“Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor requer de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benevolência, e andes humildemente com o teu Deus?” (Miquéias 6:8).
O HOMEM EM RELAÇÃO AO SEU PRÓXIMO - AMOROSO: “...que ames a misericórdia...”
Prezado leitor estamos vendo como o evangelho da glória de Cristo transforma o cruel coração do pecador num novo coração carregado de misericórdia. Quando se finda a guerra contra Deus, há de findar-se também a guerra contra os homens. Obviamente, a misericórdia lida com os homens na base da verdadeira justiça, dando aos nossos semelhantes o verdadeiro sentido de viver; lutando para que eles conheçam o verdadeiro significado da paz, segurança e bem-estar social; fazendo com que eles conheçam o temor de Deus e o real significado da vida eterna.
Notemos bem que a misericórdia não desarma o salvo da coragem de enfrentar o mal. A misericórdia nunca será compassiva com o pecado. O ministério profético de Jeremias foi embasado de um coração cheio da compaixão de Deus por um povo tão orgulhoso e afastado da verdade. Ele teria que invadir as ruas e praças de Jerusalém e falar com um coração bondoso e compassivo, mesmo cercado de perigos, mas precisava falar da punição de Deus contra a maldade deles; precisava anunciar que o coração de Deus estava abrasado de compaixão e que cancelaria a punição, caso eles se arrependessem e convertessem.
Um coração misericordioso carrega consigo as armas da verdade, da bondade e da justiça. A misericórdia é como um cabo de aço vindo do céu, que sustenta o crente no temor ao Senhor. A misericórdia é a tomada que está ligada com a energia da Nova Jerusalém, fazendo com que brilhe neste mundo a luz da verdade que emana da cruz. O povo de Deus é a “...luz do mundo...” (Mateus 5:14).
Caro leitor percebamos que a visão da misericórdia é do alto, vem de Deus. Um evangelho que se compraz em servir aos homens sem a fonte da energia certa, certamente não há de prevalecer-se contra o mal, pelo contrário estará se fortalecendo com o mal. Amor, bondade, fraternidade, simpatia, etc. são sentimentos ocos e passageiros quando não são provenientes de um coração carregado da compaixão de Deus. O mundo sabe como acender suas fogueiras de esperança de uma sociedade melhor, mas são fogos de artifícios que logo se apagam. Corações carregados do temor do Senhor, fixados na verdade revelada e estruturados na Rocha dos séculos são capazes de sobrevoar acima de todo esse burburinho terrestre. Os sentimentos reais derivados da cruz superam o poder da morte, do inferno, do pecado e dessa escravidão tirana de satanás neste mundo.
Leitor amigo, a misericórdia de Deus é revelada no evangelho da glória de Cristo (2 Coríntios 4:4). A maior luta de satanás é manter as multidões cegas, apalpando as paredes deste mundo em busca de segurança aqui. Cristo veio ao mundo para arrancar pecadores dessa triste condição implantada pelo pecado. Ele veio chamar pecadores da morte para a vida, das trevas para Sua maravilhosa luz.
A misericórdia afirma que é Deus que se aproxima do pecador para lavá-lo e purificá-lo de suas imundícies; a misericórdia de Deus traz o homem ao seu devido lugar, em plena submissão a Deus e vivendo na dependência de Deus. A misericórdia que nos abre o entendimento do tão grande amor de Cristo na cruz e da nossa constante dependência desse Pastor, para cuidar de nós num mundo infestado de lobos famintos. A misericórdia nos posiciona como fracos, para que sejamos sustentados pela graça. A misericórdia é que nos livra de toda presunção, da soberba e nos mantém humildes, ocultos, bem posicionados atrás da cruz.
Que mundo ingrato é esse mundo! O prêmio que João Batista recebeu foi ter sua cabeça como a recompensa dos pervertidos e adúlteros. O mundo lança fora como lixo os instrumentos da misericórdia, assim como desprezou a Cristo e de forma meticulosa levou-O até a cruz, expondo à vergonha e vitupério o Filho de Deus!
E você que está lendo essa meditação foi um dia alcançado pelas misericórdias dessa tão grande salvação? É agora um instrumento da graça para servir ao Senhor num mundo pervertido e iníquo?
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