“Arrependei-vos, pois, e
convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, de sorte que venham
os tempos de refrigério, da presença do Senhor” (Atos 3:19).
Caro
leitor tendo procurado mostrar a necessidade real de arrependimento; que é
urgente o retorno desse tema em nossos dias, em face da apostasia tão reinante,
preciso agora mostrar o que envolve o arrependimento. Quando o
arrependimento vem ao coração, certamente esses detalhes aparecem juntos. O
homem arrependido vê inteiramente sua ruína; sabe que a construção de sua vida
caiu por terra diante da verdade a respeito da sua transgressão. O homem
arrependido vê que seu passado foi uma fumaça de vaidade e que não passava de
um escravo, aprisionado neste mundo, sendo empurrado para as trevas exteriores,
sem, contudo perceber esses perigos eternais.
Então,
arrependimento envolve o reconhecimento de sua queda em Adão (Romanos
5:21). Enquanto estão envolvidos em densas trevas, os homens vivem hipnotizados
pelo pecado. Satanás envolve os homens com estórias cheias de fantasias e
mentiras. Eles não percebem onde tudo começou. Satanás faz com que a história
da raça fique oculta num passado extremamente emaranhado; ele oculta toda
verdade e usa os homens para que inventem absurdos a respeito da origem dos
homens. Mas, a verdade da queda está bem marcada em nossos corpos de
humilhação, porquanto a morte explica tudo; há igualdade em todos os homens no
que diz respeito ao seu final.
No
arrependimento toda essa verdade vem à tona; a luz brilha sobre seu caminho
errado pelo qual pisou. No arrependimento o homem vê de quem era filho (João
8:44); que nada tinha de ligação com Deus; que o pai da mentira lhe enganava e
disfarçado dava a impressão que era o melhor ser existente. O arrependido vê
sua tremenda culpa ao contemplar tantas ofensas cometidas; vê sua inutilidade
em todas as obras, porque elas eram prejudiciais, não somente a si mesmo, como
também ao seu próximo. O arrependido não busca tesouro de bênçãos em seus
caminhos traçados no pecado; ele não procura água limpa de fonte impura, porque
sabe bem que nasceu no pecado e do pecado não procede o bem.
Ó
quanto o arrependido deseja desviar-se de tudo isso! Ele não quer inventar
coisas; não quer discutir, nem arrumar desculpas. Uma alma arrependida é um
barro seco perante o Oleiro; Deus há de tomá-los para fazer do terreno uma
criação do céu; a ligação com o velho Adão precisa ser removida e doravante
estará ligado para sempre ao perfeito segundo Adão – Cristo Jesus.
Também,
o arrependido sabe que o percurso pelo qual andou foi de transgressão à lei de
Deus. Ora, quantos querem remover a importância da lei na pregação! Conforme
Spurgeon, a lei funciona como agulha, enquanto o evangelho vem atrás como
linha. A lei sem o evangelho só causa dor e nada mais, mas a lei serve de
grande ajuda para conduzir os pecadores aos pés desse Salvador, porque a lei
mostra os grandes feitos do pecador contra Deus. Paulo usa o termo “ofensa”,
para mostrar quão horrível foi o caminho traçado pelos homens no pecado. Cada
palavra e atos eram como bofetadas na face do Senhor. A alma arrependida nada
vê de justiça em seu viver e sabe que atos de bondade fora da justiça não
passam de abominação. Todo esse vestígio de trapo de imundície (Isaías 64:6) é
lançado fora, a fim de apoderar-se das maravilhas dessa tão grande salvação em
Cristo.
Ó
caro leitor, será que sua alma ficou fascinada por essa verdade tão repudiada
pela multidão? Os que já são salvos deleitam-se no Senhor! Têm prazer nessas
verdades que tanto humilharam o velho homem e fê-lo morrer! Os santos celebram
a graça salvadora e cantam louvores ao Rei dos reis! Os salvos habitam na luz e
ali juntamente confessam essas verdades!
Também,
pecadores buscam esse Salvador; procuram a verdade como mais precioso tesouro!
Por essa razão é que levo até à mesa e ali coloco essa comida à disposição para
os famintos!
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