“Pois tu não és Deus que se agrade com a
iniquidade, e contigo não subsiste o mal” (Salmo 5:4).
O CARÁTER SANTO DE DEUS: “Pois
tu não és Deus que se agrade...”
Caro
leitor é grande o desafio de provar que ao odiar o pecado com ódio consumado, a
santa e justa ira de Deus paira sobre o pecador. Perante esse Deus santo o
pecado não pode subsistir. Quando os dois filhos de Arão, Hofni e Finéias
resolveram tomar fogo estranho e levar tal fogo para o lugar da santa presença
de Deus, imediatamente o furor de Deus fuzilou os dois jovens e ambos caíram
mortos. Não houve ali uma separação da atitude rebeldes deles, a fim de atingir
livrá-los da punição e assim atingir somente a atitude deles. Então, quão
mentirosa é essa definição de que Deus odeia o pecado, mas ama o pecador. Ora,
nem com nossos filhos que tanto amamos conseguimos separá-los de atitudes
desobedientes da parte deles, a fim de livrá-los da punição merecida. Quando
Acã pecou e transgrediu contra Deus (Josué 7), ele foi tido por culpa e por
isso foi apedrejado.
Caro
leitor, não há possibilidade de separar o pecado do pecador. Uma razão é
que o pecado é algo da natureza do pecador, assim como o desejar ir para a lama
faz parte da natureza do porco. Um médico pode retirar uma enfermidade de um
doente por meio de um remédio ou mesmo de uma cirurgia, mas não há poder algum
que possa fazer essa divisão e separar o pecado do próprio pecador. Então,
nesse caso entendemos que o pecado é punido no próprio pecador. Caro leitor,
ninguém pode ver o pecado, a não ser no pecador. Tentando ser prático, você não
vê a desobediência a não ser no próprio desobediente; você não verá a
embriaguez, senão vendo o ébrio. Noutras palavras, não haveria qualquer
manifestação do pecado, se não houvesse o pecador. Quando Deus resolveu
exterminar a raça nos dias de Noé, Ele ajuntou toda raça e olhou para essa
multidão e afirmou ter se arrependido de ter feito o homem. Notemos que todo
ódio de Deus foi focado naquela raça, porque as manifestações de maldade e de
todo tipo de atos pervertidos eram vistos pelas atitudes deles. O amor de Deus
não separou aquela raça perversa de seus pecados. Noé escapou simplesmente
porque Deus usou de graça para com Ele. Então, o dilúvio veio como um castigo
universal e Deus puniu o pecado daquela raça afogando toda aquela população.
Caro
leitor, vou tentar prosseguir um pouco mais na tentativa de mostrar o quanto
esse ensino tão amplamente divulgado pelo humanismo moderno precisa ser
rejeitado e desprezado. Vou valer aqui da nossa experiência. Somente um
desumano pode separar o assassino daquilo que cometera. Como a lei há de punir
aquele ato, senão castigando o próprio criminoso? Quando Amnon estuprou sua
irmã (2 Samuel 13), o ódio de Absalão foi focado em Amnon e cresceu tanto até
matá-lo. A partir daquela covarde atitude daquele moço contra uma moça indefesa
levou-o a ser odiado, porque seu ato veio de seu coração; seu coração
corrompido estava carregado dessa maligna atitude. Quando um ladrão é preso,
não são os seus atos que vão para a prisão, mas sim ele mesmo.
O
fato é que o evangelho humanista tão carregado de falso amor, simplesmente
desconhece o estado tão vil e depravado do coração do homem. Nosso Senhor
jamais procurou inocentar o homem dos seus atos. Ele mesmo afirmou que é de
dentro, do coração do homem que procedem os maus desígnios (Marcos 7). Nosso
Senhor sempre foi direto ao coração e atacou fulminantemente o pecado no homem.
Ele chamou os religiosos daquele tempo de hipócritas, de sepulcros caiados. É
esse moderno evangelho tão apimentado de amor humano que tem lançado fora a
verdade e procurado atrair tais ensinos. Os homens lutam para inocentar os
pecadores; lutam para livrá-los da condenação merecida; lutam para defender
suas vidas tortuosas e assim acusam Deus. Meu caro amigo, Cristo veio ao mundo
para salvar perdidos e a Bíblia afirma nossa culpa e nosso total merecimento do
castigo. Mas somente o Salvador bendito pode livrar o perdido.
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