“Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor requer de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benevolência, e andes humildemente com o teu Deus?” (Miquéias 6:8).
O HOMEM EM RELAÇÃO AO SEU PRÓXIMO - AMOROSO: “...que ames a misericórdia...”
Caro leitor, todo esforço tenho envidado para explicar que as vidas transformadas pela mensagem do evangelho são guiadas pela misericórdia. O verdadeiro amor brota de um coração que conheceu as compaixões de Deus um dia. Quando nossos olhos são abertos pela graça salvadora, certamente passa a contemplar nossos semelhantes como Deus nos contemplou e nos aceitou em Cristo.
Meu trabalho agora consiste em mostrar que o caminho da misericórdia no viver do verdadeiro crente não é nada fácil. Viver sob a auréola da compaixão de Deus é caminhar contra as tendências humanistas; é lutar contra a maré mundana e contra toda disposição da carne. Quando Deus opera a salvação, a fé que vem de Cristo abre os olhos da alma para que o homem enxergue o verdadeiro caminho a ser trilhado e os desafios que somente campeões da graça podem enfrentá-los. O mundo passa a ser visto como um enorme mercado de escravos; os homens são vistos algemados, aprisionados pelas forças do pecado, do mundo, da morte e do diabo.
Passo a mostrar aos meus leitores o caminho pelo qual todos os santos de Deus devem tomar. Primeiramente percebe-se que todas as ordenanças bíblicas dadas ao povo de Deus em relação aos homens só podem ser praticadas por corações que conheceram o Deus de toda compaixão. Pedro numa exortação nos leva a compenetrar nesse assunto: “vós que outrora nem éreis povo, e agora sois de Deus; vós que não tínheis alcançado misericórdia, e agora a tendes alcançado” (1 Pedro 2:10). O que Pedro está querendo dizer com isso? Ele está mostrando ao povo de Deus que nós estamos somos forasteiros neste mundo, que peregrinamos num mundo perigoso, aterrorizante, cheio de maldades, de injustiça e de atos covardes.
Pedro não nos exorta a tomar atitudes revoltantes e bélicas; não fomos chamados para transformar este mundo num lugar mais sociável e justo. Meus caros leitores, nossas armas são diferentes, empunhamos armas desconhecidas dos homens; nossos corações duros foram transformados em corações tementes a Deus, por isso levamos conosco aquilo que recebemos da cruz: a verdade, a justiça, o perdão, o amor, a segurança, o respeito, a honra, etc. Então, qual o caminho mais importante a ser tomado pelo povo salvo?
Digo e afirmo que o povo de Deus deve ser um povo santo. Ó quanto essa verdade tem sido negligenciada! É muito triste ver quanto o mundo tem cativado a igreja! Quanto os desejos carnais têm puxado com o mundo para dentro da igreja! Quando a igreja se mistura com o mundo, Deus simplesmente passa a julgar e punir a igreja. Santidade, um viver separado para Deus está acima de qualquer empreendimento religioso; está acima de qualquer sentimento de amor; está acima de qualquer mentalidade atraentemente piedosa. Cristo amou a igreja, por isso ela pertence a Ele. Um viver mundano é motivo de ciúme por parte do Espírito de Deus (Tiago 4:5), porque Ele cuida e zela da noiva do Filho de Deus.
Quando a mentalidade profana do mundo entra na igreja; quando os costumes perniciosos passam a ser aceitos pelos crentes, imediatamente a visão de misericórdia é apagada. Quando isso acontece o sistema religioso do mundo é abraçado e a Palavra de Deus em sua pureza é desprezada. A ausência de santidade no viver do povo de Deus apaga a luz celestial no crente e atrai atividades carnais em lugar de um viver obediente ao Senhor.
Viver para a glória do Senhor é sinal da liderança de Deus no viver, que Ele está à frente; que é Ele mesmo aquele que tudo comanda de forma soberana. Um viver em santidade adorna o mundo e beneficia os homens. Um viver em santidade glorifica a Deus e faz com que o mundo respire um pouco da atmosfera celestial na terra. Um povo santo no viver atrai as doçuras das misericórdias do Altíssimo, atraindo os pecadores ao arrependimento.
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