III. LIBERTAÇÃO PROCLAMADA.
“Condenaste
a todos,” exclama um. Sim, mas não fui eu: Deus tem-no feito. Estás condenado?
Sentes esta noite que estás condenado? Vem, outra vez, deixa-me tomar-te a tua
mão, meu irmão: sim, posso olhar ao redor de toda esta assembleia, e posso
dizer que não há ninguém neste lugar a quem não ame como a um irmão. Se vos
falo com severidade a qualquer de vós, é para que saibais a verdade. O meu
coração e o meu espírito inteiramente estão comovidos por vós. As minhas
palavras mais duras estão muito mais cheias de amor do que as suaves palavras
dos ministros que falam com tranquilidade, e que dizem: “Paz, paz;” e não há
paz. Vós pensais que me causa prazer pregar desta maneira? Oh!, preferiria
muito mais estar pregando a respeito de Jesus; da Sua gentil e gloriosa Pessoa,
e da Sua justiça, a qual é completamente suficiente.
Agora,
vem aqui, e pratiquemos com palavras gentis antes de terminar. Sentes que estás
condenado? Dizes: “Oh, Deus, eu confesso, serias justo, se fizesses tudo isto
comigo”? Sentes que jamais podes ser salvo pelas tuas próprias obras, senão que
estás totalmente condenado pelo teu pecado? Odeias o pecado? Arrependes-te
sinceramente? Então, deixa-me dizer-te como podes escapar.
Homens
e Irmãos, Jesus Cristo, da semente de David, foi crucificado, morto e
sepultado; agora ressuscitou, e está sentado à mão direita de Deus, onde também
intercede por nós. Ele veio a este mundo para salvar os pecadores, pela Sua
morte. Ele viu que os pobres pecadores eram malditos: Ele tomou a maldição
sobre os Seus próprios ombros, e salvou-nos dela. Agora, se Deus tiver feito
maldição a Cristo por algum homem, não amaldiçoará a esse homem de novo. Tu
perguntas-me, então: “Foi Cristo feito maldição por mim?” Responde-me a esta
pergunta, e eu dir-te-ei: ensinou-te o Espírito que és maldito? Tem-te feito
sentir a amargura do pecado? Conduziu-te a clamar: “Deus, sê propício a mim,
pecador”? Então, meu querido amigo, Cristo foi feito maldição por ti; e tu não
és maldito. Tu não és maldito, agora. Cristo foi feito maldição por ti. Tem
ânimo; se Cristo foi feito maldição por ti, tu não podes ser maldito de novo.
“Oh!” dirá alguém, “se pudesse estar convencido de que Ele foi feito maldição
por mim.” Vê-lO sangrando no madeiro? Vês as Suas mãos e os Seus pés gotejando
sangue? Olha-O, pobre pecador. Não te olhes já mais a ti mesmo, nem ao teu
pecado; olha-O a Ele e sê salvo. Tudo o que Ele te pede que faças é que olhes,
e Ele te ajudará até mesmo a fazeres isso. Vem a Ele, confia nEle, crê nEle. Deus,
o Espírito Santo ensinou-te que tu és um pecador condenado.
Agora,
suplico-te, ouve esta palavra e crê nela: “Palavra fiel e digna de ser recebida
por todos: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores.” Oh, podes
dizer: “Eu creio nesta Palavra (é verdadeira), bendito seja o Seu amado nome; é
verdade para mim, pois independentemente do que não sou, eu sei que sou um
pecador; o sermão de hoje convenceu-me disso, ainda que não me tivesse
convencido de outra coisa; e, bom Senhor, Tu sabes que quando eu digo que sou
um pecador, não quero dizer o que antes estava acostumado a dizer mediante essa
palavra. Quero dizer que sou um pecador real. Quero dizer que se Tu me
condenasses, eu mereço-o; se Tu me lançasses da Tua presença para sempre, seria
unicamente o que tenho merecido em abundância. Oh, meu Senhor, eu sou um
pecador; sou um pecador desenganado, a menos que Tu me salves; sou um pecador
sem esperança, a menos que Tu me cures. Não tenho nenhuma esperança na minha
justiça própria; e, Senhor, bendigo o Teu nome, e digo algo mais: eu sou um
pecador dolente, pois o pecado me aflige; não posso descansar, estou aflito.
Oh, se me pudesse desfazer do pecado, seria santo como Deus é santo. Senhor, eu
creio.”
(extraído de NO CAMINHO DE JESUS)
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