“Debaixo da macieira te despertei; ali esteve tua
mãe com dores; ali esteve com dores aquela que te deu à luz. Põe-me como selo
sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço; porque o amor é forte como a
morte; o ciúme é cruel como o Seol; a sua chama é chama de fogo, verdadeira
labareda do Senhor. As muitas águas não podem apagar o amor, nem os rios
afogá-lo. Se alguém oferecesse todos os bens de sua casa pelo amor, seria de
todo desprezado” (Cantares
8:5-7).
A NOSSA
ORIGEM NO PECADO (continuação)
Prezado amigo leitor, o que o Autor da
Palavra quer nos ensinar nesta frase: “Debaixo da macieira te despertei...”?
Obviamente
temos que trabalhar em cima da harmonia que existe em toda Escritura, porque a
Bíblia explica a si mesma. Na linguagem romântica de Cantares o Espírito Santo
traz aos nossos olhos a impressionante doutrina da queda do homem em Adão. Como
satanás tem iludido as multidões em nossos dias! É comum ver novas dicas de
como resolver nossos conflitos íntimos através da famosa regressão, a fim de
encontrem a cura interior. Espertamente satanás tem levado multidões à crença
de que a origem de seus problemas está no avô ou no tataravô, etc. Quanta
mentira! Quanta ilusão! A Palavra da verdade conta nossa história tão trágica
desde a queda. Onde nossos pais caíram, foi ali que nós caímos, o tombo deles
foi nosso tombo, a culpa deles foi nossa culpa, a morte deles foi nossa morte e
a condenação deles é a nossa condenação.
Quanto Cristo comunica-se com sua noiva,
em rápidas palavras Ele conta a história de como ela foi achada: “Debaixo
da macieira te despertei...”.
Deus fez assim com Israel por meio de Moisés, a fim de que quando entrasse na
terra prometida jamais viesse a agir orgulhosamente em face das conquistas e
prosperidades. Notemos como aquela nação várias vezes foi orientada a agir com
humildade, temor e gratidão diante de seu Deus. Vemos por exemplo em
Deuteronômio 26:5 que eles deveriam tomar dos primeiros frutos da terra e
apresentassem perante Deus em sincera confissão: “...Arameu prestes a perecer era meu pai; e desceu ao Egito com pouca
gente, para ali morar; e veio a ser ali uma nação grande, forte e numerosa”. Neste verso temos uma breve descrição da maneira como o
povo de Deus deve reconhecer sua triste origem e a maneira como deve se
apresentar em profundo quebrantamento perante o Senhor Deus.
No
Novo Testamento os crentes são levados a esse reconhecimento também. No cap. 2
de Efésios as Palavras inspiradas revelam com maior profundidade o estado
tenebroso no qual a misericórdia e a graça alcançaram o povo eleito de Deus: “Ele vos deu vida, estando vós
mortos em vossos delitos e pecados”
(2:1). Ora, facilmente esquivamo-nos dessas verdades, porque gostamos de viver
enlameados em nosso orgulho próprio. O alvo do amor de Cristo pela Sua noiva é
fazer com que ela seja convergida para a glória Dele. John Piper disse com
muita propriedade: “Quando nosso orgulho verte desprezo sobre a glória de Deus,
Ele é obrigado a verter Sua ira sobre nosso orgulho”.
Ora,
a igreja é chamada de volta à Palavra! Ela, como Israel tem dado voltas no
deserto deste mundo à procura de ilusões; falsos mestres têm desnorteado o povo
de Deus e os crentes verdadeiros têm sentido fome e sede do conhecimento
genuíno do seu Senhor. Quando os santos de Deus passam a conhecer a verdade
conforme a revelação, todo peso da vaidade e do conformismo com o mundo é
retirado, assim a igreja fica leve para prosseguir sua jornada rumo ao lar
celestial. Ela é a noiva que deve submissão ao Rei! Ela foi achada exatamente
onde o pecado lhe derribou: “Debaixo da macieira...”. Foi
quando estávamos mortos, na tumba do pecado, envoltos em densas trevas da
morte, que o Senhor pela poderosa Palavra da verdade veio e nos chamou pela
graça.
Meu
amigo, quem pode tirar o pecador da triste condição no pecado? Porventura,
alguma igreja pode fazer isso? Alguma oração, reza ou choro de algum ministro
religioso pode retirar um morto no pecado da sua triste situação? Jamais!
Nossos olhos voltam agora para aquele que veio ao mundo e que chama os
pecadores por meio da mensagem do evangelho.
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