“Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e
arrepende-te”Apocalipse 3:19)
Prezado leitor, nosso
Senhor ordena que os não salvos sejam zelosos em buscar o arrependimento,
porquanto não há esperança para os pecadores, se não se arrependerem e
converterem a Cristo. Mera compreensão intelectual da verdade não traz
salvação; mera aceitação verbal não significa que houve salvação; mera
participação numa entidade religiosa não significa que o coração foi
transformado; meras manifestações religiosas de sentimentalismo não significam
piedade e santidade. Homens e mulheres precisam conhecer a humilhante situação
do homem no pecado, antes de conhecer a exaltada posição de salvação em Cristo.
Alguns manifestam zelo
passageiro, como um fogo de palha. Muitos são acordados pelas fincadas dos
aguilhões da lei. Dias atrás no culto de domingo à noite chegou um jovem assim.
Ele estava assustado porque leu um de nossos folhetos, e sua consciência foi
despertada pelo fato que ele estava na prática de horríveis pecados. Eram os
aguilhões da lei ferroando sua consciência; lampejos de dores espirituais
faziam com que ele corresse à busca de alívio. Mas, não demorou muito para que
sentisse alívio e encontrasse a paz no pecado. Quantas almas são apanhadas por
duros golpes da santa lei! Alguns, como Saulo de Tarso tentam resistir esses
golpes e se tornam obstinados: “...Saulo,
Saulo, por que me persegues? Dura
coisa te é recalcitrar contra os aguilhões”. (Atos 26:14). Com Saulo de
Tarso o Senhor usou de misericórdia e salvou sua alma. Mas com muitos o Senhor
simplesmente os entrega aos caprichos de seus corações rebeldes, e assim
prosseguem até sua morte.
Outros manifestam esse
zelo passageiro, quando como serpentes fogem do fogo: “...Raça de víboras, quem vos ensina
a fugir da ira vindoura? (Lucas 4:7). Diante da mensagem de João
Batista milhares apareciam amedrontados. Muitos ouvem mensagens acerca do
inferno, do Lago de fogo, da segunda vinda do Senhor, por isso correm assustados.
Muitos também correm buscando um lugar de abrigo quando ocorre uma tragédia.
Enquanto distribuía folhetos numa travessa deparei-me com um moço. Quando lhe
entreguei o folheto, ele disse-me que queria se converter, queria ser salvo,
porque viu um amigo seu ser atropelado e morto. Essas reações muitas vezes
mobilizam pessoas para esse zelo que logo acaba. Mas, quando o fogo da
visitação divina apaga, o coração não convertido volta ao seu estado normal; a
alma não regenerada retorna à sua atividade com o mundo e com a carne.
O zelo “fogo de palha”
aparece também em períodos de avivamento, pois ao despertar milhares para o
arrependimento, muitos parecem que foram sacudidos do sono e despertam
sobressaltados. Mas, são como as virgens loucas da parábola contada por Cristo
(Mateus 25); descobrem tardiamente que suas lamparinas estão sem azeite. Já
lidei com muitos que pareciam que seriam os melhores crentes, os mais santos e
piedosos, pois mostravam na aparência que a conversão fora genuína. Mas era só
aparência e nada tinha a ver com a realidade do coração. As raízes da semente
santa encontraram pedras, ou ficaram obstruídas pelos espinhos e abrolhos.
Muitos são provados e revelam que sua fé não era feita do ouro puro do céu. O
fogo da provação chega para mostrar corações arrogantes, mundanos e perversos,
porquanto era tudo aparência e não verdadeira e genuína transformação feita
pelo Espírito de Deus.
Mas, o que importa
agora é que brilha o sol da compaixão sobre os pecadores! Ah! Quão difícil é
para os pecadores se humilharem perante a verdade! Diante de Deus todo corpo
fica enrijecido, como uma naja pronta para dar a picada. Os homens no pecado
preferem ficar distante do paraíso celestial e escorregam em direção à Sodoma.
Que tristeza! Mas, estou certo que quanto mais intensa é a visitação de Deus em
Sua misericórdia, mais pecadores realmente se convertem a Cristo de todo
coração. Mais pecadores são transformados e passam a amar o Senhor e viver
vidas piedosas.
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