Oh!,
tu que estás sem Deus, e sem Cristo, és um estranho para Jesus, tu és maldito
onde te sentes, e maldito onde pares; maldita é a cama sobre a qual te deitas;
maldito o pão que comes; maldito o ar que respiras. Tudo é maldito para ti. Não
importa onde vás, és um homem maldito. Ah!, esse é um pensamento espantoso.
Oh!, alguns de vós sois malditos hoje. Oh, que um homem tenha de dizer isto de
seus irmãos! Mas devemos dizê-lo, ou não seríamos fiéis às suas pobres almas
agonizantes. Oh, Deus queira que alguma pobre alma dissesse neste lugar: “Então
eu sou maldito neste dia; maldito por Deus, e maldito por Seus santos anjos:
maldito! Maldito! Maldito! Sou maldito pois estou sob a Lei.” Penso, na
verdade, que com a bênção de Deus, o Espírito Santo nela, só se necessita dessa
única palavra: “Maldito!” “Maldito todo aquele que não permanecer em todas as
coisas escritas no livro da Lei, para as fazer.”
Mas
agora, querido leitor, tu que te encontras neste estado, impenitente e
incrédulo, tenho trabalho por diante, antes de concluir. Recorda, a maldição
que os homens recebem nesta vida, não é nada comparada com a maldição que cairá
sobre eles no além. Nuns breves anos, tu e eu vamos morrer. Vamos, falarei
contigo sobre uma base pessoal outra vez: jovem amigo, logo envelheceremos, ou,
talvez, morreremos antes desse momento, e seremos colocados nas nossas camas (a
última cama sobre a qual jamais dormiremos), e vamos despertar do nosso último
sonho para ouvir as lúgubres novas nas quais não temos esperança; o médico
tomará o nosso pulso, e assegurará solenemente aos nossos parentes que tudo
terminou! E jazeremos imóveis nesse quarto, onde tudo se cala excepto o tic tac
do relógio, e o pranto da nossa esposa e filhos; e vamos morrer. Oh, quão
solene será essa hora quando tivermos que combater com esse inimigo, a Morte!
Os estertores da Morte estão na nossa garganta (com muita dificuldade podemos
articular algo), procuramos falar, o verniz da morte está sobre os nossos
olhos: a Morte pôs os seus dedos nessas janelas do corpo, e apagou a luz para
sempre; as mãos negam-se a elevar-se, e ali estamos, acercando-nos aos limites
da sepultura! Ah, esse momento, quando o espírito vê o seu destino; esse
momento, o mais solene de todos os momentos, quando a alma vê o mundo vindouro
através dos barrotes da sua jaula! Não, não posso dizer-lhes o que sente o
espírito, se for um espírito ímpio, quando vê o trono ardente do juízo, e ouve
os trovões da ira de Todo-Poderoso, quando não há senão um instante entre isso
e o Inferno. Não posso descrever qual será o terror que sentirão os homens,
quando experimentarem aquilo que frequentemente escutaram! Ah!, está bem que se
riam de mim esta noite. Quando se forem, será um pouco divertido fazer uma
piada relativa ao que disse o pregador; que comentem entre si, e se divirtam
com tudo isto. Mas, quando estiverem nos seus leitos de morte, não se rirão.
Agora, a cortina está fechada e não podem ver as coisas do futuro; está bem que
se divirtam. Quando Deus correr essa cortina e se dêem conta da solene
realidade, não vão poder encontrar brincadeiras nos seus corações. Acab,
sentado no seu trono, ria-se de Micas. Entretanto, não lemos que Acab se riu de
Micas quando a flecha se cravou por entre as junturas da sua armadura. Nos
tempos do Noé, as pessoas riam-se do velho; chamavam-lhe um néscio decrépito,
não o duvido, porque lhes dizia que Deus estava a ponto de destruir a Terra com
um dilúvio. Mas, ah!, vós gozadores, vós não vos haveis rido naquele dia,
quando as cataratas estavam desabando do céu, e quando Deus abriu as portas do
grande abismo, e deu a ordem a todas as águas escondidas que saíssem com ímpeto
à superfície; então, vos haveis dado conta que Noé tinha razão. E, quando se
aproximar a hora da vossa morte, talvez vós não vos rireis de mim. Direis,
quando estiverdes nesse transe: “Posso recordar que uma certa noite caminhei
até à Park Street; escutei um homem que falava muito solenemente; naquele
momento decidi que eu não gostava do que ele pregava, mas eu sabia que ela era
sincero, tinha a certeza de que queria o meu bem; Oh, que eu tivesse escutado
com atenção o seu conselho; Oh, que eu tivesse considerado as suas palavras!
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