“Mas os ímpios são como o mar agitado; pois
não pode estar quieto, e as suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz
para os ímpios, diz o meu Deus” (Isaías 57:20,21)
Caro leitor nossos
olhos voltam a essa incrível afirmação do Senhor no tocante aos ímpios. São
palavras vindas diretamente da boca de Deus: “Para os ímpios, diz o meu Deus,
não há paz”. Há profundidade nas palavras do Senhor, por isso devemos
perscrutá-las a fim de que saibamos o que realmente está acontecendo no íntimo,
mesmo diante de todas as tentativas dos ímpios em encobrir a condição do seu
coração.
Toda tentativa dos
ímpios de tapar sua situação com atividades religiosas com uma fachada de paz
há de mostrar ser fadada ao fracasso. Seu problema está no seu coração. Sua
luta continua sendo contra Deus. Nós vemos o homem por aquilo que vemos; vemos
sua aparência, ou mesmo sua condição social, mas o Senhor vê o homem no íntimo
e Ele requer a verdade no íntimo, não na aparência (Salmo 51:6). Deus disse
para Samuel: “O Senhor vê o coração...” (1 Samuel 16).
Mesmo parecendo crente
por fora, mesmo sendo visto como alguém espiritual; mesmo que pareça ser salvo;
mesmo que suas atividades mostrem o quanto é esforçado e zeloso em seus
deveres, sua paz é perigosa paz, caso a guerra contra Deus continue no íntimo.
Enquanto estiver na igreja tudo parecerá maravilhoso e haverá uma sensação de
bem-estar e de que Deus satisfeito com tanto resplendor de bênçãos. Mas quando
o coração está em guerra contra Deus, o mundo e as iniquidades estão do lado de
fora da igreja. Satanás espera até que o culto termine a fim de enlaçá-lo e
levá-lo para o lugar onde tanto deseja estar. O tesouro do ímpio está no mundo,
portanto, seu coração está ali.
Ó como a justiça
própria é perigosa! Ela encobre o homem no coração; ela adorna o homem de uma
aparência piedosa e de um verdadeiro justo. A justiça própria torna o homem
incomparável, mas seus trajes são removidos assim que terminar o culto. Lá fora
ele será outro e mostrará ser o que realmente é através dos seus atos.
A paz é falsa quando o
homem está tentando pagar algo a Deus. Ó quão idólatra é essa paz! Ó quanto
sacrifício o coração arrogante está disposto a fazer! Ah! Quanto a natureza
carnal está disposta a subir às mais altas montanhas de sacrifícios! A natureza
presunçosa consegue trabalhar e ajuntar tudo ao seu derredor a fim de oferecer
seus sacrifícios de paz. Sempre há recursos em suas mãos para pagar a Deus.
Ei-lo aqui e ali saudando a todos, requerendo paz e espalhando essa paz. É como
a mulher adúltera de Provérbios que come, limpa a boca e afirma que não cometeu
maldade.
Caro leitor, na luta
para pagar a Deus com sacrifícios, trabalhos, e outras atividades religiosas os
ímpios ignoram a misericórdia de Deus. A soberba no íntimo declara que não
aceita o sistema de Deus; que não adota os princípios bíblicos; que odeia o
caminho rumo ao céu e que não quer deixar o mundo com suas paixões. A paz
obtida ao tentar pagar a Deus é uma paz momentânea, é como fumaça, como fogo de
palha. Não é algo durável, eterna e apta para enfrentar as tempestades desta
vida. A paz falsificada pelo engano do pecado ela é fortificada pelo ambiente e
sustentada por todos quantos estão no mesmo percurso. Mas a verdade é que não
passa de profanação e rebelião blasfema.
A falsa paz tem seu
consolo superficial, porque é o ímpio declarando que tem algo lá fora que ele
ama mais. O ímpio tem Deus na lista de seus amores, mas a verdade é que Deus
apenas é uma figura criada pelo perverso coração, a fim de abençoar seus
amantes. Os ímpios não conseguem, nem querem abandonar suas idolatrias, seus
pecados favoritos guardados na sala escura do seu coração enganoso e pervertido
(Jeremias 17:9).
Caro leitor, sua alma
está aflita e desesperada? Você está longe do Senhor e vivendo nas trevas? Eis
que o Senhor Jesus, Autor de uma tão grande salvação está agora pronto para
salvar perdidos, dando-lhes a verdadeira e eterna paz (Salmo 32:1e2).
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