“Ensina-nos
a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio” (Salmo
90:12)
Caro
leitor atento, vamos agora às verdades práticas do texto. O Salmo 90 é o
Espírito Santo usando Moisés com a finalidade de trazer preciosas lições para
enriquecimento espiritual do povo de Deus, lições deveras importantes
especialmente em nossos dias quando presenciamos uma forma de “culto ao homem”
assolando os arraiais evangélicos de maneira bem disfarçada. Outro detalhe é
que a palavra de Deus tem uma mensagem que realmente nos confronta com a
verdade como ela é, porque nos leva a ver tudo do ponto de vista de Deus e não
dos homens.
É
exatamente isso o que o Sumo Professor da verdade quer fazer através deste
salmo, levar-nos o conhecimento da existência humana à luz da eternidade. Ao
achegarmos perante tal verdade com os olhos da fé, como que vendo o invisível,
logicamente daremos as costas ao mundo, às promessas do mundo, aos interesses
mundanos, bem como ao burburinho dos poderosos que lutam contra Deus para ver
se podem mudar a situação tão caótica na qual se encontra a raça humana no
pecado. Logicamente, ao comparecermos perante a verdade deste salmo, nos
sentiremos como vermes, e fatalmente cairemos ao pó diante da realidade da
terrível culpa do pecado. Porém, o comparecer humildemente perante o Senhor
para que Ele nos mostre como realmente somos só pode nos fazer muito bem,
porque logicamente diremos exatamente o que
Jó diz para seu Deus: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os
meus olhos te vêem. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza.”
(Jó 42:5 e 6.
Só
tem duas maneiras de contemplar esta vida aqui, ou vamos encarar do ponto de
vista humano, à luz da sabedoria humana, ou vamos encarar do ponto de vista
bíblico, sob a luz da revelação escrita. Se seguirmos o padrão mundano
fatalmente estaremos sendo encaminhados na mentira, naquilo que a bíblia
intitula de “vaidade”. É provável que a maioria daqueles que são chamados de
crentes desconhece realmente o significado desta vida aqui segundo os padrões da
eternidade. Eis a razão de muito fracasso nas vidas dos chamados crentes, e a
conseqüente inclinação a tantos erros doutrinários como vemos em nossos dias.
Não
há dúvida que o maior interesse de Satanás ao promover as doutrinas de
demônios, não é enaltecer os demônios, mas sim o homem e chegar ao ponto de
divinizá-lo, pois seu real interesse é usar o frágil homem para adorá-lo. É
este o quadro realmente assustador de nossos dias. O deus deste mundo é esperto
em fazer com que os homens usem
passagens bíblicas, como por exemplo o salmo 91, ou salmo 23, e outras
muitas passagens para dar a entender aos homens que o ser humano é tão
importante que Deus se encontra profundamente necessitado dele.
Mas,
o que vamos fazer? Os crentes devem voltar para a revelação escrita e aprender
o que o Espírito Santo quer nos ensinar. Ele é o único que pode nos guiar em
toda verdade, e todo aquele que humildemente “assenta-se aos seus pés”
há de tornar-se sábio nesta vida; há de subir às alturas da fé a fim de
contemplar a existência humana sob a ótica de Deus.
O
verso 4 é realmente assustador. Temos que enfrentar essa verdade de que o dia
que vivemos ontem e que faz parte de nossa lembrança, e que para nós foi um tão
curto espaço de tempo, foram como mil anos aos olhos de Deus. Temos preciosas
lições que o Espírito de Deus quer nos ensinar nesta passagem. Em primeiro
lugar temos o fato que o ser humano vive a cada dia. Quando o sol faz raiar um
novo dia, e que o homem é despertado de seu sono para mais um dia de serviço, é
como se aquela manhã fosse uma ressurreição. É mais uma manifestação da rica
misericórdia de Deus em favor dos perdidos. É como se Deus estivesse dizendo
aos pecadores que eles poderiam ter sido destruídos no dia anterior.
