“Se alguém não ama ao Senhor, seja
anátema! Maranata” (1 Coríntios 16:22)
Caro leitor, quando alguém ama a Cristo
há de querer exaltar o Nome do Senhor onde estiver. O homem natural, a alma não
santificada não quer a intromissão de Cristo em seu ambiente. Cristo é um
estranho para um coração mundano, para a alma que almeja sentir confortável
quando está perante pessoas ímpias. O mundo persegue a Cristo porque odeia o
Filho de Deus (João 15:18), então há de odiar os seguidores do Senhor.
Desconforto e ameaças cercaram Pedro quando estava perto do Senhor por ocasião
da Sua prisão, por esse fato três vezes
negou seu Mestre e Amigo. Amar a Cristo requer coragem para confessá-Lo em qualquer
lugar e em qualquer ambiente. Para Paulo na prisão sempre havia um lugar para
seu púlpito de pregação, quer entre seus colegas, quer na presença de
governadores e reis.
O homem natural, por não amar o Senhor,
há de recusar a companhia dos santos. Não tem um povo mais simples neste mundo do
que o povo salvo. Estar na companhia do povo eleito, participar da congregação
dos santos é doce privilégio para a alma que ama Cristo. Quer sejam ricos ou
pobres, em tudo eles são iguais em sentimentos, pensamentos e ideais. Em nossos
dias de tanta apostasia, tenho visto muitos que ousam afirmar que são crentes,
mas dão preferência à companhia dos mundanos; sempre estão assentados na roda
dos escarnecedores. Tais “crentes” são lerdos e preguiçosos para irem à igreja,
mas têm seus pés velozes para ir ao cinema, ao estádio de futebol e noutros
lugares semelhantes. Sempre estão mentindo, ao afirmar que não têm tido tempo
para adorar a Deus na companhia dos fieis. Podemos realmente afirmar que tais
pessoas jamais conheceram a verdade no íntimo; jamais foram humilhadas, nem
delas foi extraída qualquer confissão que parte de coração arrependido.
Não é isso que aprendemos nas
Escrituras com queridos irmãos do Velho Testamento. Foram homens e mulheres
cheios de coragem e nessa coragem ousaram separar do mundo e servir o povo de
Deus. Para Moisés, estar com o sofrido povo de Deus era infinitamente melhor do
que estar no palácio do Egito com todas as honras e todos seus luxos. Para Ele
nada deste mundo tinha qualquer proveito, pois amava Seu Senhor e queria servir
o povo de Deus. Rute abandonou a companhia do seu povo em Moabe, a fim de
sofrer com sua sogra – uma mulher crente e fervorosa. O Deus de Noemi era o
Deus de Rute e o povo dela era o povo daquela simples e corajosa Moabita (Rute
1).
Também é verdade que o mundano não pode
amar o Senhor da glória, pois sua vida não é santificada. A salvação bíblica
santifica o pecador. Quando Deus chama o homem à tão grande salvação em Cristo,
Sua obra é completa, pois além da justificação há também a santificação. A beleza
da salvação é o adorno da santificação, pois ao ser separado por Deus e para
Deus, a alma há de mostrar singularidade em sua devoção e amor sincero ao
Senhor. Quando o homem não pertence a Cristo seu caminho tortuoso é
perceptível, especialmente na ausência de piedade. Não fosse o chamado de
Cristo para sua salvação, Saulo de Tarso levantaria do chão como um cego e na
sua cegueira física se encarregaria de continuar perseguindo os santos de Deus.
Nada pode mudar um coração endurecido, nem mesmo milagres físicos. Deus curou o
rei Jeroboão de sua mão ressequida, mas assim que foi se viu livre daquele mal,
eis que estava pronto a continuar com suas maldades e idolatrias (1 Reis 13).
Caro leitor, em tudo procurei mostrar o
quanto os não salvos jamais poderão amar a Cristo. Podem declarar isso com suas
bocas, mas seus corações estão longe do Senhor (Isaías 29:13). Nem o Senhor
espera isso deles. Por essa razão a mensagem do evangelho mostra aos pecadores
o caminho da cruz. Tem alguém que agora está humilhado e pronto para cair aos
pés do Salvador e Senhor? Tem alguma alma que agora está invocando o Nome do
Senhor para ser salva?
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