“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o
ressuscitarei no último dia” (João 6:44).
A IRRESISTÍVEL
GRAÇA: (continuação) “...se o Pai que me enviou não o trouxer...”
Prezado amigo leitor, meu labor
consiste em apresentar da melhor maneira possível o assunto a respeito da
irresistível graça. O texto mostra que o trabalho de Deus na salvação é
completamente soberano: “...se o Pai que me enviou não o trouxer...”.
Eu sei que um tema como este lança no pó toda justiça e apaga toda vanglória
humana: “...seca-se a erva e cai a sua flor...”
(Isaías 40:8).
Prosseguindo em afirmar que o Pai
conhece os que Lhe pertencem. A escolha na eternidade não foi feita
aleatoriamente, pois foi feita no Filho: “...Nele...”
(Efésios 1:4). Nosso Senhor foi bem categórico ao afirmar: “Conheço as minhas ovelhas...” (João 10:14). Ele não diz que irá conhecê-las, ou mesmo que
está conhecendo à medida que elas crêem Nele. Em João 10:27 Ele afirma a
respeito de suas ovelhas “...eu as conheço...”. Em 2Timóteo 2:19 Paulo
afirma: “...o Senhor conhece os que lhe pertencem...”.
Quão preciosa é essa verdade para os corações santificados!
Mais do que isso, os que agora Ele
conhece, já foram conhecidos na eternidade. Caro leitor, a Palavra de Deus é a
linguagem usada pelo Espírito de Deus com os crentes, e somente aqueles que têm
ouvidos para ouvir é que podem entender. Ouça o que Paulo diz duas vezes em
Romanos: “Porque os que de antemão conheceu, também...” (8:29) e: Deus não rejeitou ao seu povo que antes conheceu...” (11:2). O evangelho não opera inutilmente neste mundo;
a pregação do evangelho não é para ver se vai dar certo ou não. É por meio do
evangelho que Deus realiza Seus planos idealizados na eternidade, convocando
Seus eleitos nos quatro cantos da terra.
Digo mais que somente Deus, o Pai pode
entregar pecadores ao Filho, porque a obra realizada na cruz foi perfeita e
completa. Cristo Jesus é o perfeito Cordeiro; é o imaculado e santo de Deus. É
dito em Isaías que a obra para salvar os perdidos na cruz foi agradável ao Pai,
Ele mesmo moeu Seu Filho para que tornasse nosso pão que desceu do céu: “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito...” (Isaías 53:11). Nosso Senhor não é um Salvador
decepcionado; não está assentado ao lado do Pai e pateticamente observando a
ausência de fé no meio dos homens. A morte do Filho na cruz teve por objetivo
apaziguar a Ira de Deus contra Seu povo escolhido, e de fato isso ocorreu. De
tal maneira que tudo, esse grande, glorioso e eterno Sumo-Sacerdote conquistou
para ter Seu povo consigo agora e para toda eternidade. Tudo, até mesmo a fé
que o Espírito Santo opera no coração mediante a Palavra veio do Autor da nossa
fé (Hebreus 12:2).
Vou ainda mais longe ao declarar que somente
pela força da graça é que o perdido pecador é entregue ao Filho. Não tem um
acontecimento mais extraordinário do que esse! Não tem um milagre que mais
extasia o céu do que o milagre da salvação! Não tem um acontecimento que mais
emudece e paralisa as trevas do que a obra de arrancar pecadores das trevas
para a maravilhosa luz.
Portanto amigo, digo e afirmo que toda
essa extensiva obra da graça está acontecendo agora no mundo inteiro, porque
almas perdidas estão sendo entregues ao Filho pela força do Pai. Por que buscar
benefícios mundanos? Por que agradar a famigerada carne? Por que correr em
busca daquilo que tem valor de vento? Por que não aproveitar enquanto brilha
sobre sua cabeça a luz da misericórdia? Se toda atividade para sua salvação
pertence a Ele, por que não se humilhar e se atirar nos braços do Todo
Poderoso? Porque não invocar o Nome Dele para ser salvo? Por que viver adiando,
achando que terá tempo mais tarde, quando o sangue é o único meio para apagar
seus pecados e lhe tornar aceitável perante Deus?
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