“Porque
o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e
cavaram para si cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas” (Jeremias 2:13).
Caro leitor, tendo mostrado como a raça
na queda trocou a glória de Deus pela miséria, creio que devo prosseguir nesse
tema tão dinamicamente abordado pelas Escrituras. Eles também trocaram a
fonte de luz pelas trevas. O Deus da bíblia é o Deus da verdade. É dito a
respeito Dele: “...Deus é luz e não há Nele treva nenhuma” (1 João 1:5). Andar com
Deus é andar na luz (João 8:12); é estar consciente de tudo; é andar em
santidade, pureza, amor, retidão, discernimento, sabedoria e plena convicção. O
Deus da revelação bíblica é o Deus do sim, sim e não, não! Andar com Deus é
andar em liberdade, porque a verdadeira liberdade requer plena verdade.
Mas ao abandonar o Senhor, homens e
mulheres foram atirados nas trevas; imediatamente passaram a habitar em densa
escuridão, porque foram envolvidos pelo poder da mentira resultante do pecado;
foram envolvidos também pela poderosa morte que amordaçou-lhes para que fossem
atirados no inferno; ficaram agora subordinados ao império das trevas, montado
pelo diabo para que, iludidos, enganados e fascinados pelo pecado pudessem
servir neste mundo como escravos (João
8:34).
Na escuridão não conseguem perceber os
perigos que lhes cercam, porque seus inimigos sutilmente os ludibriam; não
percebem que estão sendo usados nas trevas para os planos malignos de satanás e
que depois disso serão atirados fora, como trapos. Como escravos neste mundo
homens e mulheres não desconhecem o fato que serão descartados. Não sendo
filhos de Deus, nada têm de direitos aqui: “O escravo não fica para sempre na
casa...” (João 8:35). Nesse reino de densas trevas homens e mulheres
vivem em completa incerta, porque o cenário para eles é diferente, é natural e
não espiritual. A luz que eles têm no ambiente natural é luz que facilmente
apaga, como a luz de uma vela. Enquanto essa tênue esperança ainda brilha perante
seus olhos, eles são mantidos em pé, firmados naquilo que lhes serve de
fortaleza ao derredor. Não percebem que estão do lado de fora e que a
verdadeira e eterna luz está dentro da casa de Deus, no reino de Deus onde habita
o povo de Deus.
Enquanto vivia no pecado Saulo era
cercado por um facho de esperança que brilhava e incendiava seu coração de
engano e perversidades praticados em nome de uma religião. Para ele essa luz
era a verdadeira, não havia nada semelhante; estava pronto a morrer por um
ideal sem base e sem qualquer documentação e aprovação de Deus. Ó quantos
milhares vivem assim! Estão sendo levados como animais para o matadouro e não
percebem, até que chegue o dia da matança. Mas mesmo assim para milhares a
morte significa que a luz natural apagou e que ficará apagada para sempre. No
pecado não pode haver realidades eternas, e mesmo que os homens ouçam acerca do
juízo vindouro e da punição eterna, tudo isso é visto à luz do cenário onde
eles vivem. Para o homem natural após a morte vem o descanso; seguirão seus
atos de justiça e que Deus há de prover um lugar de descanso merecido. Ora,
todos esses fragmentos do engano são retirados do império das trevas e eles
pensam que são pensamentos de ouro, quando não passam de ilusões.
Para
as multidões no pecado não existe uma luz mais pavorosa do que a luz do
evangelho. Por isso milhares fogem daquilo que revela o estado depravado de
seus corações (João 3:20). Eles fazem suas festas com suas luzes, mas elas
brilham tão pouco e logo estão envolvidos em suas dúvidas e aprisionados na
falsa esperança de que haverá nova luz amanhã para encher seus corações dessa
suposta felicidade.
Não há qualquer possibilidade de homens
e mulheres corram para a luz da glória de Cristo. Os mortos vivem na região da
morte e ali desfrutam de um repouso tão perigoso, até que a ordem venha e eles
são sacados desta vida para as trevas eternais. É o Deus de compaixão que chama
os pecadores! É o Salvador bendito que se apresenta em compaixão, bondade e
ternura para arrancar homens e mulheres das trevas. Ele está fazendo isso
agora, a misericórdia Dele está plenamente acesa e Sua voz ecoa nesse cenário
convidando homens e mulheres cansados e oprimidos pelo pecado para o doce e
eternal descanso.
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