“Não é isso que te dissemos
no Egito: deixa-nos, para que sirvamos os egipcios? Pois melhor nos fora servir
aos egipcios do que morrermos no deserto”
Êxodo 14:12.
Não se pode esperar da natureza humana algo melhor. Servir ao pecado é a
coisa mais saborosa para a mente carnal. Os quatrocentos e trinta anos de dura
escravidão no Egito sob a mão cruel de Faraó, em nada conscientizaram o povo de
Israel da grandeza, do amor e do poder de seu Deus. Não importava as chicotadas,
as mortes de suas crianças, o ser um povo sem uma pátria própria, sem religião
própria, sem liberdade, etc; em nada era motivo de regozijo trilhar sob o
Poderoso Braço de Jeová no caminho certo para Canaã, sua
pátria.
A natureza pecaminosa do homem é assim, prefere ficar no vale do pecado,
servindo ao pecado, do que servir a Deus. A natureza maligna do pecador não pode
suportar a liderança de Deus, nem confiar nas providências de Deus. Se for
puxada com uma corda para a subida rumo ao céu, logo a corda romperá e ela
rolará de volta ao lugar que tanto ama. O mundo é seu lugar aprazível e suas
recompensas passageiras tanto lhe atraem.
Por que a escravidão do pecado? Primeiro, porque há uma falsa impressão
de liberdade no pecado. Seu coração enganoso e enganado lhe joga confetes e lhe
assegura que ele tem direitos de viver do jeito que gosta e que esta vida aqui é
a melhor. Segundo, porque o pecado lhe assegura uma normalidade no viver, que há
plena segurança no caminho por onde está indo, que há proteção e que nada há de
censura. Terceiro, porque há um sabor de prazer no pecado, e o campo do prazer é
vastíssimo. O horizonte do viver mundano é lindo e apresenta muitas doçuras de
promessas agradáveis para um viver melhor nesta vida. Quarto, porque o próprio
pecado fornece um aparato religioso no coração sossegado do pecador. Há uma paz
do pecado e com o pecado e seu deus aparece constantemente para lhe sussurrar no
íntimo que tudo está bem e que haverá um final feliz na jornada. Quinto, porque
não há qualquer dispositivo no pecador escravo do pecado que lhe faça interessar
por Deus e pelos caminhos de Deus. O caminho do Senhor é estreito e exige a
disciplina de ser guiado em santidade e provação que culminará na felicidade
eternal. É loucura para o pobre escravo conceber uma vida melhor do que esta
vida mundana. Seu céu é o paraíso mundano e seu deus terreno é o seu braço
forte.
Somente o poder absoluto da Graça salvadora para arrancar o pecador das
prisões do pecado. Quando os olhos da alma são abertos o pecador pode se
inteirar de sua tão drástica situação. Clamará e invocará o Nome do Senhor para
ser salvo. O Filho de Deus se manifestou para desfazer as obras do
diabo.
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