“A tua malícia te castigará, e as tuas
apostasias te repreenderão; sabe, pois, e vê, que má e amarga coisa é o teres
deixado o Senhor teu Deus, e o não haver em ti o temor de mim, diz o Senhor
Deus dos exércitos” (Jeremias 2:19)
TRAMANDO O AFASTAMENTO: “A tua malícia...”
Caro leitor estamos vendo como a
palavra malícia explica a maneira como o
homem trama o afastamento de Deus no íntimo: “A tua malícia...”. Ontem dei início à exposição do texto, mostrando que tudo
começa com mentiras bem armadas e preparadas contra Deus no íntimo. O rei Saul
urdiu bem as teias da mentira em seu coração, ao deixar de cumprir as ordens do
Senhor eliminando todos os seres vivos de Amaleque. Ao chegar a Israel com os
bois, vacas, carneiros, bodes, etc. sua mentira consistia em declarar que
trouxe tudo aquilo tendo em vista oferecer culto a Deus (1 Samuel 15:15). Ele
pensou que podia encobrir seus propósitos malignos, ardilosos e mundanos
perante o Deus de Israel. Por trás de tudo estavam intenções de cultuar a
ídolos e demônios (15:23).
Em segundo lugar há também a malícia de
abrir caminhos a fim de alcançar seus
objetivos. Com a mentira bem sigilosa no íntimo segue-se essa disposição.
Aquele que quer desviar-se do Senhor tenta preparar um caminho belo e
aparentemente espiritual para sua descida. Há uma tentativa de abrir caminho
com seus bens e com suas atividades. Foi assim com Judas na corrida em busca de
sucesso financeiro neste mundo. Em todas as suas atividades estava como que
tentando abrir caminho para o sucesso mundano. Foi assim com Simão, o mago
(Atos 8). Ele viu o ministério como um caminho mais fácil para conquistar fama
e riquezas. As mentiras do coração chegam para manipular pastores e líderes,
assim homens e mulheres correm para a perdição buscando um caminho mais
“abençoado” e aceito pelos evangélicos. Eles querem continuar na “vitrine
evangélica”; querem continuar mostrando que pertencem a Deus, enquanto
escorregam para longe da verdade.
Em terceiro lugar, a malícia projeta
manipular e atrair a atenção de Deus para seus
planos. No desejo de desviar-se do Senhor a malicia do coração faz de tudo
para mostrar a todos seus direitos. Sua boca releva esses direitos e afirma
constantemente que Deus está errado. Note bem que Israel fez isso várias vezes
na caminhada pelo deserto. Sempre o povo culpava Deus, dizia que passava fome;
afirmava que Deus era injusto no trato e que fatalmente morreria no deserto.
Por detrás de todo esse choramingar está o desejo de voltar para o mundo, de
querer satisfazer a carne e servir ao príncipe das trevas. A malícia do coração
sempre estará mostrando a severidade do caminho para o céu e tentará assim
pintar um deus melhor, menos cruel.
Em quarto lugar, a malícia do coração trabalha bem em pintar seu caminho
apóstata com cores espirituais. Nos dias de Jeremias a nação fazia isso de
forma bem atraente. Havia muita atividade religiosa, muitos sacrifícios e
muitas mensagens agradáveis eram pregadas pelos falsos profetas. O caminho
daquele que está se desviando é aparentemente “mais espiritual” do que o
verdadeiro caminho. Aquele que quer manter-se longe do Senhor e da verdade
revelada começa sua descida com muito aparato religioso. Dá muita atenção e
sofisticação ao louvor e adoração; parece muito disposto a contribuir
financeiramente; corre muito em busca de grandes pregadores, mas especialmente
aqueles que pregam o que seus ouvidos anseiam ouvir.
Caro leitor, cuidado com o perigoso
caminho da apostasia! Cuidado com a enganosidade do coração! Examine bem para
ver se seu caminho é o real caminho dos santos de Deus; se há humildade, oração
e santidade no viver. Mas, se estiver descendo rumo ao lugar perigoso, o
momento agora é de arrependimento sincero, nada escondendo e fugindo de
qualquer espiritualidade forjada pela carne. Fuja do perigo eterno! Fuja da Ira
vindoura!
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