sexta-feira, 2 de novembro de 2012

“UMA CHAMADA AO ARREPENDIMENTO”



introdução

 por Charles Haddon Spurgeon.

Todos aqueles, pois, que são das obras da Lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da Lei, para fazê-las.” (Gl 3:10)
         Meu querido ouvinte, és crente ou não o és? Conforme respondas a esta pergunta, escolherei estilo de me dirigir a ti no dia de hoje. Eu pedir-te-ia, como um grande favor para a tua própria alma, que esta noite não penses que estás sentado numa capela, ouvindo um ministro que está pregando a uma grande congregação. Pensa que estás sentado na tua própria casa, na tua própria cadeira, e imagina que eu estou ao teu lado, com a tua mão na minha, conversando pessoalmente contigo, conversando sozinho contigo; pois, assim é, como desejo pregar hoje, a cada um dos meus ouvintes — a cada um, individualmente. Então, antes de começar, quero que tu me respondas, diante de Deus, a esta pergunta solene e de suma importância  — estás em Cristo, ou, não estás? Andas fugido, procurando refúgio Nele, o Qual é a única esperança para os pecadores? Ou, és ainda um estranho para a nação de Israel, ignorante acerca de Deus e do Seu santo Evangelho? Sê honesto com o teu próprio coração, e deixa que a tua consciência responda: sim, ou não, pois a tua condição hoje, responde a uma destas duas situações: ou estás debaixo da ira de Deus, ou foste livrado dela. Tu és neste dia, um herdeiro da ira divina, ou um herdeiro do reino da graça. Qual das duas situações é a tua condição?
         Na tua resposta não recorras a nenhuma das condicionantes “se” ou “mas”. Responde com sinceridade à tua própria alma; e, se tiveres alguma dúvida a esse respeito, suplico-te que não descanses até que tenhas resolvido essa dúvida. Não utilizes essa dúvida em teu proveito próprio, porém, antes pelo contrário usa-a contra ti. Podes estar seguro que é mais provável que te equivoques, em vez de estares correto; e, agora, põe-te a ti mesmo na balança, e se não inclinares completamente algum dos pratos, e ficares equilibrado entre os dois, dizendo: “Não sei qual dos dois,” é melhor que te decidas pela pior das respostas, ainda que te doa, e não que escolhas a melhor, sendo enganado, e, assim prossigas com presunção, até que o abismo do Inferno te desperte do teu próprio engano. Podes, então, com uma mão posta sobre a santa Palavra de Deus, e com a outra mão sobre o teu próprio coração, alçar os teus olhos ao Céu, e dizer: «Uma coisa sei, é que havendo eu sido cego, agora vejo; eu sei que passei da morte para a vida; já não sou o que antes fui; ‘eu sou o primeiro dos pecadores, mas Jesus morreu por mim;’ e, se eu não estiver terrivelmente enganado, hoje sou, ‘um pecador salvo pelo sangue, um monumento da graça’»? Meu Irmão, que Deus te ajude; a bênção do Altíssimo seja contigo. O meu versículo não contém trovões para ti. Em lugar deste versículo, procurai o versículo 13, e lede ali a vossa herança: “Cristo nos redimiu da maldição da Lei, feito por nós maldição (porque está escrito: Maldito todo o que é pendurado num madeiro).” Assim, Cristo foi feito maldição no teu lugar, e tu estás seguro, se realmente foste convertido, e se, na verdade, és um regenerado filho de Deus.
         Meu querido ouvinte, estou solenemente convencido de que uma grande proporção desta assembleia não se atreveria a afirmá-lo; e tu hoje recorda-te (pois estou falando pessoalmente com cada um de vós), que és um desses, e não te atreves a afirmá-lo, pois és um estranho para a graça de Deus. Tu não te atreverias a mentir diante de Deus e da tua própria consciência, e, portanto, dizes honestamente: “Eu sei que nunca fui regenerado; sou agora o que sempre fui, e isso é o tudo o que posso dizer.” Então, tenho de tratar contigo: Exorto-te por Ele, O qual julgará os vivos e os mortos, perante Quem tu e eu nos deveremos apresentar, que escutes as palavras que prego, pois poderá ser a última advertência que jamais ouças, e exorto também a minha própria alma: sê fiel a estes homens moribundos, para que não seja achado no fim, no sopé da montanha, o sangue das almas, e tu mesma sejas desprezada. Oh Deus, faz-nos hoje fiéis, e dá-nos o ouvido que ouça, e a memória que retenha e a consciência tocada pelo Espírito, no nome de Jesus.
         Em primeiro lugar, hoje vamos julgar o prisioneiro; em segundo lugar, vamos decretar a sua sentença; e, em terceiro lugar, se nos inteirarmos que ele confessa os seus pecados e se volve penitente, vamos proclamar a sua libertação; porém, não a proclamaremos a menos que comprovemos que ele o faça.

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