I. E, primeiramente, chamo a
vossa atenção para as PERSONALIDADES DESTA CHAMADA: “Vinde a Mim, todos os que
estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.”
Se esquadrinhardes o versículo
cuidadosamente, notareis que há uma dupla personalidade nesta chamada. É: “Vem
tu — vem tu — a Mim, e Eu vos aliviarei.” Trata-se de duas pessoas que se
aproximam entre si, uma outorgando e a outra recebendo o descanso. Mas não é,
em qualquer caso, uma ficção, uma imaginação, um fantasma, um mito. És tu, tu,
TU-TU, que estais realmente cansados e oprimidos, e que, portanto, sois seres
reais, dolorosamente conscientes da vossa existência — sois vós que deveis vir
a outro Ser, que é tão real como vós sois — Alguém, que é realmente, uma Pessoa
tão viva, como vós sois pessoas vivas. Ele é Aquele que vos diz a vós: “Vinde a
Mim, e Eu vos aliviarei.”
Queridos
amigos, quero que tenhais uma convicção muito clara da vossa própria
personalidade; porque, às vezes, dá a impressão de que as pessoas se esquecem de
que são indivíduos distintos de toda a
gente. Se eu desse de presente uma moeda de ouro e se o seu som se
escutasse à distância, a maioria dos homens estariam conscientes da sua própria
personalidade, e cada qual olharia por si mesmo, e tentaria obter o prêmio.
Porém, eu encontro com muita frequência, em relação com as coisas eternas, que
os homens parecem perder-se na multidão e pensam nas bênçãos da Graça como uma
espécie de chuva geral que pode cair nos campos de todos de maneira igual — mas,
eles não esperam, particularmente, a chuva na sua própria parcela, nem desejam
obter uma bênção específica para si mesmos. Agora, pois, vós, vós, VÓS, que estais
cansados e oprimidos, despertai! Onde estais? A chamada do versículo não é para
a vossa irmã, a vossa mãe, o vosso marido, o vosso irmão ou o vosso amigo, mas
para vós: “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos
aliviarei.”
Bem,
agora que haveis despertado e senteis que sois uma personalidade distinta de
todos os outros no mundo, vem o ponto de maior importância de todos — vós
tendes de ir a outra Personalidade. “Vinde a Mim”, diz Cristo, “e Eu vos
aliviarei.” Aqui peço-vos que admireis a maravilhosa Graça e a misericórdia
desta providência. De acordo com as palavras de Cristo, vós obtereis a paz de
coração, não por virdes a uma cerimônia ou a uma ordenança, mas por virdes a
Cristo, a Ele mesmo! :“Vinde a mim.” Ele nem sequer diz: “Vinde ao Meu ensino,
ao Meu exemplo, ao Meu sacrifício”, mas “Vinde a Mim.” É a uma Pessoa a quem
deveis ir, a essa mesma Pessoa que, sendo Deus e igual ao Pai, Se despojou das
Suas glórias e assumiu corpo humano:
“Primeiro, para na nossa carne
mortal, servir.
E depois, para nessa mesma carne,
morrer.”
E
vós deveis ir a essa Pessoa. Deve haver certa ação da vossa parte, o movimento
de vós para Aquele que vos diz, “Vinde a Mim”—um movimento que se afasta de
toda a outra base de confiança ou de porta de esperança, para Ele, como a
Pessoa que Deus designou e ungiu para que seja o único Salvador, o grande
depósito de graça eterna, em Quem o Pai Se agradou que habitasse toda a
plenitude! Oh glorioso Homem, oh glorioso Deus, que assim podes falar com autoridade,
e dizer: “Vinde a Mim, e Eu vos aliviarei!” Suplico-vos que ponhais de lado qualquer
outro pensamento, exceto o de Cristo vivendo, morrendo, ressuscitando e subindo
à Glória, já que Ele vos assinala, não a Casa de Oração, nem o Trono de Glória,
nem o batistério, nem a Mesa da Comunhão; nem sequer as coisas mais santas e
sagradas que Ele ordenou para outros propósitos — nem sequer ao próprio Pai,
nem ao Espírito Santo — mas Ele diz: “Vinde a Mim.” Aqui deve começar a vossa
vida espiritual, a Seus pés. E aqui deve ser aperfeiçoada a vossa vida
espiritual no Seu peito, já que Ele é igualmente o Autor e o Consumador da fé!
Que adoremos a Cristo, em Cuja boca estas palavras são tão adequadas e cheias
de significado! Ele não pode ser menos que Divino, Aquele que assim nos fala a nós: “Vinde a Mim,
todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.”
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