“Mas os ímpios são como o mar agitado; pois
não pode estar quieto, e as suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz
para os ímpios, diz o meu Deus” (Isaías 57:20,21)
Caro leitor, o grande Senhor, o
Soberano, aquele que conhece todas as coisas e que revela as coisas que estão
ocultas, ele mesmo afirma que não há paz para os ímpios. O que vemos por fora é
somente aparência; o que vemos por fora é enganoso, mas o Senhor aponta o que
realmente está ocorrendo no íntimo do homem que vive ainda em seus pecados e
que por fora trama meios que o torna bem disfarçado, mas por dentro eis que o
velho homem continua com seu nariz empinado e com a sua espada sendo brandida
continuamente contra Deus e contra a santidade do Senhor. Ora, o evangelho da
glória de Cristo chega para revelar a verdade e apontar o esconderijo certo, a
fim de levar o pecador a render aos pés do Príncipe da Paz.
Uma vez descoberta, a falsa paz
demonstra que não está satisfeita; que não suporta a presença da luz da
verdade, porquanto está de mãos dadas com inimigos, com os agentes perniciosos
das trevas. A falsa paz está constantemente declarando que sua alma é vazia,
que há tormentas no seu interior, por isso corre de um lugar para outro sem
achar satisfação em absolutamente nada. O evangelho vem para retirar todo falso
conforto; o evangelho chega para descobrir as reais aflições e mostrar toda
desculpa esfarrapada. O evangelho chega e publica as evasivas do ímpio por meio
de desculpas, como sempre à semelhança de Adão, lançando suas responsabilidades
para outros.
Mas o evangelho não para em meros
argumentos, porquanto o evangelho brilha intensamente acima de toda luz acesa
neste mundo. O evangelho chega e ultrapassa toda barreira, chegando aos locais
no íntimo do ímpio, lugares onde nenhum homem, nem o mais capaz em
aconselhamento pode chegar. O homem no pecado é terrivelmente enganador e
consegue manter-se disfarçado por muito tempo. Um Simão pode ter sido batizado,
mas logo suas reais intenções de torpe ganância aparecem logo em suas palavras
(Atos 8). A falsa paz perante o evangelho faz com que o homem seja posto no
banco dos réus, então reúnem ao seu derredor todas as maldições da lei para incriminá-lo
e mostrar que ele está na mesmíssima situação que todos os perdidos, que é tão
culpado e condenado como qualquer outro pecador.
O objetivo do evangelho é fazer cair
por terra toda pretensão do ímpio, em sua tentativa de escapar, porquanto o
homem no pecado está buscando atalhos nesta vida, quer passar ileso e declarar
a todos que não é tão culpado assim. A verdade chega para o ímpio e declara que
não há paz para ele fora da cruz e que por isso seus pés já sentem o calor
infernal por baixo e que é a misericórdia de Deus que o mantém ainda livre da
queda fatal no abismo. Que não há lugar de esconderijo; que aquilo que parece
ser tão seguro aqui é feito de papelão e não suporta as pressões que vem do
inferno, solicitando que ele seja jogado lá imediatamente, nem os vendavais que
chegam de todos os lados, pressionando-o a cair, porque não está firmado na
Rocha, nem as águas que vêm de cima (Salmo 32:6).
Ó meu caro leitor, se o perdido não
estiver firmado na Rocha da salvação conquistada na cruz, sua alma está
manquejando, não pode parar de pé, porque ora está aqui, ora está ali, levando
pelos tufões infernais que assopram contra sua pobre alma. Não há conforto no
íntimo e tudo o que parece ser alegria, não passa de ser um esforço da
aparência. Sem a paz que vem pelo sangue sua alma está atordoada como um bêbado;
sua alma precisa sempre usar muletas religiosas a fim de sustentar-se. Não há
nada que possa lhe ajudar, porque constantemente vem a opressão e a depressão.
O Senhor continua afirmando que não há paz para o ímpio, mesmo que vozes
humanistas chegam afirmar que está tudo bem, mas a verdade é que não está. A
mensagem chega para declarar que não há segurança fora da cruz e que a paz com
Deus acontece com a rendição do pecador perante Cristo, o Salvador Bendito.
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