“Mas o
povo, vendo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e lhe
disse: Levanta-te, faze-nos um deus que vá adiante de nós; porque, quanto a
esse Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe
aconteceu” (Êxodo 32:1)
Logo no limiar da aliança estabelecida
entre Deus e a nação de Israel podemos presenciar o que realmente significa a
natureza humana em sua condição depravada, cruel, inimiga de Deus e predisposta
a viver na impiedade. Desde a saída do Egito até aquela ocasião toda aquela
população esteve cercada de sinais e maravilhas feitas pelo Todo Poderoso;
nenhuma outra nação pode ter esse privilégio. Mas mesmo assim eis aí a
inclinação natural susceptível a confiar no homem em lugar de Deus: “...esse
Moisés, o homem que nos tirou...”.
Ó como os homens estão dispostos a
glorificar o homem em lugar de Deus! Ó como estão aptos a por sua confiança na
carne mortal! (Jeremias 17:9). Foi no silêncio da ausência do grande líder de
Israel que a nação mostrou as intenções do coração humano. As maravilhas do
braço forte do Senhor e os terrores da lei não foram suficientes para acalentar
seus corações nem animá-los para andar em temor e santa obediência à Palavra.
Eles tinham olhos, mas eram espiritualmente cegos; seus ouvidos eram carnais e
completamente surdos para Deus. A ausência de Moisés indicava que estavam
“livres” desse Deus Santo; ali mostraram o quanto seus corações eram mundanos e
agregados ao sistema de vida egípcio, mesmo com a escravidão. Queriam
liberdade, mas para dar vazão à carne.
A conclusão de seus corações foi que
Moisés morreu, e para eles não era motivo de pesar e tristeza, pois ansiavam
uma liderança segundo as corrupções de seus corações, pois queriam festas,
orgias e religião segundo os moldes da carne. Nada havia de santo temor,
reverência, gratidão e devotada obediência Àquele que mostrou Seu amor por eles
no grande livramento ocorrido no Egito. Ao pé do monte Horebe eles ficaram
cercados de um ânimo mundano, na expectativa de ter o que tanto a natureza
humana almeja – a liberdade para pecar e pecar mais!
Caro leitor, Israel mostra exatamente o
que o homem é no coração – humanista. Se Moisés morreu, levantemos um Arão;
queremos novidade religiosa; almejamos um deus do nosso estilo; queremos ficar
com a teologia certa, mas queremos adorar um deus feito por nossas mãos –
bezerros de ouro. Deixe conosco, pois ao celebrarmos nossos cultos em torno
desses “bezerros”, diremos: “Esses são os deuses que nos tiraram do Egito!”.
Ora, esse humanismo religioso de nossos
dias segue o mesmo estilo, pois conseguiram adaptar os ensinos bíblicos com os
deuses que eles fabricaram e fabricam. Eles celebram suas festas pagãs, pulam,
dançam, cantam, buscam prosperidades, porque querem continuar vivendo em seus
pecados. Nada podemos esperar do velho homem em Adão, pois sai do ventre
materno apto para desferir mentiras contra Deus (Salmo 58:3). Caro leitor, enquanto não houver uma
mudança no coração, o homem no pecado é o mesmo, pronto para buscar liderança
religiosa dos homens, pois não quer e odeia a liderança do Senhor Deus. Não há
solução, a não ser que o Senhor em Sua misericórdia realize Sua portentosa obra
de tirar o coração de pedra e conceder um novo coração (Jeremias 31:33). Vemos
isso ocorrendo quando homens e mulheres passam a buscar o Senhor de todo
coração! Quando o arrependimento e a fé genuína irrompem do céu, atingindo as
almas. Assim homens e mulheres passam a ter o temor do Senhor; passam a amá-lo
de todo coração e vivem em santidade de vida, odiando o pecado e amando a
justiça.
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