Em
segundo lugar, vemos no brilho do sol a manifestação da riqueza da misericórdia
de Deus. Eis o que diz o profeta Jeremias: “As misericórdias do Senhor são a
causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não tem fim;
renovam-se cada manhã.” (Lamentações 3:22,23). Estas palavras
inspiradas foram ditas pelo profeta; Ele se encontrava alarmado com a desgraça
de Jerusalém que fora completamente destruída pelo exército Caldeu. Conforme
fala o profeta no livro de Lamentações, ninguém acreditava que aconteceria com
Jerusalém o que realmente veio a acontecer. Em terceiro lugar, é importante que
cada pecador considere o que Deus está fazendo a cada dia neste mundo. Todos os
dias as notícias correm céleres narrando casos de mortes e destruição em toda
parte. Os homens que estão cegados pelo pecado não podem ver nos acontecimentos
diários a poderosa mão de juízo do Todo-Poderoso. Mas eis o que novamente diz
Jeremias: “Acaso não procede do Altíssimo tanto o mal como o bem?” (Lamentações
3:38).
Voltemos
novamente para o texto do salmo 90, e vamos considerar agora os versos 5 e 6: “Tu os
arrastas na torrente, são como um sono, como a relva que floresce de madrugada;
de madrugada, viceja e floresce; à tarde murcha e seca.” Esses versos
apresentam o que Deus faz com os seres humanos cada 24 horas que passam.
Estamos vendo o que acontece neste mundo a cada dia olhando do ponto de vista
do Deus eterno. Estamos avaliando o prazo de mil anos para Aquele que é eterno,
e é visto como se fosse apenas um dia. Olhando sob o ponto de vista de Deus
podemos entender o que significa a miséria humana. Como é que o Deus santo age
em relação aos milhares de pecadores que transitam neste mundo, é o que vamos
entender agora baseando nos versos 5 e 6.
Nunca
foi nem será para prazeiroso para o Deus santo contemplar os homens no pecado.
Esta terra é criação de Deus, portanto é propriedade Dele (Salmo 24:1) e Ele
jamais pode tolerar que homens vivam a usar e abusar da criação para sustentar
suas paixões pecaminosas. O pecado é uma ofensa a Deus, o pecado milita exatamente
contra as perfeições de Deus; o pecado é
uma verdadeira desgraça, um verdadeiro veneno, uma aviltação à criação; o
pecado move Deus a agir na Sua ira Justa, em Seu Santo ódio, e o que aconteceu
com a raça humana, foi que deliberadamente obedeceu ao pecado em Adão, por isso
os homens são chamados de “filhos da desobediência” (Efésios
2:2). O pecado na raça tem um efeito devastador, porquanto colocou o homem a
serviço do diabo e posiciona os homens contra Deus. Mas o que ocorre é que os
homens em Adão não conseguem ver é que o próprio Deus está voltado no brasume
da Sua Ira contra eles.
Nota
o que o escritor inspirado diz para o próprio Deus a respeito da fúria dele
contra os pecadores que ainda estão no pecado: “Tu os arrastas na torrente”.
Esta frase mostra a desesperada situação do pecador neste mundo. A ira de Deus
que se manifesta a cada dia surpreende homens e mulheres com um poder
impetuosamente devastador. Os homens no pecado realmente são arrastados pela
torrente da fúria impetuosa de Deus. Toda criação trabalha contra eles e assim
eles não tem nenhuma proteção, pelo contrário, estão amarrados pela corda do
pecado e detidos pelas algemas de suas próprias iniqüidades, e tudo aquilo que
aos seus olhos parece ser como refúgio, fortaleza e proteção, como por exemplo,
a saúde, dinheiro, casa, amigos e enfim, todo conforto, nada mais é do que
palha seca que nada pode ante o poder da ira de Deus. Até mesmo os poderes das
trevas são usados por Deus para fulminar os ímpios.
“São
como um sono, como a relva que floresce de madrugada.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário