“...Então o
rei chamou a Absalão, e ele entrou à presença do rei, e se prostrou com o rosto
em terra diante do rei. E o rei beijou Absalão” (2 Samuel 14:33)
Veja caro
leitor até onde a conivência com o mal nos leva às decisões mais terríveis, com
resultados assombrosos. Quem era Davi? Um homem cheio do poder de Deus para
atuar com justiça e mostrar ao povo de Israel que no reino de Deus não pode
haver aceitação das maldades e perversidades. Aquele que mostrou humildade no
trato com Saul e que foi firme e decidido em tratar com os dois assassinos do
rei Isbosete (2 Samuel 5), agora mostra ser um verdadeiro fracasso ao tratar
com a maldade dentro da Sua própria família.
Na verdade,
o pecado que o rei tinha praticado ao adulterar com Bate-Seba e assassinar o
marido dela (2 Samuel 11), trouxe um inevitável fracasso moral ao viver daquele
que fora chamado de “homem segundo o coração de Deus”. Agora ele não tinha mais
condições de julgar o mal, pois havia obedecido ao pecado e rejeitado honrar o
Senhor no viver. Mostrou isso quando se inclinou para beijar Absalão. Ora, o
filho do rei não passava de um assassino frio e calculista, perante a lei de
Deus merecia ser morto. Como rei de Israel, Davi deveria julgar e punir o
próprio filho e não buscar um lugar de refúgio para alguém que traiçoeiramente
assassinou seu próprio irmão.
Mas, como
Davi faria isso? Agora os frágeis sentimentos paternais ocupavam o lugar da fé
e obediência a Deus. Agora sua espada foi retirada do lugar certo; agora não
havia qualquer disposição de buscar a sábia direção de Deus, como tantas vezes
fez, porque sua maldade praticada fez do rei um fracasso em seu reino.
Doravante todo seu reino não teria mais segurança, porque um malfeitor está à
solta e o próprio rei se inclinou para beijar a injustiça e a maldade; ao agir
com o mero amor meloso de um pai derrotado, eis que Davi simplesmente fez
aliança com o mal. Era exatamente isso que Absalão procurava, pois percebera a
fraqueza do rei e nessa fraqueza viu as brechas necessárias para tomar o reino,
trazendo tantas tristezas, lutos e choros!
Meu caro
leitor, a aliança do rei Davi com o mal, mostra o que está ocorrendo em nossos
dias. Pastores e líderes evangélicos aliciados pela famigerada avareza têm
feito aliança com o mal. Um abismo tem chamado outro abismo; uma pequena
fraqueza aqui mostra os passos em direção ao pacto com o próprio diabo. É por
causa do ardente desejo da fama, da glória aqui, do sucesso material que muitos
não percebem que lançaram suas espadas da guerra contra o mal para longe. E
quando isso acontece, eis que chega o perigoso “Absalão”. Muitos vão aos poucos
beijando uma heresia aqui, outra ali. Muitos aos poucos vão estendendo às mãos
ao ecumenismo e saudando toda mentira travestida de evangélica.
Muitos
tentam encobrir as farsas dos seus corações com doutrinas e mostrando que estão
de bem com Deus. Mas quando o “beijo da aliança com o mal” é dado,
imediatamente o malfeitor encontra o lugar seguro para lançar seus dardos
inflamados e destruir toda verdade. Satanás sempre se disfarça de religioso, de
humilde e até mesmo de piedoso, assim como Absalão se disfarçou de um filho
pródigo que voltou ao lar.
Meu caro
leitor, não esqueçamos que este mundo é o campo minado, onde satanás luta
intensamente contra a verdade revelada na Palavra. Os servos do Senhor foram
chamados à guerra contra a mentira e para isso nosso ser deve estar totalmente
tomado da verdade. Para isso a santidade de Deus deve encher de gozo nossa alma
e Cristo deve ser nossa riqueza e prazer. Caso contrário Satanás descobre onde
há qualquer brecha de fraqueza em nossas vidas. O momento agora é de humilhação
e de plena disposição para agradar o Senhor, caso contrário a derrota virá
carregada de aparente sucesso material.
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