domingo, 27 de abril de 2014

FUGINDO DO SANGUE




         “...tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste homem...” (Mateus 26:24).
         Caro leitor, eis que a decisão de Pilatos em lavar as mãos a fim de retirar qualquer culpa do sangue de Cristo é a decisão de milhares de homens e mulheres. O ato do governador foi de superstição e em seu coração enganoso e iludido, ele achava que uma cerimônia tão simples como aquela era suficiente para afastar e lançar para longe sua culpa. Pilatos havia recebido tanta luz da verdade de Cristo; as vezes que Cristo compareceu perante ele Pilatos, este esteve realmente perante a verdade que até aquele ponto era desconhecida para alguém com uma posição tão eminente. Mas sua covardia fê-lo fugir, pois não queria se unir a Cristo. Então Pilatos se tornou um traidor como Judas; negou a Cristo mais do que Pedro e foi covarde para ficar de longe e não gritar com a multidão pedindo crucificação daquele homem simples e puro.
         Pilatos pensava que naquela água havia poder para lavar suas mãos manchadas e imundas; ele via tudo por fora e compreendia as coisas do ponto de vista natural e sua religião pagã era também semelhante a religião dos fanáticos e hipócritas judeus. Uma mente corrompida e um coração pervertido sempre hão de apoderar desses sistemas religiosos externos, a fim de tentar escapar de Deus. Ora, quando Pedro pregou às três mil almas no dia de Pentecostes, aquele simples pregador ousou declarar àquela multidão que eles foram culpados de terem matado a Cristo (Atos 2).
         Então caro leitor, o que Pilatos fez foi “batizar” suas mãos, na tentativa de eliminar sua culpa, e não sabia que logo seria atirado para o inferno, por ter negado o Santo de Israel. Lavar as mãos não significa lavar o coração. Seu coração imundo havia deixado suas mãos contaminadas de tal maneira que nada poderia retirar aquela nódoa do pecado. Pilatos estava perante a fonte de purificação, mas recusou o Cordeiro de Deus, a fim de purificar sua consciência com obras mortas e nulas. Ao fugir do sangue, como Caim, estava assinalando ali sua culpa eterna, a qual nenhuma água poderia arrancá-la.
         Ó meu amigo, milhares têm tomado o mesmo caminho que Pilatos tomou, pois também têm “lavado as mãos”. Na tentativa de escapar milhares têm “lavado as mãos” no batismo, pensando ali ficaram depositados todas as suas imundícies; milhares têm “lavado as mãos” e buscado sua inocência praticando boas obras, pois creem que fizeram sua parte e por isso estão satisfeitos. Milhares continuamente “lavam suas mãos” porque não querem encarar a cruz e depararem com sua culpa. Milhares correm para buscar essas “águas milagrosas”, porque não querem ouvir que crucificaram o Rei da glória! Milhares estão prontos a pagar caro para que falsos mestres ministrem suas vidas nesse caminho cheio de ciladas mortais.
         Ó caro leitor, não fuja do sangue da cruz! A morte de Cristo foi culpa nossa; a morte Daquele que jamais conheceu pecado foi um ato perverso de nossa parte, porquanto Ele foi crucificado por causa das minhas terríveis transgressões. Mas não fuja amigo; não busque essas águas imundas da superstição humana, na tentativa de purificar-se; cuidado para que não sele sua sentença eterna ao buscar outro meio. Corra para o sangue, pois Aquele que foi pendurado na cruz é o Cordeiro de Deus que tira o pecado (João 1:29)! Medite nessa verdade tão gloriosa! Encare sua vergonhosa culpa e chegue perto totalmente imundo, a fim de ver que Aquele que morreu também ressuscitou e vivo está!
         Chegue, porque Ele é Fiel e Justo para perdoar seus pecados e lhe purificar de toda injustiça! Chegue porque Ele jamais vai lhe desprezar e lhe lançar fora (João 6:37)! Chegue porque não há esperança se você ficar de longe! Chegue porque é agora que você poderá entender a realidade dessa misericórdia de Deus em favor de homens e mulheres tão culpados e condenados!

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