terça-feira, 1 de agosto de 2017

SANTOS DESEJOS DE UMA ALMA ARREPENDIDA (1)



                
“Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. Não me repulses da tua presença, nem me retires do teu Santo Espírito. Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário” (Salmo 51:10-12).
INTRODUÇÃO:      
        Com que clareza esta passagem nos mostra a conversão genuína e seu fruto! É com tristeza que vemos hoje os resultados mórbidos do evangelho tão humanista e cheio de sentimentalismo, tudo porque a igreja de Deus tem se afastado da pureza do evangelho bendito que revela a glória de Cristo. Não há outro recurso para destruir essa fachada pintada por satanás e que parece ser de Deus, mas que é somente aparência; preciso pregar o evangelho, mesmo que não seja ouvido, mesmo que eu seja uma voz que ressoa em pleno deserto, assim como João Batista. Mas eu sei que quando o avivamento chega, eis que as multidões começam a chegar porque querem saber acerca do desprezado reino de Deus, aliás tão desprezível para a vil e corrompida natureza adâmica.
        O Salmo 51 é um relato bem sintetizado da experiência dramática de Davi, quando cometeu adultério e consequente assassinato de Urias. Enquanto fazia repousar seus pecados no íntimo, eis que a perversidade cirandou o coração de um homem que era considerado “o homem segundo o coração de Deus”, a ponto de perder toda bondade, justiça e compaixão, atitudes essas que sempre comandaram seu viver. Davi era um crente genuíno, mas sua queda mostrou o que pode acontecer na vida de qualquer crente, caso despreze a palavra e comece a andar sob o poder do orgulho mundano. Mas a lição mais memorável do texto foi a beleza do arrependimento ocorrido com ele.    Todo e qualquer arrependimento genuíno é fruto da obra da graça, por isso vale a pena ser notado e perscrutado. Homens e mulheres têm um novo começo quando se arrependem de coração e por isso que o quanto há de maravilhas no arrependimento sincero, de coração; o quanto tudo à frente é mudado e quanto Deus é glorificado num viver que chega perante Deus em humilhação. Observemos que algumas lições se destacam como pano de fundo do texto e quero considerar apenas quatro:
1.     Não foi um mero remorso. Prova está no fato que ele não dá descanso a Deus, apoderando-se do seu terno coração. O que ocorreu com Judas foi remorso, diante da consciência da loucura cometida e das consequências eternas. Notamos a mesma verdade com o Saul, após ter sido descoberto em não ter obedecido a Deus em tudo, no caso dos amalequitas. Assim que percebeu que não havia lugar para suas desculpas e que estava realmente perdido, imediatamente procurou ajuda e mediação de Samuel perante Deus. Nas não foi assim no tocante a Davi, porque ele apenas esperou o profeta Natã ir embora, a fim de se atirar aos pés de Deus em pranto, devido a malignidade do seu pecado.
2.     Seus anseios revelam um coração contrito, que almeja andar com Deus nesta vida e na eternidade. Davi não estava sequer interessado em saber o quanto sofreria com as consequências de seus pecados na família e no reino. No arrependimento homens e mulheres não olham para os resultados do pecado aqui; não querem um caminho fácil. Eles querem contemplar o sorriso do perdão do Senhor e do seu acolhimento. Tenho ouvido acerca desse evangelho socialista tão apregoado em nossos dias, o qual trabalha tendo em vista mais em remendar o viver dos ímpios, do que leva-los ao arrependimento, mesmo que tenham que sofrer aqui os resultados de seus pecados.
        Quanto a Davi foi diametralmente diferente sua atitude, porque ele queria seu Senhor; estava amargurado por ter ofendido seu Deus, por ter mexido em sua glória e honras. A consciência desses fatos levou Davi aos pés do Rei da glória, a fim de achar sua graça, porque pela lei certamente merecia a terrível punição da morte.

Nenhum comentário: