“Ninguém pode vir
a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6:44).
A
NECESSIDADE DA SOBERANIA (continuação) “Ninguém pode vir a mim...”
Prezado
leitor, encerrei a meditação anterior apresentando um pouco a respeito da
glória do Filho de Deus. É impossível ir a Cristo, a não ser que Deus, o Pai
conduza a alma. Achegar-se a esse ser glorioso, àquele que é o Deus unigênito,
a revelação de Deus, simplesmente é impossível até mesmo para nossa concepção
mental. Podemos nos dirigir para uma igreja; podemos adaptar facilmente a uma
organização religiosa; podemos aceitar na mente os ensinos concernentes a
Cristo, Sua morte, ressurreição e Sua salvação; podemos declarar com nossos
lábios uma confissão religiosa de nossa fé, porém, ir a Cristo para a salvação
de sua alma, para ser Dele, viver por Ele e para Ele aqui e na eternidade é
algo completamente impossível para a natureza corrompida do homem.
Creio que preciso mostrar essa glória de
Cristo em algumas passagens bíblica. Vemos por ocasião da Sua transfiguração,
quando Pedro, Tiago e João simplesmente procuraram um esconderijo; não podiam
ficar em pé diante da fascinante glória do Filho de Deus. Eles estavam tendo a
mesma visão que Moisés tivera na sarça (Êxodo 3); a mesma que Isaías contemplou
e que o deixou aterrorizado, vendo sua culpa e o inferno escancarado à sua
frente (Isaías 6). Foi também a mesma visão que Paulo tivera no caminho de
Damasco (Atos 9), quando foi cercado por essa radiante glória que por
misericórdia culminou em sua salvação e transformação.
Querido
leitor, o pouco que foi dado creio que serve para que entendamos os ensinos a
respeito da nossa vil condição no pecado. Importa que todos saibam desses
fatos, do contrário os homens serão engambelados com as sutilezas religiosas de
satanás. Preciso apresentar o caminho certo, mas para que todos vejam o caminho
exato, preciso fazer com que a luz da verdade brilhe intensamente. Por isso
chamo sua atenção para o texto: “Ninguém pode vir
a mim...”. Note como nosso
Senhor foi taxativo no que tange a incapacidade do homem para ir a Ele por si
mesmo. Ele afirma: “Ninguém...”. Ele não disse que há um grupo especial de pessoas
que podem ir a Ele; também, nada falou sobre a gravidade de alguns atos
pecaminosos nas vidas de muitos.
Nosso
Senhor envolve toda raça humana nesse termo: “Ninguém”; foram envolvidos os orgulhosos judeus,
os quais confiavam em sua religião e costumes judaicos. O Senhor toma toda raça
e coloca todos numa só família – a família adâmica, caída e culpada; o Senhor
coloca todos na mesma condição em Adão, na mesma situação de condenados e
carregando a mesma natureza pecaminosa, todos com a mesmíssima inclinação
natural; todos juntos em harmoniosa rebelião contra Deus e disposto a apontar
suas armas contra os céus, a fim de destituir a divindade de Sua posição de
glória e de honras.
Ora, não
gostamos dessas terríveis revelações a nosso respeito. Gostamos muito de ser
ovacionados e celebrados como seres especiais; gostamos muito de ser vistos
como vítimas da situação cruel de sofrimento pela qual passa a raça humana;
queremos que imediatamente apareça um deus que possa trazer o céu para a terra,
pois almejamos estar revestidos de bênçãos e ser coroados de glória e de honras.
Mas, nosso Senhor aponta nossa culpa, revela nossa origem de uma raça
terrivelmente culpada e declara que todos nós fomos destituídos, postos fora,
demitidos do lugar de honra. O que aparece agora é uma multidão de homens e
mulheres expulsos da presença de Deus e numa situação de ruína espiritual.
Amigo, toda essa verdade aparece a fim de que sejamos
humilhados. A Palavra de Deus se encarrega de fazer com que caiamos no pó, no
desespero. Ela nos emudece e desmancha tudo aquilo que pintamos por fora de
espiritualidade. Cristo veio buscar pecadores; veio chamar homens e mulheres ao
arrependimento.
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