quarta-feira, 11 de junho de 2014

“A SINCERA PETIÇÃO DA ALMA” (15)



      
E acrescentou: Senhor, lembra-te de mim quando vieres no teu reino” (LUCAS 23:42)
FOI UMA PETIÇÃO ESPANTOSA
         Caro leitor, posso acrescentar que aquela petição feita por aquele moço abraçado pela misericórdia de Deus foi algo espantoso. Ora, a conversão de um pecador é de fato algo que causa espanto. Aprendamos mais no conhecimento daquela fé trabalhada por Deus na vida de um homem à beira da morte. Aquele que viveu durante toda sua vida desafiando a Deus, quebrando Sua lei e apto para continuar em seus caminhos de maldade, eis que agora passa a temer o Senhor.
         Preciso ampliar esse assunto um pouco mais, porque a Palavra de Deus, no Velho e no Novo Testamento mostra com clareza que a principal evidência de uma alma convertida é o temor ao Senhor. Os livros da sabedoria – Jó, Salmos e Provérbios estão sempre apontando esse caminho de sabedoria aos pecadores. Em todas as conversões mostradas nas Escrituras vemos que essa marca fica gravada de forma indelével no coração daquele que realmente crê. Vemos no livro de Atos que após a conversão daquela multidão no dia do Pentecostes, esse sinal é visto individualmente, pois em cada alma havia temor (Atos 2:43).
         Vejo com tristeza o quanto milhares de “conversões” hoje nada mostram dessa santa evidência. Os convertidos modernos continuam desafiando a Deus; normalmente são mundanos; mostram serem mais bodes que ovelhas; estão sempre prontos a arrastar o mundo com seu sistema maligno para dentro da igreja e não raro, eles nunca estão satisfeitos, pois andam à busca de novidades evangélicas. Por que isso? Creio que a razão principal é a falha na pregação, e quando falhamos naquilo que Deus ordenou que fosse pregado, eis que haverá sempre uma busca por recursos humanos e mundanos, a fim de atrair as almas para dentro das igrejas e mantê-las ali.
         Caro leitor, examine profundamente a petição daquele moço ali na cruz. Sumiu a zombaria, a rebelião do velho homem desapareceu e em tudo mostrou ser alguém completamente miserável diante do Salvador bendito. Agora seus desejos são santos e não mundanos. Agora o mundo morreu para ele, mesmo aqueles desejos naturais e lícitos não mais brotavam em seu coração. Ele não viu ali um salvador conforme o mundo sempre ambiciona ter. Ele viu o Salvador para sua alma e não um salvador para levar-lhe de volta às ambições mundanas.
         Também havia nele sinais de pobreza na alma. Antes roubava, mas agora não, pois estende sua petição como um mendigo. Estava perante o Salvador um verdadeiro filho pródigo, o qual o Senhor veio buscar, a fim de levá-lo para a Casa eterna. O Salvador estava ali para isso; Sua missão era essa mesma e aquela alma havia sido escolhida pelo Pai e ali mesmo ela lhe foi entregue. Que missão incrível! Que maravilhosa jornada dessa graça! Eis aí a oração da fé, a oração que Deus ouve; a petição que encanta o coração de Deus! Naquele momento a missão da fé venceu e a missão da graça realizou sua invencível obra de salvar perdidos.
                Meu caro leitor, como posso cansar de falar acerca desses santos detalhes? Milhares e milhares de pessoas foram salvos sem a mesma experiência daquele moço. Aquela foi uma experiência singular, pois um pecador estava pendurado diante do Salvador pendurado. Mas o fato é que toda conversão verdadeira é igual, pois a mesma coisa acontece. Os crentes aprendem nessa lição o quanto a graça age soberanamente em salvar os perdidos.
         Mas o alvo é levar meus leitores não salvos à compreensão dessa graciosa salvação, a qual está estendida aos pecadores. Se houver neste mundo um só pecador contrito e quebrantado, eis que a graça o alcançará, não importa onde ele estiver. O Senhor jamais perderá qualquer pecador arrependido. Milhares jamais foram salvos porque jamais se viram espiritualmente perdidos.

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