“Como, senhor, crer que
Cristo morreu por mim simplesmente porque sou um pecador!” Sim, assim é. “Não,
senhor, mas se eu tivesse um pouquinho de justiça, se pudesse orar bem, então
poderia pensar que Cristo morreu por mim.” Não, isso não seria tudo da fé, isso
seria confiança no eu. A fé crê em Cristo quando vê que o pecado é negro, e
confia nEle para que Ele o tire completamente. Agora, pobre pecador, com todo o
pecado que tens, toma esta promessa nas tuas mãos, e vai para casa no dia de
hoje, ou se puderes, fá-lo antes de chegar a casa: vai para casa, digo eu, sobe
ao teu aposento, sozinho, de joelhos junto à tua cama, e derrama o teu coração:
“Oh, Senhor, tudo o que esse homem disse é verdade; estou condenado, e, Senhor,
eu mereço-o. Oh, Senhor, procurei ser melhor, e não logrei nada, a não ser
justamente o contrário, tornei-me pior. Oh, Senhor, tenho subtraído importância
à Tua graça, e tenho desprezado o Teu Evangelho: surpreende-me que não me
tenhas condenado há anos; Senhor, maravilha-me que tenhas permitido viver a um
miserável tão ruim, como eu sou. Desprezei o ensino de uma mãe, e esqueci as
orações de um pai. Senhor, eu tenho-me esquecido de Ti; tenho quebrantado o dia
de repouso, tenho tomado o Teu nome em vão. Tenho feito tudo o que é mau; e se
Tu me condenas, o que posso dizer? Senhor, fico mudo perante a Tua presença.
Não tenho nada para argumentar. Mas Senhor, venho a dizer-Te no dia de hoje que
Tu hás dito na Palavra de Deus: “Aquele que vem a Mim, não o lanço fora.”
Senhor, eu venho: o meu único argumento é que Tu hás dito: “Palavra fiel e
digna de ser recebida por todos: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar aos
pecadores.” Senhor, eu sou um pecador; Ele veio para me salvar a mim; confio
nisso (seja que depois me afunde ou nade), Senhor, esta é minha única
esperança: descarto qualquer outra, e odeio-me ao pensar que jamais tenha tido
outra esperança. Deus, eu descanso unicamente em Jesus. Salva-me, isso Te peço,
e embora não espere apagar o meu pecado passado com a minha vida futura, oh Senhor,
peço-te que me dês um novo coração e um espírito reto, para que a partir deste
momento e para sempre, caminhe na senda dos Teus mandamentos: pois, Senhor, não
desejo nada a não ser só o Teu filho. Oh, Senhor, renunciaria a tudo porque Tu
me amas-te; e estou motivado a pensar que Tu me amas; pois assim o sente o meu
coração. Sou culpado, mas nunca teria sabido que sou culpado, se Tu não me
tivesses ensinado isso. Sou vil, mas nunca teria conhecido a minha vileza, se
Tu não me tivesses revelado isso. Certamente, Tu não me destruirás, oh Deus,
depois de me haveres ensinado isto. Se o fizesses, seria justo, mas:
“Salva a um pecador tremente, Senhor,
Cujas esperanças revoam ao redor da Tua Palavra,
Queria descansar aí sobre alguma doce promessa;
Algum apoio seguro contra o desespero.
Se não puderes orar com uma oração tão comprida como esta,
digo-te que vás para casa e digas isto: “Senhor Jesus, eu sei que não sou
absolutamente nada; sê Tu o meu precioso tudo, em tudo.”
Oh, eu confio em Deus, que haverá algumas pessoas hoje que serão
capazes de orar dessa maneira, e se assim for, que os sinos do Céu toquem;
cantai, vós, serafins; gritai, vós, os redimidos; pois o Senhor tem-no feito, e
glória seja dada ao Seu nome, por toda a eternidade.
(extraído de NO CAMINHO DE JESUS)
Tradução
de Carlos António da Rocha
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