“...Não
temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu” (Isaías
43:1)
Caro
leitor examinemos essa declaração de Cristo aos pecadores: “...chamei-te
pelo teu nome, tu és meu”. Estamos perante o grande conquistador dos
eleitos e nessa frase Ele está mostrando que não há qualquer poder de decisão
nos homens para que alguém possa chegar a Ele. Foi Ele que veio buscar o
perdido, pois não há quem busque a Deus (Romanos 3:11; não há quem possa
salvar-se a si mesmo, por isso Ele veio salvar (Lucas 19:10). Que nosso ser
esteja inteirado desses fatos eternos, os quais irrompem nossas almas de
genuína felicidade. Nosso cântico a Ele deve partir dessa conquista feita pelo
grande conquistador do Seu povo.
Notemos
bem o quanto o ensino da graça irresistível aparece nessa declaração: “...chamei-te
pelo teu nome...”. Eu sei o quanto nós somos inclinados a dar um zero
de crédito nessa verdade, porque a carne quer mostrar-se o quanto a carne quer
ser imperiosa; o quanto a natureza rebelde e idólatra quer tomar para si a
glória que pertence a Deus. Por essa razão a doutrina da queda e do estado
depravado do homem deve ser ressaltada, a fim de que pecadores possam ir a
Cristo, assim como o enfermo corre para o médico quando vê que sua situação é
desesperadora. Veja caro leitor, o quanto o Senhor toma para Si todos os atos
da salvação! Normalmente somos inclinados a pensar que Ele pagou o preço na
cruz, tornando o Substituto do pecador, mas que o restante agora depende do homem.
De
certo forma acreditamos que o Senhor fez Sua parte, mas que agora é o momento
quando os homens deverão fazer a parte deles. Mas não é isso o que vemos no
relato da tão grande salvação, mostrado nesse texto, bem como em toda extensão
das Escrituras. Ora, se foi com amor eterno que Deus amou Seu povo (Jeremias
31:3), então é certo que tudo foi providenciado pelo amor. A Bíblia nunca diz
que foi a igreja que amou Cristo, mas sim que Cristo amou Sua igreja e a Si
mesmo se entregou por ela (Efésios 5:25).
Então,
certamente é o Senhor quem atrai pecadores para Si; é Ele o invisível e
onipotente evangelista; é Ele que com poder chama mediante a mensagem do
evangelho, quando é pregado por mensageiros enviados por Ele. Claro que os
mensageiros são instrumentos usados para pregar e o Senhor tem Seus servos,
convocados para essa finalidade: “...como pregarão se não forem enviados?”
(Romanos 10:15). Mas, esse trabalho é tão glorioso que os que são chamados
sabem que não dignos de ocupar tal função e seus corações são cheios de temor.
Quando pregaram o evangelho em Jerusalém, Judéia, Samaria, Ásia e Europa,
aqueles santos apóstolos apenas cumpriam a missão de pregar fielmente a
mensagem designada. Eles não usavam meios para assegurar decisões, apenas
pregavam e deixavam os resultados com Deus. Mas frequentemente encontravam
aqueles que eram atraídos pelo evangelho estes eram recomendados a permanecer
firmes na graça.
Já
mostrei na vida de Saulo que o poder é do Senhor em atrair pecadores para Si.
Mateus também é outro exemplo desse chamado. Ele estava em seu serviço de
cobrar impostos; era alguém desprezado pelo povo judeu e considerado como um
“pecador” pelos religiosos. Mas o Senhor perto de Mateus e apenas disse:
“Segue-me” e imediatamente aquele homem deixou tudo e passou a segui-Lo (Mateus
9:9). Não houve qualquer relutância da parte dele. Houve algum poder no coração
de Mateus? Será que ele era um homem diferente, melhor do que os outros? Não!
Era um perdido no pecado e escravo de suas iniquidades. Não fosse o chamado do
Senhor, ele continuaria ali aprisionado e seguindo o curso deste mundo. O poder
que Mateus se erguer e com determinação seguir a Cristo foi o poder da Palavra.
Foi o Senhor quem atraiu Mateus para Si; foi Sua Palavra que ergueu aquele
homem dentre os mortos e gerou a fé em seu coração, a fim de obedecer ao
comando do Mestre. É assim que Ele faz com todos os que Ele em Seu poder chama
para a salvação.
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