sábado, 26 de abril de 2014

PARTICIPANDO DO CORDEIRO – A FRESSURA




Não comereis dele nada cru, nem cozido em água, senão assado ao fogo; a cabeça com os pés e a fressura” (Êxodo 12:8).
A FRESSURA
         Caro leitor, de volta ao texto em Êxodo 12:8, não podemos esquecer que nossa comunhão deve estar em torno da verdadeira mensagem da cruz, caso contrário desviaremos do rumo certo e o mundo oferecerá seu sistema de cultos e a carne se deliciará naquilo que é abominação ao Senhor. A mensagem do evangelho é a luz do céu que norteia nossos corações na verdade de que um dia fomos abraçados pela misericórdia de Deus; que um dia Deus enviou Seu Filho, a fim de que tomasse nosso lugar na cruz e assim morresse em lugar de ímpios pecadores.
         Já pudemos ver naquele culto simbólico feito pela família israelita em torno daquele simples cordeiro morto, cujo sangue marcado na porta do lado de fora livrou o primogênito da morte certa. A ordem dada à família era que eles participassem do cordeiro assado nas três partes: Cabeça, pés e fressura. Nosso culto hoje deve estar harmonizado com o mesmo ensino, a fim de que apreciemos nosso Cordeiro em Sua cabeça- conhecimento; em seus pés – obediência e em sua fressura – Seu amor e compaixão.
         Caro leitor examinemos de perto a última parte – a fressura. Esta é tudo o que está ligado às entranhas, desde a língua até ao fígado. Onde foi que nosso Senhor não experimentou a fúria da Ira de Deus sobre Si? Da Sua cabeça aos pés, em tudo nosso Senhor sofreu os terrores daquilo que nós haveríamos de sofrer, caso não houvesse esse perfeito substituto em nosso lugar. Cristo se entregou a Si mesmo; Cristo, o nosso Cordeiro veio até à cruz não somente em sabedoria, discernimento, conhecimento e obediência, como também em perfeito amor. Seu amor foi tão imenso, tão profundo, tão extenso que não há como explicar em nossa pobre linguagem. Mas na fressura do cordeiro podemos conhecer o que realmente significou Sua compaixão pelo Seu povo.
         Ó, que nós possamos saber disso! Aprendemos essa verdade de duas maneiras: pelo conhecimento daquilo que nos foi revelado. Humildemente abracemos a história da cruz em nossos corações. Não tem uma verdade que tanto nos humilha como essa. Eu sei que hoje multidões querem um cristo diferente, um cordeiro moldado pelos pregadores. Mas quando eles ficam sabendo à luz da verdade bíblica a respeito deles; quando a pregação traz à lume o estado depravado do homem, do seu intenso ódio a Deus, de suas vidas em obediência voluntária ao pecado e da condenação merecida, imediatamente eles silenciam e muitos fogem. Mas, caro leitor, a fressura do cordeiro nos mostra como foi intensa e profunda a compaixão do Senhor em favor dos perdidos! Como saberemos disso se em nós houver orgulho e arrogância? O velho homem em Adão precisa saber o quanto odeia Cristo e quanto almeja vê-Lo definitivamente morto! Mas os corações quebrantados não pensam assim. Os santos pela fé estão impressionados vendo o quanto o Senhor os amou, de tal maneira que de forma obediente não recusou a cruz.
         Em segundo lugar aprendemos pela experiência no viver. Nosso viver com o Senhor nos faz com que aprendamos acerca do Seu amor por nós e de quanto Ele nos entende, nos toma para Si e nos quer perto Dele. Através das provações e do conhecimento de nossas fraquezas aprendemos o quanto dependemos Dele, do quanto somos frágeis e indignos, mas que mesmo assim somos amados.
         Também aprendemos que devemos ter em nós as mesmas entranhas de compaixão, de ternos afetos de misericórdias. Habitamos num mundo mergulhado de maldade, ofensas, vinganças, ódios. Estamos cercados dessas atitudes. Quanto mais perto do Senhor, mais obteremos Dele essa mesma disposição de espírito, a fim de orar uns pelos outros e olhar para este mundo com misericórdia!

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