“E acrescentou: Senhor, lembra-te de mim
quando vieres no teu reino” (LUCAS 23:42)
FOI UMA PETIÇÃO ESPANTOSA
Caro
leitor, posso acrescentar que aquela petição feita por aquele moço abraçado
pela misericórdia de Deus foi algo espantoso. Ora, a conversão de um pecador é
de fato algo que causa espanto. Aprendamos mais no conhecimento daquela fé
trabalhada por Deus na vida de um homem à beira da morte. Aquele que viveu
durante toda sua vida desafiando a Deus, quebrando Sua lei e apto para
continuar em seus caminhos de maldade, eis que agora passa a temer o Senhor.
Preciso
ampliar esse assunto um pouco mais, porque a Palavra de Deus, no Velho e no
Novo Testamento mostra com clareza que a principal evidência de uma alma
convertida é o temor ao Senhor. Os livros da sabedoria – Jó, Salmos e
Provérbios estão sempre apontando esse caminho de sabedoria aos pecadores. Em
todas as conversões mostradas nas Escrituras vemos que essa marca fica gravada
de forma indelével no coração daquele que realmente crê. Vemos no livro de Atos
que após a conversão daquela multidão no dia do Pentecostes, esse sinal é visto
individualmente, pois em cada alma havia temor (Atos 2:43).
Vejo
com tristeza o quanto milhares de “conversões” hoje nada mostram dessa santa
evidência. Os convertidos modernos continuam desafiando a Deus; normalmente são
mundanos; mostram serem mais bodes que ovelhas; estão sempre prontos a arrastar
o mundo com seu sistema maligno para dentro da igreja e não raro, eles nunca
estão satisfeitos, pois andam à busca de novidades evangélicas. Por que isso?
Creio que a razão principal é a falha na pregação, e quando falhamos naquilo
que Deus ordenou que fosse pregado, eis que haverá sempre uma busca por recursos
humanos e mundanos, a fim de atrair as almas para dentro das igrejas e
mantê-las ali.
Caro
leitor, examine profundamente a petição daquele moço ali na cruz. Sumiu a
zombaria, a rebelião do velho homem desapareceu e em tudo mostrou ser alguém
completamente miserável diante do Salvador bendito. Agora seus desejos são
santos e não mundanos. Agora o mundo morreu para ele, mesmo aqueles desejos
naturais e lícitos não mais brotavam em seu coração. Ele não viu ali um
salvador conforme o mundo sempre ambiciona ter. Ele viu o Salvador para sua
alma e não um salvador para levar-lhe de volta às ambições mundanas.
Também
havia nele sinais de pobreza na alma. Antes roubava, mas agora não, pois
estende sua petição como um mendigo. Estava perante o Salvador um verdadeiro
filho pródigo, o qual o Senhor veio buscar, a fim de levá-lo para a Casa
eterna. O Salvador estava ali para isso; Sua missão era essa mesma e aquela
alma havia sido escolhida pelo Pai e ali mesmo ela lhe foi entregue. Que missão
incrível! Que maravilhosa jornada dessa graça! Eis aí a oração da fé, a oração
que Deus ouve; a petição que encanta o coração de Deus! Naquele momento a
missão da fé venceu e a missão da graça realizou sua invencível obra de salvar
perdidos.
Meu
caro leitor, como posso cansar de falar acerca desses santos detalhes? Milhares
e milhares de pessoas foram salvos sem a mesma experiência daquele moço. Aquela
foi uma experiência singular, pois um pecador estava pendurado diante do
Salvador pendurado. Mas o fato é que toda conversão verdadeira é igual, pois a
mesma coisa acontece. Os crentes aprendem nessa lição o quanto a graça age
soberanamente em salvar os perdidos.
Mas
o alvo é levar meus leitores não salvos à compreensão dessa graciosa salvação,
a qual está estendida aos pecadores. Se houver neste mundo um só pecador
contrito e quebrantado, eis que a graça o alcançará, não importa onde ele
estiver. O Senhor jamais perderá qualquer pecador arrependido. Milhares jamais
foram salvos porque jamais se viram espiritualmente perdidos.
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