terça-feira, 10 de junho de 2014

O PERSEGUIDOR IMPLACÁVEL (24)




“Mas se não fizerdes assim, estareis pecando contra o Senhor; e estai certos de que o vosso pecado vos há de achar” (Número 32:23).
A diferença entre um herói e um covarde
         Caro leitor, ao conhecer os ensinos tão reveladores da Palavra de Deus acerca da condição depravada do coração humano, certamente vemos que sem a força da graça todos somos como vermes rastejantes neste mundo, fracos e derrotados. Deus ilustra isso na vida de um de Seus tão eminentes servos – Davi. Vimos como o pecado o cercou com uma auréola de ilusório prazer; vimos como sumiu toda espiritualidade e discernimento daquele homem de Deus; vimos como imediatamente afastou-se de sua vista o temor devido ao seu Deus. Naquele momento o rei foi algemado pela sua falsa impressão de liberdade e agrilhoado pela loucura do seu egoísmo, e mesmo perante um de seus grandes heróis, Davi mostrou que quando o pecado domina a mente e as emoções, quão perigosíssimo é o caminho pelo qual estava transitando.
         No estudo anterior vimos qual é o perfil de um herói. Continuemos nossas considerações a respeito desse grande homem que figura-se como um gigante espiritual perante o rei, que antes era um gigante, mas agora não passa de um anão. Aquele homem que era de outra nação – heteu, mas que se converteu ao Deus de Israel; aquele homem que parecia tão simples fora colocado perante a loucura do rei, a fim de que revelasse as qualidades que jamais devem faltar num verdadeiro homem. O rei tentou fazer com que Urias fosse para sua casa e deitasse com sua esposa, mas foi em vão. Tentou na segunda vez fazendo com que ele ficasse bêbado, mas mesmo assim sua tentativa foi inútil: “E Davi o convidou a comer e a beber na sua presença, e o embebedou; e à tarde saiu Urias a deitar-se na sua cama com os servos de seu senhor, porém não desceu a sua casa” (2Samuel 11:13).
         Ninguém pode mudar um coração firme e santificado no serviço; ninguém pode fazer com que um verdadeiro servo tenha um coração dobre. Urias tinha uma meta em sua vida – servir! Para ele os sabores desta vida nada tinham de valor, sem antes cumprir seu dever no exército de Israel. Ora, nada é registrado sobre alguma grande conquista de Urias; nada é relatado de alguma vitória contra algum leão, ou mesmo contra um valente estrangeiro. Mas, o que é melhor do que o relato de sua postura inflexível perante o rei? Agora ele é o grande herói de Israel e Davi é o gigante Golias derrotado.
         O que fazer com um gigante espiritual? A única solução é tirar-lhe a vida! Ora, um herói de guerra está no mundo para isso, para cumprir seu dever com coragem. Que diferença faria em morrer na batalha ou pela covardia de dois homens? Mesmo que nada fosse constado a respeito desse grande homem, Deus marcou de forma indelével nesses versos das Escrituras.
Agora dois homens cruéis planejam encobertamente a morte de Urias.
         Eis a carta de Davi para Joabe: “Ponde Urias na frente onde for mais renhida a peleja, e retirai-vos dele, para que seja ferido e morra” (11:15). O amigo leitor está vendo como o pecado do adultério gerou um assassino? À frente de Urias muita bondade, muita ternura, um estranho modo de tratar generosamente seu soldado, mas no íntimo um monstro querendo escapar, sair ileso da sua tão grave culpa. Urias foi posto num lugar de explícito perigo na guerra, por isso morreu. Morreu Urias! Morreu quem não devia morrer! A lei de Deus ordenava que Davi fosse morto com Bate-Seba, mas o sangue inocente é derramado. Ninguém vê ninguém sabe, mas os olhos do Senhor tudo vê e durante nove meses tudo parece calmo e normal no reino.
         Meu amigo veja como o pecado é um perseguidor implacável! Tem algum leitor que se acha numa angustiante situação? Tem alguém sofrendo os horrores de uma consciência culpada? Tem alguém no profundo poço da perdição, sem saber como escapar, devido a insensatez da desobediência? Cristo Jesus veio ao mundo para buscar e salvar perdidos!


        

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