segunda-feira, 25 de novembro de 2019

A COMPAIXÃO POR NOSSOS SEMELHANTES (6)


                
“Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação”
(ROMANOS 10:1)
OLHANDO OS EXEMPLOS BÍBLICOS.
        Percebemos que Neemias, sob a autoridade do rei, foi para Jerusalém movido pela intensa compaixão de Deus em relação ao Seu povo. Notamos como a compaixão que ferve num coração piedoso tem como fonte o coração de Deus. Quando é mera emoção, ela não possui um comando da fonte. Moisés sentiu compaixão pelo povo, mas percebemos que não foi natural dele; não ocorreu como quando matou o egípcio e o escondeu. Na compaixão acesa na alma, a pessoa busca o lugar de perfeita compaixão. Moisés entrou em ação, como se fosse um mediador. Neemias também, pois ele foi imediatamente ao Senhor; ele não tomou decisão por precipitação, a fim de fazer o que pensava fazer pelo povo. É aí que vemos o real sentido de compaixão pelos nossos semelhantes.
        A compaixão, quando vem de Deus ao coração, realmente trata-se de fortes e reais emoções, mas é uma emoção sob o controle do amor. Assim que chegou em Jerusalém Neemias não chorou mais; precisava entrar em ação e mover o povo para agir também. Quando é mero sentimento humano, a compaixão trabalha sozinha e é mais levada a buscar socorros passageiros. Neemias sempre mostrou ser um homem de Deus, humilde, capaz de enfrentar as duras oposições e buscar de Deus o socorro, porque sabia que aquela obra era de Deus e não dele. Notamos essa compaixão na vida dos grandes profetas do Senhor. Alguns deles pareciam ser homens de ferro, de personalidades fortes, mas o que vemos por detrás de tudo era que aqueles homens falavam ao povo, movidos por intensa compaixão. Quão cheio de compaixão era Jeremias! Seus sentimentos pelo seu povo brotavam muitas vezes em lágrimas; seus sofrimentos foram muitos, em face da perseguição dos líderes religiosos e políticos em Jerusalém. Foi preso, jogado numa cisterna de lama, açoitado, mas estava sempre pronto a falar a mesma mensagem e até ao fim não desistiu.
        São muitos os santos de Deus que mostraram ter seus corações inflamados de amor compassivo. Daniel é outro modelo, pois mesmo distante de Jerusalém não cessava de orar em favor do seu povo. Sua posição na corte babilônica não o envolveu de orgulho e é impossível ler seu livro sem perceber o quanto amava seu Deus, que mantinha sua piedade, mesmo em face das perseguições. Seus ingratos colegas de serviço deviam a Daniel muito, porque foi ele que enfrentou o furioso Nabucodonosor, a fim de livrá-los da morte. Mas é a oração dele por Israel (capítulo 9) que mostra o quanto amoroso e carregado de misericórdia era aquele homem de Deus. Bem já idoso pode orar com intensidade por Israel, se colocando como culpado por tudo o que aconteceu, resultando no exílio e na destruição de Jerusalém. Daniel foi um homem movido por intensa compaixão.
        Podemos deixar de mencionar Estêvão? Um homem cheio do Espírito  e movido por uma coragem incomum para falar a verdade de Cristo ao seu povo. Mesmo cercado por elementos cruéis e criminosos; mesmo sendo quebrado cada membro do seu corpo pelas pedradas e já beirando a morte ainda pode elevar sua voz e pedir do Senhor Seu perdão em favor dos seus algozes. Não é um relato digno de nossas meditações?

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