“Cria em mim, ó Deus,
um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. Não me repulses
da tua presença, nem me retires do teu Santo Espírito. Restitui-me a alegria da
tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário” (Salmo 51:10-12).
INTRODUÇÃO:
Com que clareza esta passagem nos mostra
a conversão genuína e seu fruto! É com tristeza que vemos hoje os resultados mórbidos
do evangelho tão humanista e cheio de sentimentalismo, tudo porque a igreja de
Deus tem se afastado da pureza do evangelho bendito que revela a glória de
Cristo. Não há outro recurso para destruir essa fachada pintada por satanás e
que parece ser de Deus, mas que é somente aparência; preciso pregar o
evangelho, mesmo que não seja ouvido, mesmo que eu seja uma voz que ressoa em
pleno deserto, assim como João Batista. Mas eu sei que quando o avivamento
chega, eis que as multidões começam a chegar porque querem saber acerca do
desprezado reino de Deus, aliás tão desprezível para a vil e corrompida
natureza adâmica.
O Salmo 51 é um relato bem sintetizado
da experiência dramática de Davi, quando cometeu adultério e consequente
assassinato de Urias. Enquanto fazia repousar seus pecados no íntimo, eis que a
perversidade cirandou o coração de um homem que era considerado “o homem
segundo o coração de Deus”, a ponto de perder toda bondade, justiça e
compaixão, atitudes essas que sempre comandaram seu viver. Davi era um crente
genuíno, mas sua queda mostrou o que pode acontecer na vida de qualquer crente,
caso despreze a palavra e comece a andar sob o poder do orgulho mundano. Mas a
lição mais memorável do texto foi a beleza do arrependimento ocorrido com ele. Todo e qualquer arrependimento genuíno é
fruto da obra da graça, por isso vale a pena ser notado e perscrutado. Homens e
mulheres têm um novo começo quando se arrependem de coração e por isso que o
quanto há de maravilhas no arrependimento sincero, de coração; o quanto tudo à
frente é mudado e quanto Deus é glorificado num viver que chega perante Deus em
humilhação. Observemos que algumas lições se destacam como pano de fundo do
texto e quero considerar apenas quatro:
1. Não foi um mero remorso. Prova está no fato
que ele não dá descanso a Deus, apoderando-se do seu terno coração. O que
ocorreu com Judas foi remorso, diante da consciência da loucura cometida e das
consequências eternas. Notamos a mesma verdade com o Saul, após ter sido
descoberto em não ter obedecido a Deus em tudo, no caso dos amalequitas. Assim
que percebeu que não havia lugar para suas desculpas e que estava realmente
perdido, imediatamente procurou ajuda e mediação de Samuel perante Deus. Nas
não foi assim no tocante a Davi, porque ele apenas esperou o profeta Natã ir
embora, a fim de se atirar aos pés de Deus em pranto, devido a malignidade do
seu pecado.
2. Seus anseios revelam um coração contrito,
que almeja andar com Deus nesta vida e na eternidade. Davi não estava sequer
interessado em saber o quanto sofreria com as consequências de seus pecados na
família e no reino. No arrependimento homens e mulheres não olham para os
resultados do pecado aqui; não querem um caminho fácil. Eles querem contemplar
o sorriso do perdão do Senhor e do seu acolhimento. Tenho ouvido acerca desse
evangelho socialista tão apregoado em nossos dias, o qual trabalha tendo em
vista mais em remendar o viver dos ímpios, do que leva-los ao arrependimento,
mesmo que tenham que sofrer aqui os resultados de seus pecados.
Quanto a Davi foi diametralmente
diferente sua atitude, porque ele queria seu Senhor; estava amargurado por ter
ofendido seu Deus, por ter mexido em sua glória e honras. A consciência desses
fatos levou Davi aos pés do Rei da glória, a fim de achar sua graça, porque
pela lei certamente merecia a terrível punição da morte.
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