“Portanto, eis que eu a
atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração” (Oséias 2:14).
É
no meio dos terrores de uma aliança quebrada e de pecados praticados voluntária
e deliberadamente que brilham e reluzem as maravilhosas palavras da poderosa e
atuante graça. Ali estava o Senhor tão bondoso, fiel e amoroso, simplesmente
rejeitado por Israel, assim como uma esposa rejeita seu marido, por estar
atraída por amantes.
Caro
leitor, fitemos nessas palavras as joias preciosas do evangelho da graça! Ora,
por que Deus citou e registrou essas preciosidades? Não foi para mostrar Seu
infinito amor aos perdidos pecadores? Não foi para brilhar Sua imensa compaixão
por homens vis, maliciosos, ingratos e infiéis? Notemos bem que toda iniciativa
é Dele, não do homem; toda força lidar com o homem culpado é Dele e não do
homem e o modo Dele agir é sábia, santa e soberana.
A
primeira lição despontada no texto é a ação da poderosa e irresistível graça: “Portanto,
eis que eu a atrairei...”. Por que isso? A razão é que se não for o
poder amoroso, compassivo e cheio da vida celestial desse Deus, não há dúvida
que nada pode trazer o homem para Deus. A lei veio só para fortalecer essa
verdade. O que Deus com o pecador é atraí-lo para Si e essa prerrogativa é
somente e tão somente Dele. O homem não pode, não quer e até mesmo odeia pensar
em chegar a Deus. Ninguém, jamais foi a Deus por si mesmo; não há um salvo que
chegou a Deus por livre iniciativa sua. Todos foram atraídos pela poderosa ação
da graça irresistível.
Em
segundo lugar vemos o que Deus faz com a alma que Ele mesmo a atrai para Si:
“...e
a levarei para o deserto...”. A lição que o Espírito de Deus nos mostra
é que Deus retira o pecador para estar à sós com Ele. Ele desfaz todo aparato
mundano; retira tudo aquilo que parecia ser de confiança; anula toda esperança
desta vida oca e passageira e leva a alma a conhecê-lo de uma maneira
maravilhosa e particular. A ideia é que ninguém neste mundo fica sabendo o que realmente
está acontecendo; que essa história de amor eterno é completamente desconhecida
aos ouvidos deste mundo, até que o novo homem apareça em cena, assim como Saulo
de Tarso ficou três dias sozinho, para finalmente manifestar-se em Jerusalém
como um novo homem.
A
terceira e última lição enfatiza a forma como Deus fala à alma atraída pela Sua
graça: “...e lhe falarei ao coração”. O homem verdadeiro é o homem do
coração. Não é o homem da aparência, do sentimento, produto daquilo que o mundo
e a religião mentirosa pode produzir. O Senhor fala ao coração. O velho homem
externo, mundano e carnal é abatido com as flechadas da verdade; some e
desaparece todo romance mundano e despenca toda pretensa vaidade de um mundo
melhor. O Senhor fala ao coração da alma atraída por Ele. O Senhor fala com
doçura, suavidade, graciosidade, perdão e mostra Seu intenso e eterno amor pela
alma.
Caro
leitor, eis aí em poucas palavras as lições acerca da radiante graça! Eis aí a
presença do Senhor neste mundo, chamando pecadores para Si! Eis aí o trabalho
soberano e glorioso desse evangelho no mundo inteiro! Eis aí o trabalho que Ele
está fazendo exatamente agora no meio dos pecadores culpados e maus.
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