terça-feira, 16 de setembro de 2014

A REAL ESPERANÇA (11)



“A eles Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, a esperança glória”. Colossenses 1:27
NOSSA ESPERANÇA FIRMA-SE EM COISAS ETERNAS: “...esperança da glória”.         
         Caro leitor, tenho mostrado que, mesmo aspirando o céu e cheios dessa plena convicção de que temos outra cidade permanente e feita pelas mãos do sublime Arquiteto, realmente não nos desfazemos das coisas materiais que nos foram emprestadas para nosso uso aqui. Elas se tornam úteis, mas não relevantes, por causa do seu uso temporário. Isso significa que podemos passar sem elas, caso sejam tiradas de nós por Aquele que nos deu.
         Caro leitor, creio que se contemplarmos essas coisas sob uma supervisão bíblica e espiritual, não há de nos faltar sabedoria para o viver e nada disso há de nos tirar do lugar onde devemos estar. Os bens transitórios são perigosíssimos para os crentes, quando vêm para entorpecer o coração e nos afastar de Deus, enchendo nossas almas de soberba. Mas se nossos corações estiverem sob a tranquilidade do alto; quando habitamos a zona de consagração e humildade perante Deus, nada dessas coisas podem assenhorear de nosso ser. Pelo contrário, elas serão vistas como coisas que passam, que podem desaparecer de nossa visão e de nosso uso, mas não arrancam a base, assim como as nuvens podem tirar o brilho do sol, mas não podem arrancá-lo do seu lugar.
         Digo mais, que os bens temporários formam um tipo de plataforma que nos eleva às alturas. Às vezes Deus nos arranca coisas daqui, a fim de nos fazer subir os degraus da nossa real esperança. Tenho visto isso no viver de verdadeiros crentes, porque quando deles é tirado algo que tanto lhes prendia aqui, eis que repentinamente a vida espiritual brilha mais. É como se Deus tivesse tirado uma sujeira da lâmpada. Eu me lembro de minha velha mãe, mulher piedosa. A morte de meu pai e uma vida solitária fizeram aquele coração ferver da esperança da glória. Ela nada mais queria daqui e desprezava todo esse curso visível desta vida. Pensamos que ficamos fracos e mais pobres, mas a verdade é que a ausência desses bens terrenos traz sofrer externos, porém fortalece o coração.
         Caro leitor, digo mais que essa esperança mostra que avançamos para conquistas da perfeição. As prosperidades terrenas mostram-se nulas; que os mais poderosos deste mundo não passam de mendigos e que os verdadeiros santos são os ilustreis da terra e cavalheiros celestiais. Eis o que diz Spurgeon acerca disso: “O campo de batalha do cristão é aqui, mas a procissão triunfal é lá no céu. Aqui é a terra da espada e da lança. Lá é a terra da grinalda e da coroa. Aqui é a terra das vestes manchadas de sangue e do pó da batalha. Lá é a terra do som alegre das trombetas, o lugar das vestes alvas e do grito da vitória. Ah, que alegria emocionante será sentida por todos os abençoados, quando a vitória for completa no céu; quando a própria morte, o último inimigo, for derrotada; quando Satanás for arrastado preso nas rodas da carruagem  de Cristo; quando o grande grito de vitória universal se levantará dos corações de todos os remidos! Que momento de gozo será esse! Já conhecemos um poço dessa alegria aqui. Você alguma vez já lutou contra um coração mau e finalmente venceu? Já lutou com uma forte tentação, para experimentar o que significa cantar com gratidão: ‘Quando meus pés escorregaram, em tua misericórdia, ó Senhor, ajudaste-me a levantar’? Ou, como o cristão de Bunyan, você já lutou com Apolion e, após um debate acirrado, o pôs para correr? Então você já teve um antegozo do triunfo celestial – apenas uma ideia do que será a vitória final. Deus lhe dá esses triunfos parciais para que sejam prenúncios do futuro. Vá em frente e vença, e deixe que cada vitória, por mais árdua ou difícil que tenha sido, seja uma amostra da vitória celestial”

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