“Arrependei-vos, pois, e
convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, de sorte que venham
os tempos de refrigério, da presença do Senhor” (Atos 3:19).
Caro
leitor, o arrependimento é um acontecimento sobrenatural na vida de um homem.
Certamente é uma experiência humilhante, mas é isso o que realmente acontece
com aqueles que são chamados à exaltada glória. Primeiro vem a humilhação, para
depois ocorrer a exaltação. Primeiro o homem deverá cair ao pó, a fim de ser
erguido à posição de um herdeiro de Deus. Eis aí a importância do
arrependimento; eis aí a razão que tanto a Palavra de Deus anuncia que todos os
homens, em todos os lugares se arrependam (Atos 17:30). Já pude mostrar que
arrependimento consiste no reconhecimento de sua queda em Adão e no fato de ser
um completo transgressor da lei de Deus.
Prossigo
afirmando que o homem arrependido há de ver seu caminho tortuoso pelo qual
trilhou com tanto prazer. Já tenho falado tanto sobre isso, mas é uma
verdade que deve ser repetida, pois muitos que afirmam que foram salvos
desconhecem essa verdade no íntimo, e com efeito na prática. A mensagem de João
Batista naqueles dias tinha em mira levar a população de Jerusalém e
adjacências ao arrependimento prático. Nós pecadores entramos neste mundo
dispostos a mudar as veredas do Senhor; no pecado achamos que os caminhos de
Deus são errados. Pense amigo na malignidade do pecado.
Ora,
entramos num território que não nos pertence; passamos a andar, respirar e
viver anos, usando aquilo que não nos pertence, a fim de desorganizar o que
estava organizado. Pegamos a justiça, a fim de traçar todo ramo de injustiça e
firmados nisso tentávamos estruturar nosso próprio reinado de maldade, conforme
diz Paulo em Tito 3:3: “Porque também
nós éramos outrora insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias
paixões e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos
outros”. É assim que vivem os homens neste
mundo, por isso João Batista pregou a mensagem que mobilizou o povo a uma
mudança: “...Endireitai os caminhos do Senhor...”, era o brado do grande
profeta.
Então, arrependimento faz com que os
homens olhem para traz e enxerguem suas maldades praticadas contra seu próximo
e especialmente contra Deus. O arrependimento verdadeiro faz com que o homem
deseje voltar no tempo e colocar tudo em ordem. Quanta tristeza enche seu
coração quando percebe a filmagem de sua vida, e quão insensato foi ao pensar
que ninguém via e que todas as suas maldades desapareceram com o tempo! Ó,
quanto é humilhante para a alma conhecer sua miséria!
O arrependido verá seu orgulho em ter
desafiado o próprio Deus. Na salvação a benção gloriosa para a alma é a
visitação do Senhor em Sua compaixão. Então, o homem arrependido vê quão ofensivo
foi seu viver, como diz a mensagem do hino: “Bem longe de Deus eu andava, um
pobre perdido fui eu”. Quanta estultice! Ele percebe o mundo do lado de fora;
vê como andava desafiando Deus e afrontando o Senhor. No seu viver religioso
percebe que fora um insolente, rebelde e blasfemo, porque apreciava a mentira,
porquanto ela encobria bem seus caminhos tortuosos. O arrependido não tem dó de
si mesmo, porque sabe que está no lugar certo. Ele vê um Deus justo e reto
perante um réu culpado e que merece a condenação. Não há lugar para réplica,
pois está emudecido e pasmado diante daquilo que lhe foi mostrado por obra do
Espírito.
Mas é nesse caminho e nessa postura de
um barro, que o pecador vê seu Salvador à sua frente. Maravilhoso Salvador!
Bendita é a alma chamada para conhecê-Lo! Não há privilégio maior! É ali que a
alma conhece o Rei da glória em Sua compaixão aos perdidos! Ele vem ao pecador
para reinar em seu coração e expulsar todo mal; Ele chegar para desfazer toda
obra do diabo e receber o pecador para Si mesmo!
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