Sou um passarinho, sem campos, sem ar
"Sou um passarinho, sem campos, sem ar
Na minha gaiola sento-me a cantar
Para Quem aqui me aprisionou.
Bem satisfeito prisioneiro sou
E assim, meu Deus, quero-Te agradar.
Aqui, nada tendo para realizar,
Todo o longo dia só posso cantar.
As minhas asas Ele amarrou,
Mas o meu canto muito O agradou,
Ainda Se curva pra me escutar.
Tu tens paciência para me escutar,
E um coração pronto para a mim amar.
Gostas de ouvir o meu rude louvor
Pois sabes que o amor, quão doce amor!
Inspira todo este meu cantar.
Preso na gaiola não posso sair,
Mas a minha prisão não me pode impedir
A liberdade do coração
Que sempre voa em Tua direção,
Minh’alma livre, a Ti vai-se unir.
Oh! Que gozo imenso poder-me elevar
Para as alturas e a Ti contemplar.
Tua vontade e Teu desígnio, amar
Minha alegria neles encontrar,
Livre, em Teus braços me aconchegar."
Jeanne-Marie Bouvier de la Motte-Guyon (13 de abril de 1648 - 9 de junho de 1717) (vulgarmente conhecida como Madame Guyon) foi uma mística católica francesa e um dos principais defensores do quietismo. O Quietismo foi considerado herético pela Igreja Católica Romana, e por isso Madame Guyon foi presa entre 1695-1703 após a publicação do seu livro “Moyen court et très facile pour l’oraison que tous peuvent pratiquer très aisément…” (Um método curto e fácil de oração que todos podem praticar muito agradavelmente....).
Nenhum comentário:
Postar um comentário