segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

QUANDO A ALMA ESTÁ ENGANADA (11)


Aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas, que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio para ungires os teus olhos, a fim de que vejas (Apocalipse 3:17).
A TRISTE CONDIÇÃO REVELADA:    “...e não sabes que és um coitado, e...”
         Caro leitor, a alma enganada é aprisionada imediatamente numa condição de extremo perigo, porque uma paz dada pelo mundo passa a encher seu coração e nada há de lhe perturbar doravante. A paz dada por Cristo ao pecador é continuamente assaltada pelo furor do mundo, da carne e do diabo. Os crentes habitam na certeza da conquista de Cristo na cruz; estão em plena paz com Deus porque foram reconciliados mediante o sangue (Romanos 5), mas isso muda o cenário externo, pois quando o homem é reconciliado com Deus, então se torna um inimigo de satanás e deste mundo; passa a ser odiado e perseguido. Foi exatamente isso o que nosso Senhor afirmou, que não veio trazer paz à terra, mas sim espada.
         Então caro leitor, ao visitar os falsos crentes nosso Senhor mostra a condição deles interiormente. Veremos como nosso Senhor faz isso de três maneiras: Na primeira Ele faz comparação dos falsos crentes com os verdadeiros crentes, declarando que aqueles não passavam de ser “coitados, miseráveis e pobres”. Essas palavras são de tremenda importância porque elas são biblicamente reveladoras. Enquanto aqui os ímpios olham para os crentes  e zombam deles intitulando-os de “coitados”, eis que na passagem vemos o Senhor chamando os falsos crentes de miseráveis. Enquanto nós olhamos as coisas do ponto de vista externo; vemos o mundo cristão moderno conforme o padrão da carne, eis que Deus diz o contrário. Sempre agimos assim, à semelhança de Samuel que olhou a aparência dos filhos de Jessé quando foi escolher o que seria o rei de Israel.
         Em segundo lugar eis que nosso Senhor mostra as condições dos falsos crentes em relação à Sua própria glória: “és cego”. O que nosso Senhor quer dizer? Ele está declarando que eles estavam cegos; que não obstante seus olhos físicos estarem abertos, eis que interiormente estavam sendo conduzidos em trevas neste mundo, porque jamais puderam compreender a glória de Cristo. Isaías entendeu essas coisas quando pode ter aquela visão do Senhor da glória (Isaías 6). Ele disse: “Meus olhos viram o Rei!” Foi um momento de extremo choque para ele, pois agora percebia o quanto não passava de um réu, condenado ao inferno. Os judeus também estavam pertos de Jesus, mas seus olhos estavam vendados, por isso não compreendiam as palavras que lhes eram faladas (João 12); aquela mesma pessoa que Isaías viu e mudou sua vida, era o que estava perante aqueles arrogantes religiosos. Paulo afirma que é essa a situação de milhares. O evangelho que ele pregava era claro e mostrava toda verdade do pecado e da glória de Deus, mas satanás havia cegado o entendimento deles, por isso não conseguiam compreender as coisas eternas (2 Coríntios 4:4).  
         E em terceiro lugar, nosso Senhor mostra a condição dos falsos crentes em relação à justiça requerida por Deus, pois espiritualmente estavam “nus”. Veja caro leitor, como é enganoso o coração do homem religiosamente satisfeito. Veja porque homens e mulheres buscam se esconder num sistema religioso de vida. Tudo porque com essas “vestimentas” fabricadas pelos homens eles acham que podem encobrir sua nudez espiritual. Especialmente quando a religiosidade vem ainda mais apimentada de atividades externas. Quando as almas estão enganadas elas se sentem satisfeitas e aparentemente seguras, mas essa segurança é imediatamente desfeita quando brilha a glória do evangelho; quando sua nudez espiritual é descoberta e a vergonha vem por estar sendo visto por Deus no íntimo.

         Caro leitor, quantas “vestimentas” têm sido vendidas no mercado religioso de nossos dias! Mas eis que o Senhor aparece para dizer que a nudez de muitos está expostas; que suas vergonhas foram descobertas e que seus pecados estão perante a face do Santo Senhor e que não há outro meio, senão o sangue remidor para cobrir definitivamente o culpado. 

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