“Não
retarda o Senhor a Sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário,
ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos
cheguem ao arrependimento” (2 PEDRO 3:9)
A
PACIENCIA DE DEUS EM FACE DA LONGANIMIDADE DE DEUS:
Caro leitor tenho procurado nesse texto
de 2 Pedro o quanto prevalece neste mundo a longanimidade de Deus. Ora, o mundo
não entende e jamais irá compreender essa dinâmica atuação de Deus na face da
terra; o quanto é grandioso e terno Seu coração; o quanto Seu tempo funciona
diferente do nosso pobre tempo aqui; o quanto Ele é capaz de suportar
mundialmente as provocações e perversidades dos homens malignos, os quais acham
que Ele está longe, que é incapaz de fazer o que prometera, pois o tempo e as
gerações passam e segundo eles nada acontece, pois tudo permanece do mesmo
jeito.
O leitor atento há de perceber que só
tem um meio para que conheçamos os atos desse Deus no mundo – por meio da Sua
Palavra. Não há escola, nem faculdade neste mundo capaz de ensinar essas
maravilhas do braço forte do Senhor, o qual atua durante os anos que para nós
são eras. Se voltarmos para a cultura mundana, certamente mergulharemos nessa
ignorância e loucura daqueles que se inculcando por sábios tornaram-se loucos.
Deus tem Seu relógio; o eterno atua no tempo no tempo e no prazo Dele e não
nosso e é olhando pelo prisma bíblico que nós, tão frágeis e passageiros vamos
entender. O mundo louco passa e está passando; homens cultos e poderosos deste
mundo são como minhocas pisadas pela fúria do tempo, pois eles passam e morrem.
Mas o Senhor em nada é afetado como nós pela força dos anos, pois Seu braço é
tão forte como o era na criação, nos dias de Moisés e noutros tempos que já se
foram. Se quisermos conhecer a maneira esse Senhor atua neste mundo, no meio
dos homens, devemos ignorar nosso sistema, nosso calendário e nossa breve
passagem aqui. Nossos oitenta ou noventa anos são segundos e minutos no relógio
Dele.
Agora devo levar meus leitores a um
exame mais apurado do texto em pauta, a fim de que conheçamos a LONGANIMIDADE
DE DEUS. Os homens querem compreender a divindade à luz daquilo que eles
compreendem aqui. É justamente nesse ponto que entra a completa falácia dos
homens; é aqui que eles são pegos em armadilhas letais. Quando elementos
incrédulos tentam compreender os atos de Deus, imediatamente eles caem no erro
de achar que Deus age como os homens agem e que Deus é volúvel e que tempo faz
com que Ele fique fraco e incapaz. Notemos bem que enquanto o Senhor, em Sua
compaixão está salvando os perdidos, ao mesmo tempo Sua ira está sendo
executada contra os perversos. Mas os homens não veem assim; eles não enxergam
os contínuos atos punitivos de Deus.
Ora, foi assim nos dias de Noé, porque
com seus corações enganosos e iludidos eles achavam que o anúncio profético do
dilúvio era piada; que Noé estava agindo como um louco. Na incredulidade eles
viam que a vida prosseguia normal; que tudo continuaria como estava e que não
havia qualquer sinal desse elemento pavoroso de juízo. Notemos bem que os anos
de anúncios foram longos e que a longevidade deles fazia com que eles
acompanhassem os acontecimentos. O Deus de Noé era desconhecido para eles; a
teologia de Noé não cabia em seus corações tão fechados e a própria Ira de Deus
os atraía para o lugar onde eles deveriam ficar, a fim de serem destruídos.
Caro leitor, pensamos que o mundo
mudou, mas a verdade é que os homens sempre foram assim, vivendo pouco ou
vivendo muitos anos. Eles passam seus anos aqui habitando sob um teto de
compaixão e ignoram os motivos dessa longanimidade de Deus. Mas a mensagem de
Noé é a mensagem que pregamos hoje; o mesmo Deus de Noé é o Deus de agora,
mesmo que tenham passados tantos milênios. Ele dispensa tantos anos de favores,
a fim de que o prazo do arrependimento seja estendido para os pecadores. Esse é
o Deus longânimo e compassivo das Escrituras.
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