“E naquela noite comerão a carne assada no
fogo, com pães asmos; com ervas amargosas a comerão” (Êxodo 12:8).
Caro
leitor, à medida que aproximamos mais desse texto da revelação, veremos que a
sombra desse simbolismo nos mostra as lições da realidade de Cristo e de Seu
sacrifício na cruz, e do que significa a
comunhão dos crentes em torno desse nosso Cordeiro que foi morto. A festa
cristã é completamente oposta ao sistema religioso deste mundo, pois tudo o que
significa religiosidade e culto mundano está permeada de carnalidade,
superstições, mundanismo e pecaminosidade. Por essa razão quero levar meus
leitores a considerar aquilo que a família israelita experimentou, antes da
saída do Egito, à luz daquilo que nos é ensinado no Novo Testamento.
O
que foi realmente exigido para que todos participassem dessa comunhão em torno
do cordeiro sacrificado? “...pães asmos; com ervas amargosas comerão”.
Incrível! Tudo o que é exigido nada tem a ver com a natureza carnal e tão
corrompido dos homens. Toda essa exigência requeria a obediência da fé, a qual
humildemente estava aceitando o cordeiro como o verdadeiro e adequado
substituto. A saída daquele povo do Egito seria o fato que um inocente cordeiro
foi morto e com seu sangue deu livramento da Ira de Deus. Mas, o que realmente
significa participar com “pães asmos e ervas amargosas”?. Não seria um
momento adequado para bailes, festejos, danças e gritos? Não! Absolutamente
não! O Egito não era mais o lugar onde deveriam estar; eles foram comprados, a
fim de que fossem retirados de lá e levados em peregrinação para a terra
prometida. A festa seria diferente; os pães eram sem fermento e o produto da
hortaliça deveria ser amargo. Deveria haver uma mistura de alegria com tristeza
tudo baseado em santa separação e gratidão. Incrível!
Caro
leitor, diante das sombras simbólicas estamos, mas onde estão essas sombras da
lei há também a realidade e a realidade é Cristo – nosso perfeito substituto. Quão
importante é que nossa comunhão e nossa festa sejam sempre em torno desse Santo
e imaculado Cordeiro! Quão perigoso é para o povo de Deus, quando os sistemas
mundanos começam a invadir o meio cristão! Não foi exatamente isso o que
ocorreu com a igreja em Corinto? Ao invés dos “pães asmos” da sinceridade, da
humildade e da separação, o fermento da impiedade e da aliança com o mundo
entrou ali e assolou a igreja com confusão e imundícies (1 Coríntios 5:7,8).
Amado
leitor, os santos de Deus precisam saber que o mundo jamais foi nem será chamado
para a participação da festa cristã em torno da verdade da cruz. Ora, o mundo
jamais entenderá essas coisas, por isso deve ficar do lado de fora com seus
costumes vãos e com suas vaidades. Nossa festa não tem “fermento” das malícias
e outras práticas vis. Nosso “pão” deve ser asmo, pois nosso Cordeiro é
completamente puro e santo.
Também,
em nossa festa as “ervas” são amargosas, porque justamente vai contra as
exigências da carne. Na festa cristã tudo é direcionado a glorificar a Deus,
por essa razão é amargo para a nossa natureza carnal. Não há lugar para os
prazeres, para aquilo que nos faz sentir bem, mas sim para amargar nossa vida e
nos mostrar o quanto somos o que somos pela graça. Nossa festa as “ervas amargas” aparecem para lançar por
terra nosso orgulho e vaidade; a nossa festa tem como alvo a glória de Deus e
não nossa glória; tem em vista o amor cristão e não satisfazer nosso egoísmo. O
nosso Cristo não é o cristo mundano; em nada Ele satisfaz as pretensões
mundanas. As “ervas amargas” visam nos mostrar que não somos daqui; o gosto
amargo nos faz lembrar que Cristo bebeu o cálice de fel e participar Dele faz
com que bebamos também esse sabor de um viver que não é daqui e que em nada tem
qualquer prazer neste mundo tão passageiro.
Caro
leitor é você um partícipe dessa festa tão estranha ao mundo? Foi você comprado
pelo sangue do Cordeiro e está pronto para a peregrinação rumo ao céu?
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