quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A SOBERANIA DE DEUS NA SALVAÇÃO (1)




Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6:44).
         Prezado leitor, sinto gozo em meu coração quando me deparo com um texto tão impressionante como este! Aliás, o livro de João em sua totalidade é uma das mais gloriosas manifestações da sublimidade das Escrituras sagradas. O cap. 6 desse livro é algo simplesmente encantador, inaceitável à mente incrédula tão entenebrecida no pecado. Quero aqui convidar o leitor atento, que ama a Palavra de Deus para o exame desse verso. Não passemos superficialmente por essas riquezas do conhecimento do Deus que neste mundo opera Sua gloriosa salvação. Certamente o verso é humilhante, mas nossa humilhação é tão salutar, porquanto somente assim teremos a nossa pobre, limitada e suja mente capaz de entender verdades eternas reveladas àqueles que buscam o Senhor de todo coração.
         Cristo está perante uma multidão de homens e mulheres que corriam em busca de Seus milagres; estava ali um homem que era tudo o que a natureza carnal e mundana tanto queria; tudo o que eles precisavam para ter um mundo política e religiosamente melhor. Eles queriam um reino mundano melhor e um deus capaz de atender seus apetites carnais; aquele fazedor de milagres seria capaz de reinar em Israel e mudar a situação daquela nação tão pobre e ainda escravizada à tirania romana.
         Mas, repentinamente eles se viram perante alguém cujas palavras descobriam as manobras de seus corações incrédulos e rebeldes. Com Suas palavras penetrantes o Senhor transportou aquele povo para o Velho Testamento e mostrou que em nada eles eram diferentes dos israelitas que ali no deserto recusavam o pão vindo do céu; suas atitudes para com Deus eram semelhantemente rebeldes e obstinadas. Cristo mostrou que Ele era o verdadeiro pão do céu, que veio ao mundo para dar vida eterna; o maná que caía no deserto nos dias de Moisés para o sustento do povo era apenas uma figura simbólica do verdadeiro pão celestial.
         Foi assim que a partir do verso 37 que nosso Senhor começou a disparar as flechas das verdades soberanas diretamente contra aqueles corações rebeldes; a luz do evangelho da glória de Cristo começou a brilhar perante o ódio intenso da natureza orgulhosa e odiadora de Deus. O homem parece ser muito espiritual e aparenta ser muito piedoso enquanto a glória do Filho de Deus não aparece. As multidões estão aptas para aceitar uma religião mundana, um evangelho humanista, mas quando brilha a verdade da corrupção e maldade de seus corações corrompidos, imediatamente fogem ou ameaçam atacar o reino de luz. Isso acontece porque o evangelho da glória de Cristo humilha o coração, desfaz toda aparência e revela que homens e mulheres estão perdidos, a não ser que apelem para as misericórdias do Senhor.
         As palavras penetrantes do Senhor começam a mexer com o orgulho daquele povo, justamente porque Ele afirma ser o Filho de Deus, em plena igualdade com o Pai, e em nada se intimida perante a rebelião humana; em nada nosso Senhor se submete às exigências mundanas e idólatras de homens caídos no pecado. Foi nesse clima ameaçador, nesse ambiente compenetrado com o mal, que nosso Senhor passa por cima das reclamações, murmurações e ódio deles e afirma: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia”.
         Amigo leitor, eu sei que essas verdades do evangelho que exibe o Deus soberano é realmente humilhante, porque faz desabar toda arrogância e anula toda atividade carnal. É nesse clima de quebrantamento e contrição que a alma é colocada perante o Salvador bendito! Somente assim homens e mulheres podem conhecer o real significado da salvação bíblica! Somente assim corações rebeldes são transformados em novos corações, que temem ao Senhor e realmente andam em Seus caminhos! Enfim, a verdade revelada tem em vista nosso bem eterno; tem por meta o conhecimento a salvação do perdido e seu erguimento do pó para a glória eternal!

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