“E diziam uns aos outros: Levantemos um capitão, e voltemos para o
Egito” (Números 14:4)
Ó quão
terrível e rebelde é o homem no pecado! O cap. 14 de Números revela essa tão
trágica verdade que narra os feitos malignos dos homens em sua hostilidade
contra Deus e contra a liderança de Deus. Aquele povo por dois anos já havia
andado sob a liderança de Deus pelo deserto; já tinha presenciado as maravilhas
e o braço forte do Senhor durante a jornada; sabia da grande compaixão de Deus
quando os tirou da dura escravidão, da fornalha de ferro egípcia, a fim de
torná-los povo Seu.
Mas o fato é que nada
disso muda o homem enquanto seu coração depravado, ingrato, vil e odiador de
Deus não for mudado num novo coração. As circunstâncias difíceis aparecem
apenas para revelar os segredos ocultos no íntimo. Quando os espias chegaram e
deram aquelas péssimas notícias acerca do povo inimigo, eis que todo arranjo do
pecado veio à tona; todo espírito de rebelião, de desconfiança de Deus brotou
imediatamente; toda insatisfação e anseio pelo gozo do Egito começaram a brotar
através de suas próprias palavras.
Caro leitor eis aí o
que realmente significa o homem no pecado; eis aí a demonstração clara da
disposição em desconfiar de Deus e confiar no homem; eis aí a prontidão natural
em fazer do homem seu braço forte e anular qualquer presença do bendito e
bondoso Senhor. Veja a prontidão do homem em conseguir uma liderança humana:
“...Levantemos um capitão...”. Noutras palavras: “Não queremos Deus!” Queremos
voltar pro Egito; queremos o mundo, mesmo que seja um ambiente de escravidão;
queremos curtir o mundo, e ao seguir esse Deus ficamos distante do nosso
sistema religioso; de nossos pecados prediletos; de nossos ídolos nos quais
confiamos. Eles queriam um capitão segundo os moldes deles; estavam prontos a
seguir o homem e não Deus; queriam ser totalmente submissos a qualquer elemento
forte e capaz, desde que os levasse de volta ao lugar deles – o Egito.
Meu caro leitor, não
pensemos que o coração do homem de hoje é diferente. Não há cultura, nem
condição social, nem religião ou qualquer artifício mundano que possa mudar o
homem no pecado. Ele é o mesmo desde a queda; ele é o mesmo rejeitador de Deus;
ele é o mesmo humanista, disposto a por toda sua confiança no braço carnal; é o
mesmo que está pronto a gastar o que tem e doar sua própria vida, desde que
seus ideais mundanos sejam mantidos; desde que seu caminho seja o caminho
tortuoso; desde que seus prazeres carnais sejam realizados. O homem no pecado
não pode tolerar a liderança de Deus. Se estiver numa igreja, logo vai
manifestar seu desprezo à verdade; há de lutar para que a fé genuína seja
desarraigada e o lugar seja ocupado somente com os mundanos.
Não há outro meio de
mudar o homem, a não ser o próprio Deus em Sua compaixão. É Cristo quem
transforma o leão numa ovelha e o faz em Sua graça. Então, quando homens e
mulheres são transformados em novas criaturas, eles vão querer a liderança de
Deus. Os santos querem ir para o céu; os santos querem aprender da Palavra; os
santos buscam socorro no Alto e vivem continuamente em oração; os santos nada
mais querem com este Egito mundano; os santos querem perseverar firmes na
jornada, mesmo em meio as lutas e dificuldades encontradas.
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