terça-feira, 26 de novembro de 2019

A COMPAIXÃO POR NOSSOS SEMELHANTES (7)


                       
“Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação”
(ROMANOS 10:1)
COMPAIXÃO E PUNIÇÃO – EQUILÍBRIO CRISTÃO.
        Pude tratar um pouco sobre o fato que a compaixão de Deus não é uma emoção sem equilíbrio. O mesmo Deus que opera com misericórdia no mundo, é o Deus que também opera em juízo e justiça (Jeremias 9:24). Vemos essa atuação de Deus mostrada em Salmo 136, num resumo histórico, mostrando o fato que Deus atua neste mundo em salvar e punir. O Deus que entrou no Egito para salvar Seu povo da fornalha de ferro, foi o mesmo Deus que sepultou Faraó e seu exército no mar vermelho. Tal verdade é de grande significado para nós, porque se desejarmos conhecer a compaixão de Deus em nossas vidas, certamente deveremos aprender que a misericórdia opera em meio ao juízo.
        Falo isso porque o mundo religioso pensa diferente, porque desconhece os atos de misericórdia de Deus. Vejamos esta religião moderna, onde o que prevalece é um amor sem qualquer vínculo com juízo e justiça. Percebe-se que onde se fala muito de amor, bondade, simpatia e outros atrativos da natureza humana, não há qualquer sinal de misericórdia. Atos compassivos são vistos em ambiente de guerra. Quando Napoleão passava com seus soldados em meio aos corpos de inimigos mortos, havia um deles que que ainda vivo pedia água. Napoleão ordenou que um dos soldados desse agua ao soldado inimigo. Mas quando Napoleão se descuidou um pouco, aquele moço empunhou a arma e atirou para lhe matar, mas a bala não o atingiu. Mesmo assim, Napoleão ordenou que lhe desse agua.
        Isso é apenas uma mera ilustração do que significa misericórdia no meio dos homens. Deus opera em guerra neste mundo, conforme o ensino do Salmo 7. Foi assim em Jericó, pois quando a mão de Deus estava erguida para destruir aquela população, eis que algo extraordinário aconteceu, pois ali uma mulher mostrou ser uma convertida ao Deus de Israel. É a belíssima história de Raabe, segundo a narrativa de Josué capítulo 2. Se anularmos essa verdade certamente não entenderemos na prática os termos: graça, amor, bondade, ternura e outras atividades provenientes da graça de Deus no meio dos homens. No mundo não há isso; o mundo desconhece compaixão. Quando Deus permitiu que Roboão, o rei de Judá caísse nas mãos do rei do Egito, foi para que aquele elemento rebelde soubesse a diferença entre um Deus compassivo e o horror de cair nas mãos dos homens (2 Crônicas 12:8).
        O rei Davi entendeu bem essa verdade, pois quando, contra a vontade Deus contou o número do povo de Israel, ao vir a proposta do castigo de Deus entre cair nas mãos dos inimigos ou cair nas mãos de Deus, preferiu imediatamente cair nas mãos do Senhor, porque, segundo ele, o Senhor era misericordioso, enquanto os homens não (2 Samuel 24). Foi essa diferença que notáveis homens de Deus perceberam quando se viram cercados pelas mãos cruéis de homens ímpios. Daniel sentiu essa verdade na Babilônia, por isso orou humildemente confessando a indignidade dele e do seu povo (Israel) e assim exaltou a magnificente atitude de misericórdia da parte do Senhor. Foi essa mesma verdade que era desconhecida do profeta Jonas, que tanto queria a destruição do povo ali em Nínive, por isso o livro dele encerra com grande lição acerca da poderosa atividade compassiva de Deus no meio dos homens.

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