a queda, para depois vir o
levantamento. Não há salvação enquanto os homens não se humilharem perante o
Senhor e sua palavra; enquanto o homem não reconhecer sua própria miséria e a
dignidade que tem do inferno, e não do céu. O trabalho do Espírito Santo,
usando sua palavra como poderoso instrumento, é primeiramente matar o velho
homem. E esse acontecimento não vem com o batismo, nem vem com qualquer
ativismo religioso. Só pode vir com quebrantamento, contrição. Não estou
afirmando que todos vão chorar, vão lastimar ou gritar. Não vejo essa verdade
como manifestações externas, mas sim do coração. O convertido se humilha
perante Deus, a fim de que sendo salvo possa render-se como servo do Deus vivo.
Meditemos de forma mais profunda sobre
isso. Os homens querem Deus? Examine o melhor homem que você possa achar; veja
como ele é bondoso para com as pessoas, como é justo em todos os contratos,
simpático e sociável. Você vai dizer: “Puxa, esse precisa ser um crente; é só
levar-lhe o evangelho e ele irá fazer uma decisão para Cristo”. Verdade?
Absolutamente não! A não ser que de antemão Deus esteja lidando com sua vida,
assim como ocorreu com Cornélio (Atos 10). Caso contrário, tente falar de Deus
para ele; tente glorificar a santidade de Deus e sua soberania. Logo você vai
perceber o quanto ele quer logo mudar de assunto, procurando fugir. Ele tem
vontade própria? Tem sim, mas ela está inerte aqui e submetida ao pecado e ao
mundo, e na linguagem de Efésios 2:2, ele funciona nesta vida “...segundo o
curso deste mundo...”. Basta uma abordagem dessa e será suficiente para
entendermos o que Deus diz em Romanos 9:13: “...amei Jacó, porém me aborreci de
Esaú”.
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