“Se
dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade
não está em nós. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo
mentiroso e a sua palavra não está em nós” (1 João 1:8,10).
O PERIGO DE ENCOBRIR SEUS ATOS “Se dissermos
que não temos cometido pecado...”
Quero agora tratar do último assunto que
envolve nosso tema acima. O leitor atento perceberá que João, depois de tratar
da necessidade de confissão, ele volta a usar o verbo dizer, usado no verso 8: “Se
dissermos...”. De novo vemos que quando o homem não confessa, eis que ele
sempre tomará o caminho da fuga, porque não quer no íntimo admitir sua culpa.
No verso 8 ele assevera que não é tão pecador; ele encobre sua natureza e sua
procedência, e já vimos que ele faz usando diversas desculpas. Mas agora o
perigo aparece no fato que ele não confessa suas iniquidades: “Se dissermos que
não temos cometido pecado...”. Se usarmos o texto do Salmo 32:1e 2,
entenderemos ali que na obra da salvação de uma alma confessa acontece duas
coisas: “Perdão e cobertura”. Deus encobre com sangue a culpa do pecado e
perdoa as iniquidades. Noutras palavras temos o perdão e purificação.
O que mais vemos entre os homens é essa
atitude de encobrir suas culpas. No caso de Davi (com Bate-Seba e Urias) ele
tentou encobrir suas maldades e o fez por um ano (pelo menos). Mas no Salmo 32
ele afirma que enquanto fez isso seu ser por dentro ficou esmagado. Notemos bem
que um verdadeiro crente não consegue segurar o mal, escondendo-o por muito
tempo. O não crente faz da casa da sua vida um recipiente da iniquidade, seu
corpo é um copo do mal, um depósito ocupado por transgressões. A principal
atividade do pecado no íntimo é criar tremendo orgulho. O pecado leva o homem a
sentir que seus direitos devem permanecer consigo no íntimo; seus pecados lá
dentro são seus amigos e ninguém tem o direito de mexer com eles. Assim que a
mensagem chega, significa que Deus há de entrar lá pela verdade, e somente Deus
pode fazer isso, mediante a pregação do evangelho.
Pessoas tendem a encobrir seus pecados
de estimação; alguns não soltam seus vícios para se entregar a Cristo, porque
não quer deixa-los. Milhares não querem confessar suas maldades, por causa do
orgulho próprio, porque nada viram de qualquer maldade, nada sentem de que
ofenderam a Deus e nem mesmo admitem acerca dos perigos que envolvem sua vida e
o ambiente onde vive. Judas segurou seu amor ao dinheiro por toda vida e quando
chegou a ver sua trágica atitude por ter negado o Senhor, a fim de obter seus
lucros, eis que o orgulho prevaleceu, levando ao suicídio.
Notamos a mesma atitude em Balaão,
porque aquele homem foi tomado pela ambição de encher-se de riquezas. Foi Deus
mesmo quem impediu que sua boca fosse aberta, a fim de amaldiçoar o povo de
Israel (Números 22). Quando pensou que Deus havia saído, eis que logo
premeditou outro meio mais cruel, levando os homens de Israel a cair nas mãos
das midianitas (Números 25). Os homens que não confessam suas maldades, às
vezes dão impressão que deixaram, mas logo o pecado ordena que ele volte e
retome seus atos. Não há como escapar do mal, a não ser que haja humilhação e
santa confissão, e isso só acontece quando Deus chama homens ao arrependimento.
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