“Fiel
é a Palavra e digna de inteira aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo para
salvar pecadores, dos quais eu sou o principal” (1 Timóteo 1:15).
Caro
leitor, quão precioso é o ensino da graça a respeito dos pecadores! Como difere
da nossa maneira de pensar! Que assentemos nessa “sala de aula” da graça, a fim
de que aprendamos com o nosso Sumo professor acerca de lições jamais ensinadas
nem aprendidas no mundo. A linguagem é de Deus e o ensino é totalmente Dele.
Do
nosso ponto de vista o principal dos pecadores seria um ladrão, assassino ou
qualquer malfeitor, porém não é isso o que transmite a verdade revelada. Quando
Paulo afirma ser o principal dos pecadores, lições preciosas emanam dessa
frase: “...dos quais eu sou o principal”. A primeira é que Saulo de Tarso manifesta
o que o pecador é segundo a lei. Ao tentar cumprir a lei no objetivo de
alcançar a ressurreição, Saulo não via as maldições pesadas da própria lei que
desciam sobre sua cabeça. Sua visão religiosa era horizontal e nunca vertical. Ele
olhava a lei do ponto de vista humano e seu sistema religioso era constituído
de homens hábeis em fragmentar as leis, a fim de criar seus próprios sistemas
de religião. Os fariseus eram assim, por isso nosso Senhor sempre Se voltou
contra aqueles homens, para os condenar.
Mas o
objetivo da lei sempre foi revelar o pecado; veio despertar a “fera interior”
do coração do homem; veio por assim dizer, “mostrar as garras” do pecado. A
perfeita lei de Deus serve como raio X, descobrindo a corrupção do homem e
declarando sua culpa e condenação. A lei veio para afirmar que a justiça do
homem é trapo e que toda tentativa do homem para a salvação é vã. Paulo
escreveu a carta aos Gálatas justamente para abrir os olhos daqueles irmãos, os
quais estavam caindo nas armadilhas de judeus hereges.
Porém,
o caminho através das “montanhas e vales” da lei é importante, porque têm como
meta levar os pecadores à cruz. A “rodovia” que chega ao calvário começa no
Sinai e é uma jornada aterrorizante para a alma, porque todo seu percurso é de
trevas. Mas a função da lei é mostrar aos pecadores o caminho até a cruz; é
desnudar o homem de sua justiça suja, a fim de que seja revestido da perfeita
justiça de Cristo: “Pois o fim da lei é Cristo, para a justiça de todo aquele que crê”
(Romanos 10:4). Somente e tão somente a lei pode revelar o estado do homem; sem
a lei a avaliação é perigosa e obscura.
Quando
Saulo caiu por terra ficou sabendo naquele momento o que jamais pode saber. A
luz que precisava veio do céu e não de uma organização religiosa; toda
organização humanista foi derribada; todo estrutura feita de barro virou cinzas
ante o brilho da Glória do Salvador e Senhor. Foi ali que Saulo de Tarso pode
entender que em todo sentido era um criminoso, pois perseguia de forma injusta
os santos de Deus, sem saber que estava perseguindo o próprio Senhor. Era um
ladrão, pois tenta roubar para si mesmo a glória pertencente ao Senhor através
de seus atos de justiça. Era um idólatra, pois ao odiar Deus venerava e servia
o príncipe deste mundo. Então, somente a lei pode mostrar a totalidade da culpa
do pecado; somente a lei pode revelar a extrema malignidade do pecado; somente
a lei pode mostrar a profundidade do poço da perdição.
Foi
perante essa filmagem de seu viver no pecado que Paulo pode abrir seus lábios
nessa confissão: “...eu sou o principal”. A mensagem do
céu realiza essa incrível obra da graça e remove o coração de pedra, a fim de
dar ao homem um novo coração. A salvação é igual a todos e desce todos ao lugar
onde os homens devem estar – no pó. Ninguém é achado pela misericórdia enquanto
está posicionada lá em cima, no pedestal do orgulho. A função da lei é derrubar
o homem de lá.
Meu
amigo, você já encontrou com o Senhor da glória? Obteve já essa tão grande
salvação? Já foi erguido do pó para a posição de novo homem em Cristo? Já saiu
da condição de um réu, condenado à perdição, para a posição de filho de Deus e
herdeiro da glória?
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