C. H. Spurgeon
“Porque
eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacob, não sois consumidos.”
(Malaquias 3:6)
2. Ele
não muda nos Seus atributos. Quaisquer que tenham sido os atributos de Deus no
passado, são os mesmos atributos agora; e podemos cantar a respeito de cada um
deles “Como eras no princípio, és agora e serás para sempre, mundo sem fim,
amém.” Era Ele poderoso? Era Ele o poderoso Deus quando com a Sua voz mandou
que Se fizesse o mundo desde o ventre da não existência? Era Ele o Onipotente
quando elevou as montanhas e escavou as cavernas do profundo oceano?
Sim, era poderoso então e o Seu braço
não Se debilitou agora. Ele é o mesmo gigante com todo o Seu poder; a seiva do
Seu alimento ainda está úmida e a fortaleza da Sua alma permanece firme para
sempre. Era Ele sábio quando constituiu este poderoso globo, quando pôs os
alicerces do universo? Tinha Ele sabedoria quando planeou o caminho da nossa
salvação e quando desde toda a eternidade Ele estabeleceu os Seus tremendos
planos?
Sim, e Ele é sábio agora; Ele não é
menos hábil, Ele não tem um menor conhecimento; os Seus olhos que veem todas as
coisas não estão obscurecidos; os Seus ouvidos que ouvem todos os clamores,
todos os suspiros, todos os soluços e todos os gemidos do Seu povo, não Se têm
endurecido com os anos em que Ele tem escutado todas as preces deles. Ele é
imutável na Sua sabedoria. Ele sabe agora tanto como sempre, nem mais nem
menos. Ele tem a mesma capacidade ilimitada e a mesma presciência infinita. Ele
permanece inalterado, bendito seja o Seu nome, na Sua justiça. Justo e santo
era Ele no passado. Justo e santo é Ele agora. Ele está inalterado na Sua
verdade. Ele promete e Ele realiza. Ele o há dito, e far-se-á. Ele não varia na
bondade, na generosidade e nem na benevolência da Sua natureza.
Ele não Se tornou num tirano
Todo-Poderoso depois de ter sido um Pai Todo-Poderoso; mas o Seu poderoso amor
permanece firme como uma rocha de granito, impassível ante os furacões da nossa
iniquidade. E bendito seja o Seu amado nome, Ele é imutável no Seu amor. Quando
no princípio escreveu o Seu Pacto, quão cheio de afeto estava o Seu coração
pelo Seu povo. Sabia que o Seu Filho devia morrer para ratificar os artigos
desse acordo. Sabia muito bem que devia arrancar das Suas entranhas o Seu
Bem-Amado a fim de enviá-Lo à Terra para derramar o Seu sangue e morrer. Ele
não hesitou em assinar esse Pacto poderoso; nem evitou o seu cumprimento. Ele
ama tanto agora, como amou no passado. E quando os sóis deixarem de brilhar e
as luas cessarem de mostrar a sua tênue luz, Ele ainda amará por toda a
eternidade. Tomai qualquer atributo de Deus, e eu vou escrever ‘semper idem’
sobre esse atributo, quer dizer, sempre igual. Tomai qualquer coisa que possais
dizer de Deus agora, e isto pode dizer-se, não somente, no passado escuro, mas
também, no futuro brilhante. Sempre será o mesmo: “Porque Eu Jeová não mudo.”
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