sábado, 26 de abril de 2014

SALMO 23 (2) Spurgeon



                                                       
Vem, pois, a Jesus Cristo; deixa que Ele seja agora o pastor da tua alma. E sabe que Ele será doce ao procurar guardar-te do pecado antes que o cometas. Oh, que este pensamento — que Jesus Cristo é doce no Seu relacionamento com todos os Seus membros, com o Seu rebanho, especialmente com os que pecam — persuada os corações de alguns pecadores para que entrem no Seu aprisco. John Durant, 1652.
         Noto que algumas ovelhas do rebanho se mantêm perto do Pastor e O seguem aonde quer que Ele vá, sem a menor vacilação, enquanto que outras vão por sua própria conta, de um lado para o outro, ou se detêm atrás; e Ele com frequência volta-Se e as repreende com um grito áspero e agudo, ou atira-lhes uma ou duas pedras. Vi que um pastor deixou a uma delas coxa. Não é desta forma que se comporta o Bom Pastor.
         E quando vêm o salteador e o ladrão (e vêm deveras) o Pastor fiel com frequência arrisca a sua vida em defesa do seu rebanho. Vi mais de um caso em que o pastor perdeu literalmente a vida num conflito. Um pobre pastor fiel, na última Primavera, entre Tiberias e Tabor, em vez de fugir, fez frente a três beduínos que foram roubá-lo e o esquartejaram e o deixaram morto entre as ovelhas que defendia.
         Algumas ovelhas mantêm-se perto do pastor e são as suas prediletas. Cada uma delas tem um nome pelo qual responde alegremente, e o bondoso pastor distribui-lhes porções escolhidas que recolhe com este propósito. Há as contentes e satisfeitas. Não correm o perigo de perder-se ou de ver-se em dificuldades, seja por animais selvagens ou ladrões que se lancem sobre elas.
         O grande corpo do rebanho, não obstante, ou seja, os que são meramente “mundanos”, tentam apenas conseguir os seus prazeres ou interesses egoístas. Correm de arbusto em arbusto, procurando variedade nos seus pastos, e só de vez em quando levantam a cabeça para ver onde está o pastor, ou onde está o rebanho em geral, para que não se desencaminhem por afastar-se muito, de modo que se arriscam a uma repreensão de seu cuidador por haver-se feito notar desta maneira.
         Outras, também, estão inquietas e descontentes, e saltam nos campos vizinhos, encarrapitam-se nos arbustos e até nas árvores inclinadas, de onde caem e quebram uma pata. Estas dão ao pastor incessantes preocupações. W. M. Thomson, D.D., in “The Land and the Book.”
         As palavras seguintes são uma espécie de inferência da primeira afirmação, são uma sentença positiva: nada me faltará. É possível que sofra noutras circunstâncias, mas quando o SENHOR é meu pastor, Ele pode suprir todas as minhas necessidades, e Ele certamente está disposto a fazê-lo, porque o Seu coração está cheio de amor, e portanto, nada me faltará. Não me faltarão coisas temporárias. Não alimenta Ele os corvos e faz com que cresçam os lírios? Como, pois, pode deixar os Seus filhos que pereçam de fome? Não me faltarão coisas espirituais; sei que a Sua graça será suficiente para mim. C. H. S.
         O homem piedoso não carece de nada. Porque ainda que com referência às coisas desnecessárias ele “não tem nada”, com referência às outras é como se as possuísse todas. Não carece de nada que seja necessário para glorificar a Deus (podendo fazê-lo do melhor modo possível por meio das suas aflições), ou para que Deus o glorifique a ele, e o faça feliz, tendo a Deus mesmo como a sua porção, e suprindo todas as suas necessidades, o qual é suficiente em abundância em todos os tempos, para todas as pessoas e em todas as condições. Zachary Bogan.

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