domingo, 21 de abril de 2013

O CRISTÃO E A LEI – É A LEI UMA «REGRA DE VIDA» PARA O CRISTÃO?




 Mackintosh
Há três importantes pontos, relacionados entre si, que às vezes são tergiversados, sobre os quais queríamos escrever umas palavras só com o fim de guardar a verdade de toda falsificação, e de remover, dentro das nossas capacidades, um tropeço do caminho dos Leitores honestamente interessados na verdade de Deus. Estes pontos são, o Sábado, a Lei e o Ministério Cristão. Nesta ocasião só vamos considerar o tema da Lei em relação com o Cristão, deixando para outra oportunidade os outros dois pontos.
         À Lei contemplamo-la erroneamente de duas maneiras: primeiro, como fundamento da Justificação, e segundo, como Regra de Vida do Cristão. Uma passagem ou duas da Escritura serão suficientes para resolver a questão tanto de uma como da outra. Quanto à Justificação: “Já que pelas obras da Lei nenhum ser humano será justificado diante Dele; porque por meio da Lei é o conhecimento do pecado” (Romanos 3:20). “Concluímos, pois, que o homem é justificado por fé sem as obras da Lei” (Romanos 3:28). “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da Lei, mas sim pela fé em Jesus Cristo, nós também cremos em Jesus Cristo, para ser justificados pela fé em Cristo e não pelas obras da Lei, por quanto pelas obras da Lei ninguém será justificado” (Gálatas 2:16).
         Quanto ao feito de ser uma Regra de Vida, lemos: “Assim também vós, meus irmãos, morrestes para a Lei mediante o corpo de Cristo, para que sejais de outro, do que ressuscitou dos mortos, a fim de que levemos fruto para Deus” (Romanos 7:4). “Mas agora temos sido libertados da Lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.” (Romanos 7:6)
         Observem-se duas coisas nesta última passagem citada: 1.º “Estamos livres da Lei” 2.º Não para fazer o que agrada à velha natureza, mas sim para que sirvamos “em novidade de espírito”.
         Ainda que fomos libertados da escravidão, é nosso privilégio “servir” em liberdade. Do mesmo modo, lemos também neste capítulo: “E achei que o mesmo mandamento que era para vida, me resultou para morte.” (v. 10) Evidentemente, a Lei não demonstrou ser uma prova de vida para ele.“E eu sem a Lei vivia em um tempo; mas vindo o mandamento, o pecado reviveu e eu morri” (v. 9). Independentemente de quem represente o “eu” neste capítulo da Epístola aos Romanos, ele estava vivo até que veio a Lei, e então morreu. Desde aí, pois, que a Lei não podia ter sido uma Regra de Vida para ele; ela, na realidade, era justamente o contrário: uma regra de morte.
         É evidente, pois, que um pecador não pode ser justificado pelas obras da Lei; e é igualmente evidente que a Lei não constitui a Regra de Vida do Crente:
“Todos aqueles, pois, que são das obras da Lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da Lei, para fazê-las.” (Gálatas 3:10)
         A Lei não reconhece nenhuma distinção entre um homem nascido de novo e outro que não o é; amaldiçoa a todos os que tentam colocar-se ante ela; rege e amaldiçoa a um homem enquanto que este viva. Ninguém como o verdadeiro Crente reconhecerá plenamente que é incapaz de guardá-la, e ninguém, igualmente, estaria mais completamente debaixo da maldição.
         Qual é, pois, o fundamento da nossa Justificação? E qual é a nossa Regra de Vida? A Palavra de Deus responde da seguinte maneira: somos “justificados pela fé em Cristo” (Gálatas 2:16), e Cristo é a nossa Regra de Vida. Ele levou todos os “nossos pecados em seu próprio corpo sobre o madeiro.” (1Pe 2:24) Cristo foi “feito por nós maldição.” (Gálatas 3:13). Ele bebeu por nós a taça da justa ira de Deus “até aos seus sedimentos.” (Is 51:17; João 18:11). Despojou a morte do seu aguilhão, e ao sepulcro, da sua vitória (1Co 15:55-56). Deu a Sua vida por nós. Desceu até à morte, onde nós estávamos, a fim de nos conduzir a uma eterna associação com Ele em vida, justiça, favor e Glória diante do nosso Deus e do Seu Deus, de nosso Pai e de Seu Pai. (Vejam-se cuidadosamente as seguintes passagens: João 20:17; Romanos 4:25; Romanos 5:1-10; Romanos 6:1-11; Romanos 7 a Romanos 8:1-4; 1Co 1:30, 31; 1Co 6:11; 1Co 15:55-57; 2Co 5:17-21; Gálatas 3:13, 25-29; Gálatas 4:31; Efésios 1:19-23; Efésios 2:1-6; Cl 2:10-15; Hebreus 2:14, 15; 1Pe 1:23.).

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