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“Para o sábio há
o caminho que da vida que o leva para cima, a fim de evitar o inferno em baixo” (Provérbios 15:24)
HÁ UM
ESPÍRITO DE DISCERNIMENTO: “... a fim de evitar o inferno em baixo...”
Prezado leitor pude apresentar uma
visão panorâmica do evangelho bíblico, a mensagem que apresenta tanto o juízo
quanto o amor de Deus. Se for apagada a mensagem dos terrores de Deus,
certamente a mensagem do amor perderá seu brilho e glória. A salvação bíblica é
vista em toda sua amplitude quando os pecadores vêem os horrores de uma punição
merecida. Quando os homens são descobertos como culpados em Adão, distanciados
de Deus e implacáveis inimigos, revelando isso em seus atos, somente assim
poderão entender que Deus age com os homens na base de Sua misericórdia.
A salvação acontece quando o homem
corre do juízo certo em busca do socorro do Alto. O homem que busca a salvação
conquistada na cruz há de lançar fora todos seus recursos próprios; toda
confiança em si mesmo torna-se nula; toda justiça própria é vista por ele como
trapo de imundície (Isaías 64:6); todo orgulho e vaidades são vistos como peso
que arruína e que poderá ocasionar o naufrágio eterno de sua alma. Cristo é o
Salvador do perdido, mas jamais o Filho anulou, nem anulará a glória do Pai.
Ele mesmo afirma que veio ao mundo para fazer a vontade do Pai (João 6:38), por
isso nunca acontecerá salvação à parte da vontade soberana, e dentro desses
santos e eternos propósitos o homem em desobediência acha-se debaixo da Ira de
Deus (João 3:36). O evangelho da glória de Cristo não apresenta uma salvação
fundamentada em pensamentos humanistas; ninguém será aceito perante Deus tendo
como base seus problemas materiais, psicológicos e sociais. Nada pode paralisar
a Ira de Deus acesa contra o culpado, a não ser o sangue remidor. Ninguém
poderá penetrar no santo lugar a não ser mediante o sangue da cruz, fora disso
a condenação permanece sobre a cabeça do culpado.
Prossigo aprofundando um pouco mais
esse assunto tão importante. O orgulho do pecado encobre o coração, entenebrece
a alma, de sorte que os homens não percebem qualquer sinal de juízo. Satanás é
um príncipe bem religioso, mas sua religião centraliza-se nos direitos dos
homens. Portanto, no pecado os homens pensam num deus diferente, num deus
pacifista e necessitado. Por essa razão os homens correm em busca dessa
divindade bondosa e afeiçoada aos problemas que as pessoas enfrentam na vida.
Mensagens sobre um deus de amor, um deus que é pai de todos e que oferece o céu
para todos que disserem SIM, são plenamente aceitáveis aos corações
endurecidos. Mensagens a respeito dessa divindade tão aceita no meio dos homens
funcionam como colchão para descanso no meio de perigos iminentes; agem como
comprimidos que retiram temporariamente as dores de consciências culpadas.
O homem que busca a salvação em
Cristo pode discernir o Deus que julga e que não tem o culpado por inocente. O
homem arrependido não esconde seus pecados, não vai a Deus em busca de direitos
pessoais; não busca justiça, pois sabe bem que se Deus o tratar como merece ele
deve ser jogado imediatamente no inferno. Por esse fato ele corre e foge da Ira
de Deus, abrigando-se em Cristo. Ele sabe que não tem outro esconderijo para
sua alma; sabe que precisa da paz com Deus (Romanos 5:1), e o mediador
escolhido é o Filho de Deus (1 Timóteo 3:5). Sabe que só pode ficar purificado
dos seus pecados e mais alvo do que a neve pelo sangue do Cordeiro amado (Salmo
51:7).
Tomemos essa verdade do evangelho
agora para os corações atentos. Você amigo, um dia tomou esse caminho da
sabedoria? Um dia correu para os braços de misericórdia do Salvador, achando
Nele o refúgio eterno para sua alma? Pode agora dizer que já está salvo da
punição merecida?
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