terça-feira, 31 de julho de 2012

PODE O SALVO PERDER A COMUNHÃO COM DEUS? (1)





INTRODUÇÃO:


         Creio que são poucos os crentes que desconhecem a doutrina da comunhão do salvo com Deus e que há perigo do crente perder essa comunhão. A doutrina da comunhão, conforme tem sido ensinado, difere da doutrina da salvação no fato que a salvação não pode ser perdida, mas a comunhão sim. Aos crentes é ensinado que o pecado aceito na vida, anula aquela comunhão íntima que o crente tem com seu Pai eterno e que somente uma sincera confissão e pedido de perdão fazem com que o gozo da comunhão retorne.
Será que devemos aceitar tal ensino sem que antes o perscrutemos bem para ver se realmente está revestido do puríssimo mel da verdade bíblica? Será que devemos aceitar tal ensino sem que antes façamos uma análise de toda Escritura, à semelhança dos Bereanos para ver se as coisas ditas são de fato palavras vindas do Espírito de Deus ou se o mel é falsificado e assim misturado com o “açúcar” das maquinações humanas?
O termo “comunhão” é a tradução da palavra grega “koinonia”. Nessa forma ela aparece 18 vezes no Novo Testamento. Esse vocábulo vem de uma palavra que significa “comum”. Os judeus conheciam bem esta palavra e  aplicavam-na a tudo aquilo que não era santo e separado. Por exemplo, em Atos 10:13-15 quando Pedro teve a visão do lençol no qual continham os animais. Pedro como um judeu bem tradicional reconheceu que aqueles animais vistos eram todos qualificados como imundos conforme a linguagem de Levítico 11. Pedro chama-os de “comum e imundo”. A palavra usada por Pedro para “comum” é de onde vem a nossa palavra “comunhão”. A idéia que transparece ali é que não era algo separado, ou santificado, mas que era exposto a todos os que não eram judeus e assim usados na alimentação deles.
Nesse sentido vemos que comunhão, aplicada a família de Deus, significa que aquilo que era apenas restrito ao Pai e ao Filho passa a ser também de homens e mulheres que se tornam filhos de Deus ao crerem em Jesus o Filho de Deus (João 1:12). A palavra também significa “sociedade, intimidade”, e era usada nos papiros para referir à relação conjugal. Na comunhão de uma família é que podemos aprender exatamente que “comunhão” na família de Deus é tornar-se participante daquilo que somente os santos de Deus têm direito, o qual jamais hão de perder, justamente por serem filhos legítimos. Eu tenho 3 filhos e eles são partícipes da comunhão da família constituída na união que houve entre eu e minha esposa. Nada, a não ser a morte poderá afastá-los desse laço familiar que nos une nessa comunhão.
Ora, comunhão na Bíblia trata de relacionamento familiar, Deus, o Pai lidando com aqueles que pelo Novo nascimento tornaram-se seus filhos (João 1:13). Aqui neste mundo a única coisa que pode anular um vínculo familiar é a morte. Na família de Deus não pode haver morte, porquanto todos os salvos possuem vida eterna, sendo assim, o laço de comunhão é eterno e impossível de ser quebrado.
Neste pequeno tratado doutrinário quero apresentar a minha conclusão bíblica de que é impossível o crente perder a comunhão com Deus. Sei que estarei mexendo com muitos que vão ter vários argumentos contra essas minhas deduções; sei também que não poderei jamais satisfazer a todos, mas isso não impede que eu procure expor a verdade conforme está escrito a fim de que possa orientar os santos pelo caminho claro onde o Espírito de Deus quer guiá-los, e assim livrá-los de erros que trazem embaraços para o caminhar dos verdadeiros crentes pelo caminho de luz onde, pela graça, foram colocados.

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