Ultimamente temos estado
recebendo cartas de vários amigos, nas quais nos podemos advertir, com quanta
veemência, buscam luz, no que diz respeito ao solene tema do “Tribunal de
Cristo”; e, posto que é muito provável que haja muitos outros que tenham
inquietações sobre o mesmo assunto, desejamos determo-nos a considerar com
atenção o assunto, não, sem que antes, façamos uma nota abreviada, nas nossas
respostas, às cartas dos leitores.
Um querido amigo escreve-nos nestes termos: «Encontro-me, presentemente, numa dificuldade. Acontece que uma amiga muito querida, tem estado muito afligida, pensando que, no Tribunal de Cristo, todo o pensamento secreto e todo o propósito do coração serão manifestados a todos os que lá estiverem presentes. Ela não tem a menor dúvida, nem o menor temor, quanto à sua salvação eterna, ou, quanto ao perdão dos seus pecados; mas, vive com horror ante o pensamento de que os segredos do seu coração haverão de ser manifestados a todos os que estiverem presentes no Tribunal de Cristo.
Um querido amigo escreve-nos nestes termos: «Encontro-me, presentemente, numa dificuldade. Acontece que uma amiga muito querida, tem estado muito afligida, pensando que, no Tribunal de Cristo, todo o pensamento secreto e todo o propósito do coração serão manifestados a todos os que lá estiverem presentes. Ela não tem a menor dúvida, nem o menor temor, quanto à sua salvação eterna, ou, quanto ao perdão dos seus pecados; mas, vive com horror ante o pensamento de que os segredos do seu coração haverão de ser manifestados a todos os que estiverem presentes no Tribunal de Cristo.
Outro
escreve-nos assim: «Ao recordar as benditas e eternamente importantes verdades
de João 5:24 ; 1João 1:7-9 ; 2:12 ; Hebreus 10:1-17 , queria saber a maneira
como interpreta as passagens que seguidamente lhe cito textualmente, com o
propósito de destacar as palavras às quais me refiro particularmente: “Porque
todos devemos comparecer ante o Tribunal de Cristo, para que cada um receba
segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal. ” “De maneira que
cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. ” “Mas quem fizer agravo receberá
o agravo que fizer; pois não há acepção de pessoas. ” É meu veemente desejo ter
a interpretação e a aplicação corretas destes textos; e creio que ao
solicitar-lhe a sua opinião a respeito deste tema não o considerará uma perdida
de tempo».
Há
já muito tempo que vínhamos tendo grande interesse em examinar as diversas
razões acerca da perplexidade que parece generalizar-se com respeito ao solene
tema do “Tribunal de Cristo”. As mesmas passagens que cita o nosso
correspondente são tão claras, tão pontuais e tão definidas que não podemos
senão tomá-las como estão e deixar que caiam com o seu próprio peso no coração
e na consciência: “Porque todos devemos comparecer ante o Tribunal de Cristo
,” “De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus ”, “Mas quem
fizer agravo receberá o agravo que fizer. ”Estas são afirmações claras.
Deveremos debilitar a sua força, diminuir o seu gume, ou embaçar o seu tão
zeloso argumento?
Que
Deus não o permita! Antes pelo contrário, deveremos procurar fazer um santo uso
destes textos, deixando que exerçam a sua ação repressora sobre a velha
natureza, com todas as suas vaidades, desejos e reações. O Senhor quis que os
utilizássemos desta maneira. Ele nunca teve por objetivo que os utilizássemos
de um modo legal, para debilitar a nossa confiança em Cristo e na Sua perfeita
salvação. Nunca iremos a juízo pelos nossos pecados; João 5:24 , Romanos
8:1 e 1João 4:17 são concludentes a esse respeito. Mas então, os
nossos serviços terão que ser expostos aos olhos do nosso Amo. O fogo provará
de que classe é a obra de cada homem (assim diz o original grego em 1Coríntios
3:13 ). O dia declarará –fará manifestas– todas as coisas.
Tudo
isto é muito solene, e deveria conduzirmos a exercer uma estrita vigilância e a
ter sumo cuidado quanto às nossas obras, caminhos, pensamentos, palavras,
motivos e desejos. O nosso mais profundo sentido da graça e a mais clara
compreensão da nossa perfeita justificação como pecadores jamais debilitarão o
nosso sentido da tremenda solenidade do “Tribunal de Cristo”, nem farão minguar
o nosso desejo de andar de modo a sermos aceitos Nele, de Lhe sermos agradáveis.
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